Shards of Love - NaruHina

Capítulo 8

–Hinata

Sempre venho ao café nas terças, sim, para ver o Naruto. Hoje acabei me atrasando um pouco e acho que eles estão prestes a fechar. Passo em frente ao café e vejo Naruto ao telefone, parece tremer. Decido entrar no café para ver se ele está bem.

Entro e me deparo com ele no chão. Toco em seu ombro com cuidado e ele olha em choque para mim. Ataque de pânico. Ele parece desesperado, e com razão, não deve estar acostumado com tudo isso.

Ele está com medo, nem imagino a sensação. Tento me lembrar de tudo que já passei com os ataques de Hanabi e uma vez ela me disse que segurar a respiração pode ajudar. Não me pergunte o motivo, mas meu único instinto foi beijar ele, sim, beijar ele.

O beijo e não tento fazer disso um momento romântico, fico lá até não conseguir mais segurar o ar e me afasto desejando que ele tenha segurado o ar como eu. O olho e vejo sua expressão confusa e assustada. Os olhos inundados de lágrimas e suas bochechas tão vermelhas me partem o coração. Sorrio fraco olhando para ele.

– Eu li uma vez que segurar a respiração ajuda a controlar isso...

– Então quando você me beijou...

– Você segurou a respiração. – passo a mão sob seu cabelo e dou um beijo em sua cabeça.

Me levanto do chão e vou recolhendo as xícaras que estavam espalhas pelo café. Coloco todos no balcão e escuto o celular dele tocar. Olho para trás e o vejo atender. Não presto atenção na conversa, claro. Mas consigo ouvir que ele falava com Sakura que pela expressão dele estava muito preocupada

– Tá bom, vou dormir na sua casa hoje. – É a única coisa que escuto da conversa deles.

– Como você...?

– Minha irmã já teve ataques de panico... – Mas eu não beijava ela – digo e ele ri baixo. Ele vem se aproximando de mim.

– Muito obrigado mesmo, eu senti como se fosse morrer, e graças a você, isso passou. Não sei nem como posso agradecer – sorrio e o abraço por impulso.

Me afasto devagar e sorrio.

– Aconteceu de repente? – ele afirma. – Pode ficar tranquilo, estarei aqui todos os dias antes de fecharem agora. Então se algo acontecer, posso te ajudar.

– Você não precisa... – o interrompo.

– Eu vou fazer isso, nunca mais vai passar por isso sozinho, e isso é uma promessa. – estendo o dedinho pra cima e ele junta seu dedinho ao meu que dou um beijinho consagrando a promessa.

Ele sorri ainda meio ofegante. Acho que a pior sensação de todas é ver alguém que você ama passando por isso e não poder impedir. Queria ter algum tipo de habilidade sobrenatural pra fazer ele nunca mais passar por algo assim. Ver o medo em seus olhos... Nossa, isso realmente doeu muito. Pelo menos agora ele já parece estar melhor.

Ajudo ele a terminar de arrumar as coisas para fechar o café. Fechamos tudo e vejo andando pela rua. Não sei bem se o certo seria ele ir pra casa ou se distrair um pouco, então apenas deixo ele me levar para onde quiser.

– Sabe pra onde estamos indo? – ele pergunta e eu nego com a cabeça rindo. – Vamos a um dos meus lugares favoritos no mundo inteiro. É relaxante.

Concordo e vou andando com ele. Chegamos em um prédio? Um prédio? Como assim? Ele entra me puxando consigo e subimos até o telhado. De início fico meio receosa com isso, mas decido confiar nele. Oque talvez seja um erro já que estamos alto, muito alto.

– Não precisa ter medo, é alto, mas você nunca cairia daqui. – ele senta no parapeito e eu o acompanho.

Tem uma linda vista, dá pra ver a lua que brilha como nunca tinha visto ela brilhar antes. Deito a cabeça no ombro de Naruto e fico olhando para a linda lua.

– Por que o telhado? – pergunto e sinto ele sorrir.

– É tranquilo, ninguém nunca vem aqui. E olha essa lua – ele fiz sorrindo maravilhado. – Sabe... Essa lua me lembra seus olhos. Brilham igualmente e... São a coisa mais linda que eu já vi na vida. – sinto ele ficando tenso e dou um beijinho no ombro dele.

– Você me lembra o sol... Consegue iluminar tudo com um simples sorriso. E é lindo, uma das coisas mais preciosas de todo o universo.

Muito meloso? Olho pra ele e ele sorri mais uma vez. Por mais que eu esteja tão alto, me sinto segura, muito segura. É como se meu cérebro me dissesse que é impossível algo de ruim acontecer se eu estiver perto dele. E sinceramente, dessa vez, acho que vou escutar ele.