Já houve algum momento em sua vida que desejou que tudo não passasse de um simples pesadelo? Desejando que pudesse acordar e dar um fim no sofrimento?
Para Min-seo, este pesadelo é na verdade sua realidade. Semanas após publicar o seu thriller best...
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✣ Capítulo XIX: Begônias - Especial Parte I ✣
「Busan」
2006
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Lee Min Seo não era conhecida por ter amigos em seu novo bairro, seus pais haviam se mudado há poucas semanas e desde então muitas situações inusitadas vinham acontecendo a recém-inaugurada livraria.
Durantes as noites as paredes eram pichadas de vermelho, a porta arranhada com algum objeto afiado em caracteres ofensivos. Seu pai perdera as contas de quantas vezes precisou restaurar a fachada da loja até que um dia foi convencido por outro morador a pôr câmeras em sua loja.
E por todo este tempo aquela pequena criança de onze anos sofria constantemente a exclusão de seus colegas da escola. Os rumores repercutiam como tinta a manchar água limpa, consequentemente todos tinham medo da garota que era assombrada por fantasmas as noites.
Em um ponto crítico chegavam a jogar um balde de água fria e trancá-la no banheiro da escola durante toda à tarde. Mas ao contrário do que muitos pensavam, Min Seo não tinha sentimentos o suficiente para se importar com qualquer implicância, raramente se irritava ou rebatia as brincadeiras de mau gosto.
Desde a morte de seu irmão mais velho, a jovem de cabelos curtos permanecia presa em seu mundo particular onde cada momento passava veloz como o coelho que atrairá Alice para o buraco. Enquanto os pais se dedicavam a manutenção da livraria, ela por outro lado costumava brincar próxima a praia de jogar pedras sobre as turbulentas águas do oceano.
Em seu próprio universo Min Seo era uma princesa, uma fada, um astronauta ou um pássaro. Acompanhada de seu irmão explorava as mais diversas cavernas a procura de monstros e todas as noites assavam marshmallows na fogueira.
Fantasia esta que era desfeita todos os domingos quando a mãe lhe acordava mais cedo do que de costume para ir visitar o tumulo de Seojun. O garoto morrera ainda novo com seus dezesseis anos lutando contra uma forte crise de pneumonia que levara consigo boa parte de seus pulmões.
Flores brancas, incensos das mais variadas essências, roupas sociais pretas. Estas eram as últimas lembranças que a garotinha possuía quando pensava em no irmão.
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