Capítulo 17

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                Sebastian e Inês adentraram na Casa de Copas, o palácio estava silencioso e com uma quietude que deixava Inês inquieta, a rainha era guiada não para o seu quarto real, Sua Eminência e a rainha iam em direção à biblioteca. Um ponto seguro para a rainha, Sebastian foi ao seu bolso e de lá tirou uma chave dourada, Inês notou que a chave era a mesma chave que ela havia pegado para derrotar Alice, o homem destrancou a porta da biblioteca olhou ao seu redor verificando se estava alguém ao redor, não encontrou ninguém olhou para Inês os seus olhos escondidos por trás da máscara fez a rainha encará-lo confusa.

- Tens aí o amuleto? – indagou para a mulher, Inês abanou sua cabeça negativamente, Sebastian estalou sua língua no céu da boca levemente irritado com aquela situação, deu um estalo de dedos e um amuleto surgiu no ar, entregou nas mãos de Inês – Vamos! – ordenou, puxando a mão de Inês para dentro da biblioteca, fechando de seguida a porta atrás de si. Caminhou com a rainha até ao seu quarto, trancando a porta atrás de si. Inês sentou-se na cama de Sebastian tirando de seus pés os sapatos em xadrez apertados mexendo com os seus dedos, Sua Eminência retira a sua máscara mostrando os seus olhos brilhantes no escuro a Inês, encarou a rainha sério, mordeu o seu lábio inferior suspirando pesadamente, olhou para Inês que retirava a máscara do seu rosto – Inês... – chamou o nome da rainha fazendo ela encará-lo.

- Sim? – respondeu ela olhando para Sebastian, o olhar do homem intimidou-a fazendo ela encarar desta vez o chão – Desculpa... Mas se eu não fosse ele iria me denunciar a todos – lamentou Inês, Sebastian deu um longo suspiro esfregou as suas mãos no seu rosto e juntou perto de Inês sentando-se ao lado dela.

- Eu sei, e como do costume eu apareço na hora certa para te resgatar – disse Sebastian em seus lábios estava um sorriso impercetível, fazendo Inês revirar os seus olhos e cruzar as suas pernas e braços.

- Convencido – disse olhando para um ponto qualquer do quarto – Eu estava até me desenrascando-me - falou.

- Não me digas... Até pelo que vi, os teus olhos transmitia medo – provocou Sebastian encarando Inês, a mulher olhou para Sua Eminência indignada, suas sobrancelhas franzidas de raiva e seu maxilar um pouco travado elevou a sua mão direita com o dedo indicador apontando para Sebastian, a rainha abriu a boca para dizer algo calando-se em seguida, cruzou apenas os seus braços e virou o rosto sentido contrário de Sebastian como se estivesse fazendo uma birra – Mas também vi valentia e determinação e sem contar com o sarcasmo em seus lábios, arranjei uma ótima discípula, pena que ela é cheia de teimosia – disse Sebastian divertido, Inês encarou Sua Eminência com o olhar de lado e um singelo sorriso em seus lábios.

- Poupa-me dos teus elogios, Sebastian. Posso ir para o meu quarto? – indagou Inês, Sebastian encarou a Aragão com uma de suas sobrancelhas elevadas.

- Não... – respondeu sereno em seu olhar sério e nos lábios um sorriso irónico.

- O quê? Eu quero dormir... – disse ela aborrecida do sono.

- Eu havia te dito para teres cuidado com César e Heitor, o que eles queriam saber? – indagou Sebastian, Inês bufou de impaciência esfregando os seus olhos.

- Outra vez a mesma conversa Sebastian? Eles querem saber de tudo, e posso saber que tens que ter cuidado também porque eles desconfiam de ti – avisou Inês, fazendo Sua Eminência franzir as suas sobrancelhas – Agora posso ir para o meu quarto? – indagou mais uma vez, encarou para os olhos místicos de Sebastian na esperança de agora ir para a cama.

- Está bem, mas eu vou te levar no colo... – disse com um sorriso de malícia e de brincalhão, Inês encarou-o assustada, quando se ia pronunciar Sebastian tocou na testa de Inês com os dedos indicador e do meio e de repente Inês se transformou em uma gatinha branca seus olhos verdes manteve-se apenas a pupila se tornou finas, Inês tentou se protestar, apenas miava – Assim ninguém desconfiará que és tu, não te preocupes eu te destransformo-te quando chegarmos ao teu quarto – deu uma piscadela, pegou em Inês ao colo mostrando a sua aparência no reflexo do espelho que ele tinha em seu quarto – És uma linda gatinha, gatinha fofinha – provocava Sebastian a Inês, a rainha versão gato miava em protesto quando se lembrou fincar as unhas no braço de Sua Eminência, fazendo ele reclamar de dor – Não me lembrei desse pormenor... – falou encarando Inês em seu colo que encarava-o como se fosse o Gato das Botas do Shrek.

