Agindo com responsabilidade

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Há cinco dias atrás eu sai de casa, vou te atualizar o que aconteceu de lá pra cá. 

Eu sai da casa da Jade e com o dinheiro que eu tinha achado na gaveta dela, eu paguei para dormir em um hotel. No dia seguinte eu matei aula porque sabia que a minha "mãe" estaria me esperando, fui em vários lugares em busca de um emprego de meio período e achei um lugar que me aceitou. Depois eu fui procurar um apartamento e meu Deus, era um mais caro que o outro! Mas eu consegui convencer uma idosa a me deixar ficar por um preço acessível pra mim, ela era gente boa. Três dias depois me matriculei na escola em que o Noah estudava, era pública então eu não precisava me preocupar com gastos. Infelizmente tive que me matricular de manhã já que o meu trabalho era de tarde. Mas a parte boa era que o Noah não estava na minha turma então é só felicidade! Quem diria que eu me daria tão bem sozinha. 

Acabou que no fim das contas eu esqueci a merda da foto e esqueci que o Noah tentou me beijar.

Agora eu estava me arrumando com a melhor roupa que eu tinha. Eu não era eu, parecia uma menininha filhinha de papai rica. Pelo menos eu não estava usando rosa, ai sim seria uma completa estranha.

Cheguei bem cedo na escola e consegui um lugar no meio da sala. Graças a Deus não teve apresentação da aluna nova nem nada, mas era óbvio que todos ali sabiam que eu era nova.

– Hey! – Alguém atrás de mim me chamou.

Era uma loira de cabelo comprido, ela usava um vestido roxo, a cara dela já era de debochada (nem preciso dizer né), suas unhas eram compridas e vermelhas. Ela estava sentada com umas seis pessoas, dois garotos e quatro garotas. 

– Senta com a gente. – Ela apontou para uma parte vazia do banco que rodeava a mesa.

Eu sentei no único lugar vazio, que era do outro lado da mesa, na frente dela.

– E então... – Ela puxou assunto. – Qual é o seu nome?  – Ela perguntou e depois colocou o canudo na boca.

– Maya. – Respondi.

Ela fez uma cara estranha.

– Tem certeza? Eu juro que ouvi um Sofia Lima sair da boca da professora na chamada. – Ela bebeu o refrigerante mais uma vez pelo canudo.

– Meu nome adotivo é Sofia, meu nome verdadeiro é Maya. – Dei uma mordida na maçã.

Eu sentia que aquela garota não queria fazer amizade, ela queria me arruinar. Mas é ai que eu tenho vantagem, se ela quer me arruinar, significa que eu sou uma ameaça.

– E se você sabia meu nome, por que perguntou? – Ri pelo nariz.

Eu estava mais debochada que ela. 

– Queria ter certeza, órfã. – Ela enfatizou a última palavra. Aquela garota tava brincando com fogo e nem sabia.

– Se você acha que me chamar de órfã me atinge. – Me ajeitei no banco e fixei os olhos ela. – Você tá bem enganada.

– Estou é? Vamos ver... – Ela colocou a unha do indicador entre os dentes dela, como se estivesse pensando. – Seus pais morreram em um acidente de carro, você foi a única que sobreviveu e foi para o orfanato, depois de um tempinho você foi adotada por riquinhos e voilà! – Ela pegou um Doritos e colocou na boca.

– Humm... – Engoli o resto da maçã que estava na minha boca. – Quase acertou. – Ri de leve. 

Me levantei calmamente e pude perceber o olhar confuso dela. 

– A minha história começa em uma madrugada, e não em um carro. – Eu passei a mão lentamente pela cabeça de um menino. – Eu não fui a única sobrevivente, tenho uma irmã gêmea por aí. – Passei a mão pela cabeça de outra garota.

Eu estava caminhando lentamente até a loira patricinha passando a mão pela cabeça dos amiguinhos dela. 

– E os meus pais... Hahaha – Ri sarcasticamente. – Eles não são ricos – Um sorriso no rosto dela se fez. –, são milionários. – e se desfez.

Depois de passar a mão por umas 3 cabeças, cheguei nela. Me agachei e perguntei no ouvido dela:

– E quem é você mesmo? Ah é, não é ninguém comparada a mim. – Pude sentir a raiva na respiração dela, adorei.

Achei que tinha acabado, mas essa garota gostava de brincar com os meus nervos.

– Eu prefiro ser um ninguém do que uma órfã que não sabe o seu lugar. – Vi um sorriso no rosto dela.

Vamos concordar, ela estava pedindo para levar uma surra, não é? Passei a mão delicadamente pelo cabelo dela, como se estivesse fazendo carinho. Mas então eu puxei com força, tanta força que algo saiu na minha mão

– Oh meu Deus! – Uma amiga dela quase gritou.

Todos estavam com os olhos arregalados. 

– Parece que a loira não é tão loira assim. – Joguei a peruca no lanche dela.

Sai e fiquei vagando pelos corredores, ai eu lembrei que eu não vi o Noah hoje. Estranho, será que faltava na escola para fazer festas? Talvez.

Gostei muito desse primeiro dia de aula, espero que os outros sejam assim também.

Estava caminhando para o meu apartamento quando percebi que alguém encapuzado estava me seguindo. Apertei o passo e ele fez o mesmo. Comecei a ficar preocupada. Eu poderia parar de andar rápido e encarar a pessoa de frente, mas algo me dizia para correr e não olhar pra trás, e foi isso que eu fiz. Eu comecei a correr como se aquilo valesse a minha vida (e valia mesmo). Mas uma pedra filha da mãe atrapalhou a minha corrida e me fez tropeçar, o que deu tempo suficiente para a tal pessoa me alcançar. Logo depois eu estava sendo arrastada para um carro com uma mão impedindo-me de gritar.

[...]

TAM, TAM, TAMMMMM! Kkkkkkkkkkkkk, adorei escrever esse capítulo. 

A foto do capítulo é para representar a garota "loira".

Grandes Merdas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora