Shards of Love - NaruHina

Capítulo 10

–Hinata

*Mais cedo naquele dia*

Naruto e eu vamos nos encontrar de novo. Estava tão animada que só faltava fazer uma dancinha da vitória. Tomei um banho e me vesti com uma música tocando bem alto. Acho que nunca me senti tão bem em toda a vida.

– Hina... – tomo um susto quando escuto a voz de Neji. Nem notei que tinha entrado. – A gente pode conversar?

Concordei e logo nos sentamos na cama. Ele parecia triste e com medo de me dizer seja lá oque ele quer.

– Seu pai me pediu pra te contar que... – fico mais ansiosa e gesticulo impaciente para ele falar de uma vez. – Vamos nos mudar hoje.

Quatro palavras. Foi isso que ele precisou pra fazer toda a minha felicidade se transformar em tristeza. Hoje? Nem da tempo de me despedir dos amigos. Paro por um momento e me lembro de Naruto. Pela primeira vez na vida senti como se alguém pudesse me amar verdadeiramente, e agora tiraram isso de mim. Tento me controlar pra não chorar na frente de Neji, ela me abraça e assim me descontrolo começando a chorar feito uma criança.

– Por que a gente tem que ir? Por que? – pergunto com a cabeça grudada em seu ombro enquanto ele tenta me acalmar.

– Quando fizermos dezoito, podemos voltar Hina, eu prometo que te ajudo a voltar. – isso não era lá muito reconfortante. Estávamos em abril e só em fevereiro seríamos maiores de idade. Quase um ano fora. – Tá tudo bem?

Me levanto limpando as lágrimas e tento arrumar minha roupa. Tenho que contar pro Naruto, e ir a esse parque. Preciso que nossa despedida seja algo que eu me lembre para sempre. Assim, quando ele arruma outra nesse um ano, eu terei lembranças suficientes para seguir em frente.

– Tenho que ir. – não dou nem tempo de Neji dizer qualquer outra coisa. Corro do quarto e vou pro parque o mais rápido que consigo.

*Atualmente*

A expressão no rosto dele depois de eu contar que vou me mudar é de partir o coração de qualquer um. Eu só precisava de um daqueles sorrisos pra saber que tudo ficaria bem, só um.

– Vou passar o resto do ano escolar fora, só volto ano que vem quando for maior de idade. – falo tentando fazer o situação ficar menos pior.

Não chora, Hinata. Não pode chorar na frente dele. Vejo ele concordar com a cabeça, parece nem se importar. Fico mexendo nos meus dedos esperando pra ver se ele vai reagir de alguma maneira.

– Então... Essa é nossa despedida?

– Eu acho que sim... Pelo menos por um ano – aperto minhas mãos tentando estravasar a dor do coração nas mãos. – E o que você queria me dizer?

Ele desvia o olhar de mim e parece incomodado com alguma coisa.

– Nada importante. Ahn... Boa viagem – tá, ou ele é péssimo nisso ou realmente não se importa se eu vou ou não embora.

– Obrigada...

Que clima horrível. Pesado, insuportável. Só queria poder ir embora daqui logo e me trancar no meu quarto pelo resto da vida.

Meu celular vibra e quando vejo é Neji. Preciso ir. Mas já? Tão rápido assim?

– Naru... Eu... Tá na hora – ele me olha assustado. Eu sei, também não pensei que fosse ser tão rápido.

Ele se aproxima de mim e me dá uma braço rápido, beija minha bochecha e se afasta.

– Até daqui um ano então... – ele se vira e sai andando devagar.

Se eu não gostasse dele, correria atrás e daria um belo de um soco no estômago. Sério mesmo que ele tá bem com isso?

⋆

Volto rápido para casa e quando chego já está tudo pronto pra irmos embora. Vou até meu quarto com a desculpa de que queria me despedir de lá. Mentira, claro. Mas quando entro Temari está sentada na cama.

– Graças a Deus – corro até ela e começo a chorar. – Ele nem se importou, Tema. Eu pensei que... – sou interrompida com o choro e ela me abraça.

– Tá tudo bem, Hina. Respira fundo, ele só deve estar confuso, tá bom? – concordo ainda chorando um pouco. Escuto meu pai gritando lá em baixo pedindo pra eu ir logo. – Vai lá. Vou te ligar todos os dias, e quando der eu posso tentar visitar você. Só tenta não se acabar por isso, é só um ano, quando você voltar tudo vai estar igual.

Isso não é lá a melhor coisas pra se escutar agora. Mas me deixa melhor. Contenho as lágrimas e agradeço Temari por tudo. Desço as escadas com os olhos inchados e entro no carro sem trocar um palavra ou olhar com ninguém. Acabo dormindo na viagem, chorar tanto cansa. Acordo e já estamos na porta da minha nova casa. Não chora. Eu daria tudo pra voltar, tudo, qualquer coisa.