Shards of Love - NaruHina

Capítulo 16

–Naruto

Eu vi ela. Eu estava na ponte e vi ela. Não sabia oque fazer, tinha muita gente ao redor dela e a Sakura juntamente com o Sasuke estavam me procurando. Simplesmente sai correndo o mais rápido que consegui.

No final fui parar na casa do Sasuke, não sabia pra onde ir, e sabia que em algum momento eles iriam parar de me procurar e ir pra casa. E assim foi, ele chegou em casa e quando entrou em seu quarto eu estava lá, acabado e sentado na cama triste.

– Graças a Deus – ele senta do meu lado e já me jogo pra um abraço apertado.

– Cadê ela? – falo de Sakura, claro que notou 

– Foi ver a Hinata... – fala com receio e eu apenas concordo.

Fico feliz que ela esteja com Hinata. Posso estar mal, mas sei que ela com certeza sente o mesmo. Pelo oque fiquei sabendo Kiba admitiu ter mentido. Agora não imagino como ela deve estar. Sinceramente, queria que ela estivesse feliz, não importa como, só queria ver aquele sorriso e aqueles lindo olhos que toda as vezes que olhei para a lua consegui encaixar perfeitamente nela.

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Eu acordei. Não faço ideia de quando dormi, mas acabei de acordar. Sasuke não está no quarto. Saio e vou andando pela casa e ainda sim não o encontro. Resolvo pegar minhas coisas e ir pra casa. Preciso de um banho, preciso relaxar e depois me livrar dessas alianças, não aguento ter elas comigo sempre. Sim, até hoje estão comigo, e não só elas... Ainda uso esse colar que ela me deu quando começamos a conversar. Por mais que doa lembrar disso, depois de muito tempo sorrio. EU SORRI. Ok, eu realmente amo ela e sinto que é isso que vai me destruir, esse amor. Eu oficialmente odeio amar Hinata Hyuga.

Chego em casa e me jogo no chuveiro. Fiquei uma hora tomando banho, chorei, brinquei com o sabão. É, eu brinco com sabão. Só sai porque escuto minha mãe batendo na porta e gritando que hoje era pra eu vestir oque ela deixasse em cima da cama. Olho em cima da cama e vejo um moletom preto com o símbolo dos Uzumaki alaranjado na frente. Eu não acredito que isso ainda existe.  Quando pequeno eu sonhava em usar esse moletom, era do meu pai e por algum motivo eu achava ele a coisa mais perfeita do mundo. Sempre prometeram que eu poderia usar quando fosse maior de idade e pelo visto cumpriram isso.

Tá bom, minha mãe é a pessoas mais perfeita existente. Não acredito que se lembrou disso, e justo agora que eu mais preciso de algo que possa me tirar dessa tristeza. Não perco tempo e me visto rápido. Olho no espelho e por mais que meus olhos estejam um pouco inchadas só consigo notar o moletom que eu tanto necessitava.

Saio de casa sentindo que o dia de hoje talvez seja bom pra variar um pouco. Andando pela rua vejo alguns dos meus amigos, eles não falam comigo, mas acenam e parecem surpresos de me ver fora de casa. Eu também ficaria, não saio tem um tempinho e quando saio sempre estou com roupas iguais e desanimado. Mas hoje vai ser diferente, vou fazer o meu máximo pra não chorar e tentar não lembrar da Hinata. Merda, lembrei.

Andar por aí me deixa até feliz. Entro em várias lojas de comida e como de tudo e mais um pouco. Vou a algumas lojas e compro coisas aleatórias, roupas, massinha de modelar. Eu comprei de tudo, minha mãe talvez me mate por isso. Eu sei que é estranho alguém decidir ficar tanto tempo sozinho e fazer compras sozinho. Não sei exatamente o motivo de não querer ninguém por perto, mas pela primeira vez em quase um ano eu me sinto bem. E é sério, vão me matar quando descobrirem a quantidade de dinheiro que eu gastei.

Não tenho mais pra onde ir então decido ir até a famosa ponte onde tudo começou a dar errado. Não, não é pra me deixar mal, mas sinto falta daquele lugar, sempre me trazia paz. Assim faço, e quando chego lá meus olhos chegam a brilhar por ver aquela ponte tão linda. Me escoro no meio dela e fico admirando a água. Converso um pouco sozinho, inclusive.

