⊱ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙄; Narcisos

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✣ Capítulo XVIII: Narcisos ✣

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✣ Capítulo XVIII: Narcisos ✣

- Por que me chamou tão cedo para caminhar? - Proferiu ao lado da amiga olhando a imensidão da cidade.

- Eu precisava confessar algo, me desculpar com você. - Retirou à touca do casaco se dirigindo a Tae Oh.

Um dos passos mais difíceis a serem tomados fora contar em detalhes a verdade que mantinha sob sete chaves em seu peito, durante toda a história o homem não demonstrou nenhuma reação. Mi-so não deixou que nenhum sinal passasse despercebido em meio a todas as lamentações.

- Achei que nunca fosse me contar. – Sorriu singelo abrindo o zíper do casaco.

- Você sabia da verdade? Como?! - Recuou assustada com a reação do rapaz.

- Quando eu te conheci na delegacia você me disse que tinha medo de que ninguém lhe reconhecesse. - Continuava a olhar a cidade. - Então eu fiquei ao seu lado desde então.

Tae Oh se lembrava avidamente do dia em que visitou a casa de seus "pais", a garota havia se atrasado para um compromisso, então decidira a buscar por conta própria. Por ser um visitante frequente, recebeu autorização para chama-la em seu quarto.

Um vendaval poderia ter passado pelo cômodo, mas ninguém saberia decifrar que parte da bagunça teria sido causada por ele. Folhas caídas por todo o chão, pedaços de reportagens, pilhas de roupas e latas de energéticos amassadas criavam o cenário em que uma garota adormecia na cama sem sequer acordar com o ranger da porta sendo aberta.

Em seu peito algumas cartas estavam espalhadas, Tae Oh evitou olhar diretamente para a vulnerabilidade da amiga, mas o envelope com seu nome lhe chamara a atenção. Pegou o papel enquanto saia do quarto a deixando dormir por mais alguns minutos, imaginou ser apenas uma brincadeira ao ler o conteúdo da folha de papel, entretanto cada palavra lhe cortara um pedaço diferente da alma.

- A carta, foi você quem a pegou? - Caiu para trás assustada.

- Calma, cuidado. - Se abaixou a segurando pelos ombros para ajudá-la se sentar no banco próximo. A garota perdia o folego tentando assimilar a situação em que estava. - Isso, respira.

- Você a leu? - Perguntou entre o desespero.

- Sua carta de suicídio? Sim. - Afagou as bochechas vermelhas secando as lágrimas. - Você planejava mesmo desistir né? Naquela época eu pensei que fosse somente uma invenção da sua cabeça, que estava louca. Mas quando meu pai se casou novamente igual você havia descrito, comecei a duvidar dos próprios pensamentos.

- Me desculpa, não sabia que tudo isso se tornaria verdade. – Soluçou, limpou o nariz com a manga evitando o desprezo do amigo.

- Não é sua culpa. Mi-so, eu não acredito que toda essa imensidão seja invenção sua. - Sentou-se ao lado limpando o suor das mãos no banco. - Olhe essa cidade, as pessoas e todo o resto. Esse é um universo muito além de um livro, o que você fez foi apenas abrir uma porta para cá, desde então vem cuidando daqueles que inseriu neste mundo.

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