Times

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– Ou! – Me afastei dele. – Eu falei que terminei com o meu namorado, não que era pra você me beijar.

O rosto dele ficou vermelho, eu até que achei fofo. 

– Me desculpa, foi o meu corpo, não eu.

– T-tá tudo bem. – Me levantei – Acho que eu vou embora antes que fique muito tarde.

Ele se levantou e pediu:

– Posso ir com você?

Antes que eu dissesse um "NÃO" ele continuou.

– Só pra garantir sua segurança, prometo que vou ficar tão calado que você nem vai notar a minha presença. – Ele sobe a mão e coloca no peito esquerdo, como um juramento.

Quase que eu ri, mas dei um sorriso.

– Obrigada, mas não. – Falei e sai.

Eu fui bem rápido, não queria levar outra facada. Cheguei em casa e nem optei por entrar pela janela, eu sabia que eles já sabiam que eu tinha ido para uma festa. Tentei abrir uma porta e estava trancada, repito, trancada. Eles me trancaram do lado de fora de propósito. Mas eu não sou burra, fui até a janela do meu quarto e tentei abrir, mas...

– Ahh, fala sério. – Estava trancada.

Bati na janela tentando acordar o meu irmão mas sem sucesso. Eu poderia bater na porta até minha mãe ou o Nick perder a paciência e abrir, poderia ligar para um dos dois e xingar eles até a morte, ou... 

Que pedrinha mais bonita, espero que ela não se importe de eu usar ela para quebrar a janela. – Pensei. 

E quando eu estava prestes a jogar uma pedra, meu irmão aparece na janela fazendo sinal para eu parar.

– Pronto, não quebre a janela. – Ele disse após abrir a mesma. – Já pensou que alguém poderia entrar de madrugada e sequestrar nós dois? Ou até o pior, colocar fogo na casa inteira.

Aquele garoto era paranóico.

– Achei que o senhorzinho estava dormindo. – Perguntei igual meu pai, e entrei pela janela.

– Eu acordei assim que você bateu na primeira vez. – Ele desviou o olhar para o chão.

– E por que não abriu?! – Perguntei indignada.

Uma hora ele diz que me ama, na outra quer que eu durma na rua.

– Me pai disse para eu não abrir a janela pra ninguém, nem pra você. – Coitado... Muito inocente.

– Presta atenção no que eu vou dizer. – Me agachei e coloquei uma das minhas mãos no ombro dele. – Ou você é do time do Nick ou do meu.

– Time? – Ele riu pelo nariz. 

– Sim! – Dei um sorriso. – O seu papai maravilhoso não quer que eu fique "atrapalhando" a vida de vocês. – Fiz aspas com as mãos. 

Ele fez uma cara de quem não entendeu.

– O seu pai não quer que eu fique aqui no Estados Unidos. – Repeti com outras palavras.

– Mas você disse que não queria ficar aqui, então qual é o problema? Vocês querem a mesma coisa. – Ele franziu a testa. 

– Ahh – Me deitei na cama dele. – Você é muito inocente para entender. – Desisti.

– Então me explique. – Ele insistiu e sentou-se do meu lado.

Respirei fundo tentando ter mais paciência.

– Seu pai não gosta de mim, tipo, nem um pouquinho.

Grandes Merdas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora