⊱ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙄; Dente de Leão

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✣ Capítulo VII: Dente de Leão ✣

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✣ Capítulo VII: Dente de Leão ✣

A água pingava pelo canteiro da calha metálica próxima a janela, o vento balançava as folhas com o dançar fúnebre da época final do inverno que abria portas para a primavera. Esta por sua vez, era conhecida pelo calor repentino ou dias chuvosos em meio a manhãs ensolaradas. As cortinas pairavam sobre o ar no espaço vago do quarto próxima a estrutura de madeira da janela.

O ar se misturava entre o aroma de iodo e água sanitária irritando as narinas de Mi-so que incomodada com o barulho dos passos pesados no cômodo ao lado, acordara em sua cama umedecida pelo suor. Tentou se mexer, mas não conseguia movimentar nenhuma parte de seu corpo à medida que as batidas soaram contra a superfície clara de abeto da porta.

Por um momento os passos pararam, entretanto, a presença de uma música incomum tomou seu lugar. As notas musicais de "Lacrimosa" eram tristes e carregadas de uma emoção fugaz, deprimente. A maçaneta girou em um fraco rangido devido à ausência do óleo que aliviava seu desgaste.

Fechou seus olhos amedrontada, lembrava-se fielmente de ter fechado sua janela na noite passada e trancado todos os acessos ao interior da casa antes de se deitar. A figura se aproximou sentando-se ao lado, lhe acariciando os cabelos por cima das luvas de malha preta.

Mi-so tinha momentos como estes frequentemente, eram sonhos lúcidos em que relembrava e enfrentava novamente a realidade árdua da noite de seu assassinato. A ansiedade que lhe tomava a razão dando forças para a adrenalina que acelerava seu coração com o fervor do sangue que corria em suas veias.

A lágrima que desceu por seus olhos fora limpa pelo tecido áspero que cobria a mão do desconhecido e como um baque algo lhe trouxera para a realidade.

Pulou de sua cama rolando para o chão em prantos, soluçava sem ar se encolhendo no pé da cama, seu celular tocou novamente a fazendo voltar sua atenção para o aparelho, à luz do sol refletia pela cortina que cobria a janela trancada e batia contra sua porta onde o trinco repousava no mesmo lugar deixado por ela na noite anterior.

O número não estava entre seus contatos o que fez com que a garota ponderasse alguns minutos antes de atendê-lo. A voz do outro lado da linha era calma, rouca como a de um homem cansado, certamente aquela pessoa sabia como barganhar alguém apenas por seu timbre.

- Senhorita Lee? - Park Nam-do a chamara pela terceira vez após não obter nenhuma resposta.

- Sim? - Se ergueu jogando as cobertas de volta para cama.

- Eu lhe acordei? Perdão, deveria ter ligado mais tarde.

- Não, não tem problema. - Gaguejou olhando no relógio que ainda eram sete horas da manhã. - Eu posso ajudar em algo?

- Estou esperando na porta da sua casa, gostaria de descer para que possamos conversar? - Não esperou que ela respondesse antes de desligar com uma última frase que se assemelhou a um sussurro. - Estou te esperando.

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