Coloco a mão no bolso e sinto as alianças lá. Será que deveria jogar elas fora? Acho que nunca vou usar, mas não sei, algo me diz que devo ficar com elas, guarda-las comigo e protege-las com minha vida. Fico um tempo lá até escutar uma voz.

– Na-Naruto...? – me viro pra ela assustado.

– Hi-hinata...? – aí meu coração, não tava pronto pra isso. Ela tá mais linda do que nunca... POR QUE ELA TÁ AQUI?? Eu tava bem, agora eu... Eu... Não sei.

– Posso conversar com você? – concordo. – Eu queria pedir desculpas, eu não devia ter falado daquele jeito com você, e nem acreditado no Kiba, não devia ter feito nada disso, eu fui uma idiota. Você sempre me tratou tão bem, me motivava, me ajudava, nunca me fez mal e eu vou lá e estrago tudo... – ela finalmente para de falar e respira fundo. – Me perdoa, por favor, me perdoa Naruto.

Sinto como se eu fosse desabar de chorar de novo, ver ela me pedindo desculpa é doloroso, mas eu travei, não consigo dizer nada. ALGUÉM ME FAZ DIZER ALGUMA COISA, QUALQUER COISA.

Meus olhos se enchem de lágrimas e vejo os dela fazendo o mesmo. Abro a boca mas minha voz decide não querer sair. Ela limpa os olhos e me olha.

– Eu... Eu não sei... É tudo tão confuso e você não confiou em mim. Eu estava prestes a me entregar por inteiro a você, já tinha tudo planejado. Antes de você viajar eu ia te pedir em namoro. E como não deu tempo, eu pensei em ir até lá e pedir quando estivesse perto de dar um ano. Mas... – sinto que comecei a chorar.

Ela me olha e vejo lágrimas escorrerem por seu rosto. Meu primeiro instinto é limpa-las, tudo que eu menos queria era que ela sofresse. Eu já perdoei ela, estou pronto pra me entregar a ela de novo, mas não dá, meu coração ainda está quebrado e ele não tá pronto pra admitir amar alguém agora.

– Entendo... – ela fala chorosa. Me viro e começo a chorar enquanto ando indo embora daquele lugar. – EU TE AMO, NARUTO

Aí meu Deus, ela disse isso mesmo. Não, não agora Naruto, seja honesto com ela. AGORA. Volto até ela e a olho enquanto desmorono.

– Eu te amo, sei que te amo. Mas eu não sei se posso, não sei... – lembro do colar que me deixa ligado a ela e o toco. O arranco de meu pescoço e coloco na palma de sua mão a fechando. Dou um beijo em sua mão e ela sai correndo.

Eu não devia ter feito isso, não devia. Fico em choque e é nesse momento em que meu coração dispara de novo e agora ele me dá certeza. Eu necessito do seu olhar tanto necessito de ar. Tudo que preciso no momento é da segurança de estar ao lado dela. Finalmente consigo me mexer e saio correndo atrás dela.

Não a alcanço e só vejo um carro fora de controle passando pela rua. Rápido demais, rápido demais. Firmo o olhar no carro e vejo Hinata lá dentro.

– NÃO!! – grito e escuto o estrondoso som de seu carro se arrebentando em um muro. – LIGUEM PRA EMERGÊNCIA!! – grito para as pessoas que estavam na rua naquele momento e corro para o carro batido.

Me aproximo da janela do mesmo e o vejo todo estraçalhado. Começo a chorar desesperado e noto que o colar ainda está na mão dela.

– Hina... Eu te amo... Por favor não me deixe... Eu preciso de você, Hina... Preciso de você como nunca precisei de nada antes – as palavras saem pela minha boca e a escuto tentando dizer algo. Ela está viva.

A sirene da ambulância começa a soar e vejo que estão chegando perto de nós.

– Eu... E-eu te amo, Na-Na...

Ela desmaia antes de conseguir terminar de falar. E então os paramédicos finalmente chegam.