Sebastian saiu da biblioteca sorrateiramente, a gata Inês em seu colo que olhava como um gato curioso para todo o que era canto, viu os guardas a vigiar os corredores e alguns criados a fazer os seus afazeres noturnos no castelo. Quando Sua Eminência chegou ao quarto de Inês colocou a mão na maçaneta e abrindo a porta devagar, olhou para os lados para ter a certeza que ninguém olhava e adentrou rapidamente para o quarto real de Inês trancando a porta atrás de si para ter a certeza que ninguém entrava. A rainha saltou do colo de Sebastian correndo em direção da cama, encarava para Sua Eminência em julgamento, o homem riu com aquela situação.

- Até julgas como um gato – riu com o seu próprio comentário, Inês até se bufou como felina perante Sebastian. Sua Eminência aproximou-se de Inês e tocou novamente na testa da rainha fazendo Inês voltar a sua aparência normal.

Inês olhou para as suas mãos e viu que voltara ao normal, levantou-se da cama e ficou em frente ao espelho rodopiou em torno de si apreciando a sua aparência como humana, encarou Sua Eminência fechou os seus punhos e golpeou o homem.

- Nunca mais voltes a transformar-me como um gato, Sebastian! – discutiu fazendo o homem rir com a situação.

- Está bem eu não volto a fazer isso, mas confesso que és uma linda gatinha – provocou Sebastian a Inês – Agora falando em assuntos sérios. – começou a brincadeira em seu semblante desapareceu, e Inês encarou-o séria também – Sabes que vai haver um baile de máscaras, é bem provável que Heitor aparece para tirar-te informações como fez no baile na Casa de Paus... – falou sendo interrompido.

- E quanto a César? – indagou Inês sentando-se na sua cama.

- César vai ser o pianista por um momento, tenho que confessar que ele é ótimo como músico. – comentou Sebastian deu de costas à rainha ia sair do quarto, chegando à porta virou a maçaneta e foi chamado a atenção.

- Sebastian. – chamou Inês por Sua Eminência, Sebastian encarou a rainha com uma de suas sobrancelhas elevadas – Como sabias que eu estava na Casa de Paus? – indagou Inês curiosa, Sebastian parecia ser um deus naquele mundo, Sua Eminência sorriu com a pergunta de Inês.

- Em breve saberás – disse dando uma piscadela saindo da porta, Inês encarava a porta sem nenhuma reação, notou que Sebastian não havia fechado a porta totalmente, levantou-se da cama e em passos lentos aproximou-se da porta quando ia se fechar, um gato preto entrou com um miado manhoso, Inês sobressaltou com o animal, quando viu que conhecia o gato.

- Olá Simon – cumprimentou a rainha o felino, o gato negro esfregava o seu corpo na bainha do vestido da rainha ronronando – Será que queres dormir comigo, apenas esta noite? – indagou Inês para o gato que miou como resposta àquele pedido, a rainha acariciou a cabeça de Simon e o gato roçou seu focinho contra a mão dela. Inês considerava o animal tao fofinho que pegou-o ao colo roçando a sua face no focinho do animal, como beijinho de esquimó, nariz com nariz e com abraço carinhoso. Inês encostou sua testa gentilmente contra à pequena cabeça do gato, as patinhas de Simon pousaram no rosto de Inês como protesto de afastamento fazendo Inês sorrir com aquele comportamento – Fizeste me lembrar da minha gatinha, ela odiava carinhos – riu com a sua memória suspirando em seguida profundamente, triste – Provavelmente eu pareço tão inútil para ti, como para Sebastian e para todos deste mundo – falou pousando o gato em cima da cama, despiu o seu vestido negro e atirou para um canto do espaçoso quarto.

Inês tentava fazer o seu melhor, aderindo às chantagens ou não, ela caminhava de cabeça erguida sob pressão emocional. E isso começava a deixar Inês deprimida, a rainha mordeu o seu lábio inferior, sentou-se na cama e não conseguindo aguentar mais o sentimento de tristeza chorou. Chorou tanto, lamentando a sua vida, foi então que algo quente tocou em suas maçãs do rosto, Simon parecia enxugar as suas lágrimas de tristeza foi então que Inês abraçou-o mais contra ao seu peito, e colocando o bicho debaixo dos cobertores como fazia com a sua gata Pandora, para que o calor do animal aquecesse o seu coração, adormecendo em seguida.

Rainha ImpostoraOnde histórias criam vida. Descubra agora