Miuna on
Minha cabeça doía e latejava, abri meus olhos e aquele mesmo homem estava bem a minha frente, o mesmo cheiro adocicado estava no ar. Não conseguia respirar direito, era abafado e não tinham muitas correntes de ar naquele lugar... Uma sala vazia, tudo em volta de mim era uma mesa com algumas agulhas... Tenho uma vaga lembrança que já estive aqui.
- Enfim acordou. - Sorriu observando minha situação.
- Finalmente... - Disse um homem alto com cabelos negros longos. - O que farei com você primeiro, Miu?
Nesse momento eu congelei, sinto que alguém me chamava assim... Mas quem...? Estou cheia de não saber, não suporto mais essas dúvidas... "Alguém me salve"!
- Fiquei sabendo que perdeu sua memória... Não lembra de mim? - Levantou minha cabeça puxando meu cabelo.
- Q-quem.. é você? - Perguntei forçando a garganta para sair alguma faísca de voz.
Tudo em mim dói, estou cansada de tudo isso...
- Quer mesmo saber?
Ele me olhou no fundo dos meus olhos sem vida, a palavra correta para a sensação horrível que senti era medo, ele é assustador, esses olhos... eu os conheço bem.
Antes que pudesse tentar falar alguma coisa escutei alguém adentrando a porta, uma garotinha de cabelo curto, da mesma cor que o homem. Ela deu uma simples olhada para ele e ambos se retiram da sala me deixando sozinha novamente.
Mas quem são? Parece que minha cabeça vai explodir de tantas dúvidas... Perguntas sem respostas...
Após algum tempo martelando minha cabeça para tentar lembrar, acabei dormindo, estava exausta e não suportava mais ficar com os olhos abertos.
Sonho:
Estou num campo florido, as folhas das cerejeiras ao meu lado balançam suavemente, as lágrimas caem enquanto eu choro aos prantos, solucei, solucei e solucei de tanto que chorava. Um garoto albino aparece por trás da cerejeira mais bonita de todas, o vento sopra seus cabelos brancos, ele sorri, era um sorriso triste e quase de alívio. Aquele albino sussurrou algumas palavras em meu ouvido ao se aproximar, "Bom trabalho, você se esforçou bastante" as palavras que ouvi... ele sabia... ele sabia que eram aquelas as palavras que mais queria que alguém me dissesse naquele momento... Quem sou eu afinal de contas?
Autora on
Se passaram três dias e Miuna continua desaparecida. Dor e sofrimento é o que recebe todos os dias, Illumi não tem compaixão. Miuna já tirou a vida de muitas pessoas, ela não conseguia assumir o controle de seu corpo, sua sede de sangue era insaciável... Tudo isso... tudo isso só aconteceu por culpa daqueles malditos cientistas que fizeram experimentos humanos no corpo dela. Não tinha um dia de sua vida que não lembrasse das coisas terríveis que cometeu, os remorsos a consumiam a ponto de desejar estar morta. Nem ao menos sabia quem realmente é, e muito menos o propósito de estar viva, pois talvez não existisse propósito algum.
Miuna teve um passado trágico... Aos sete anos seus pais morreram, a causa da morte foi seu outro "eu", uma versão assassina de si, uma outra personalidade. Miuna costumava ser uma garotinha calma e gentil, seus pais a odiavam, era maltratada todos os dias sem motivo algum, o que machucava muito seus sentimentos. Ryota a protegia sempre que se encontrava por perto, com um sorriso no rosto sempre falava pra sua irmãzinha as palavras que mais gostava de escutar: "bom trabalho, você se esforçou". O sofrimento de Miuna era aliviado com a ajuda do maior, porém nem tudo que acaba bem, fica bem. Um dia isso mudou, Ryota desapareceu de sua vida e nunca mais voltou, tudo que lhe restou foi lembranças... A pequena suportou viver com seus pais por dois anos sofridos, ela devolveu a dor que haviam lhe causado durante sua vida inteira, em um único dia, o que resultou a morte de ambos. A bondade e inocência que tinha foi manchada pelo sentimento de ódio e vingança... Tornou-se uma assassina aos sete anos de idade.
⭐⭐⭐
Continua!
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Sorrisos de Plástico (Hunter x Hunter)
RomanceEla tem cicatrizes e cortes por todo seu corpo, usa faixas cobrindo suas mãos. As lágrimas escorrem por seu rosto pálido, seus olhos que antes brilhavam agora expressavam dor... O sangue escorria entre seus dedos, Já não suportava mais tirar a vida...