Capítulo 3

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– Naruto

Vindo em embora com Sasuke e Sakura eu só consigo pensar na Hinata. Não sei bem o motivo, só sei que penso. A voz dela, o medo, queria poder ajudar mais, isso de timidez tá passando dos limites. Primeiro ela desmaiou, depois quebrou um copo, se cortou e agora quase teve um derrame pra apresentar um trabalho. Não é possível que isso seja saudável.

– Ei, Naruto. Tá prestando atenção? – Sakura pergunta quando para de rir de algo que o Sasuke falou.

– Que? Aí, desculpa, tava pensando em outra coisa

– Aé? No que? – ela fala toda curiosa e eu imploro com o olhar para que o Sasuke não conte pra ela.

– Hinata – ele finge tossir e vejo o sorriso gigantesco que a Sakura abre.

– VOCÊ GOSTA DELA?? EU SABIA – ela grita pulando feito uma maluca.

– Não, eu não gosto dela, só acho que não é saudável ser tão tímida. Agora já deu de falar disso, o próximo que abrir a boca não toma sorvete lá em casa – ela abre a boca pra falar mais, mas a vontade de tomar sorvete é mais forte e impede ela. Ótimo.

Assim que chegamos em casa vamos para a cozinha e Sakura vai atrás de copos enquanto eu pego o sorvete.

– Naru... Por que tem um copo quebrado na pia? – ela pergunta apontando pro copo que eu esqueci de jogar fora naquele dia.

– Ah, a Hinata quebrou ele sem querer – falo dando de ombros e jogo o copo na lixeira.

– Espera, o que a Hinata estava fazendo na sua casa? – Sasuke finalmente abre a boca, e só me ferra com isso.

– Ela desmaiou lá na escola e eu não podia deixar ela lá, então trouxe pra cá – os dois se olham e fingem dar de ombros com um sorrisinho. Reviro os olhos ignorando eles e coloco o sorvete.

São tão idiotas, mal converso com a Hinata e eles acham que eu simplesmente gosto dela? Viajam demais. Ela é minha amiga, só isso, não gosto dela de outra jeito, certo? Certo.

– Mas então... – Sakura fala sorrindo – você ajudou ela a apresentar o trabalho hoje, né?

– Ajudei, não tem nada de mais nisso, pode parando

– Não, eu sei, nada de mais, você só ajudou uma pessoa... e defendeu ela pros meninos hoje – ela solta rápido. Olho para Sasuke com raiva

– Contou pra ela? – ele ergue as mãos como se fosse inocente. – eu defendi, mas é só porque não é justo eles zoarem a garota só por uma apresentação

– Ah, claro, certíssimo senhor – eles riem juntos.

Eu? Gostar da Hinata? Ata, minha vida amorosa virou piada agora, né? E também, mesmo se eu gostasse, ela não gosta de mim, pensar nisso é perda de tempo, tô certo.

Vemos um filme, tomamos o sorvete e conversamos um pouco quando eles decidem ir embora. Amém. Só queria ficar um pouco sozinho, fazer alguma coisa interessante, não sei. Preciso fazer qualquer coisa que tire a Hinata da minha cabeça e eles não param de falar dela nenhum segundo. Deito no sofá procurando outra coisa pra assistir até que escuto uma batida na porta.

Ô Deus, eu só queria paz. Abro a porta resmungando e vejo que não tem ninguém. Deve ser brincadeira isso né. Olho pra baixo e vejo uma caixinha pequena no chão. A pego e entro em casa de novo fechando a porta atrás de mim. Deixo a caixa em cima da mesa e fico encarando ela.

– Quem deixou isso? E por que? Será que é bomba? AI MEU DEUS EU VOU MORRER – dou um pulo gritando até cair na realidade. – melhor eu abrir e parar de noia né

Abro a caixinha com um levo receio e vejo um colar? É, um colar. Ele se parece com o colar que a vovó Tsunade me deu uma vez, pena que ele quebrou. Esse aqui é roxo na verdade. Tiro ele da caixinha e coloco em meu pescoço. Quem será que me deu isso? Pego um papelzinho que estava grudado em baixo da caixa e leio.

"Obrigada pela ajuda na apresentação.
–Hinata."

A Hinata? Pego meu celular e envio uma mensagem dizendo que estaria esperando ela na porta do colégio. Ela confirma e então troco de roupa e vou até lá.

Fico encostado no muro pensando no que exatamente iria dizer e vejo a pequena chegando. Abro um sorriso e vou até ela.

– Hinata! – ela sorri com as bochechas vermelhas. – eu te chamei pra agradecer pelo presente – mostro o colar que estava no meu pescoço.

– N-não foi nada... – ela diz olhando para baixo. Tão adorável.

Ficamos em silêncio por uns segundos e então dou um beijo na bochecha dela. Estava quente, muito quente.

– Era só isso mesmo. Obrigado de novo – ela fica com um sorrisinho tímido e eu sorrio de volta.

Me viro pra ir embora e depois de dar alguns passos olho para trás onde vejo ela já indo embora. Uma parte de mim quer correr até ela e chama-la pra sair. Já a outra parte está rindo desse pensamento e me mandando ir pra casa logo.

Shards of Love - NaruHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora