𝙄𝙛 𝙡𝙤𝙫𝙞𝙣𝙜 𝙞𝙨 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮, 𝙡𝙚𝙩'𝙨 𝙖𝙡𝙡 𝙗𝙚 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮 [CONCLUÍDA]

capitulo dezoito

Anne Shirley

- Anne! Anne abre a porta a gente precisa conversar por favor! - Diana gritou do lado de fora do quarto.

Estava sendo difícil pra mim, eu nunca havia gostado tanto de alguém como eu gosto de Gilbert, e pra alguém como eu, é difícil estar tão apaixonada assim por alguém que... Agora está com outra.
Eu me sentia cada vez mais destruída cada vez que lembrava daquela cena... Tudo que eu queria era ser aquela garota, que ao invés de ser tão medrosa, foi fundo com ele.

Me levantei e abri a porta, voltei e novamente me sentei na cama, enquanto meus olhos ardiam de tanto que havia chorado, meu estômago também estava doendo de tão vazio, estava me sentindo até fraca, prestes a cair por falta das vitaminas que meu corpo necessitava naquele momento.

Diana entrou e se sentou na cama ao meu lado, ela me olhou e pude ver em seus olhos a pena.

- Não me olha assim Diana, essa situação toda já está doendo muito pra você ainda me olhar assim. - Encosto minhas costas na cama, ainda pensando em como faria pra superar aquilo tudo.

- Desculpa, mas é impossível Anne, olha seu estado amiga! Você precisa comer, precisa tomar banho, beber água... precisa Viver Anne! Não dá pra ficar só trancada aqui dentro chorando e se lamentando pelo que já passou! Segue sua vida e deixa ele seguir a dele. Mas se você o ama de verdade, vai atrás dele de uma vez e ao invés de olhar a situação de longe, fala com ele de verdade, diz o que você sente e o que você quer, não fica com medo do que com certeza é inevitável. - ela pega minhas mãos e completa - Pelo que eu vejo apenas na sua forma de agir diante disso, não importa de quem você possa gostar futuramente... É ele né?

- Sim - a puxo e a abraço. - Pode... pode me deixar sozinha mais alguns minutos, preciso fazer algo importante.

- Tudo bem - Diana se levanta e sai, me deixando novamente sozinha ali.

Peguei meu celular que estava sobre a bancada ao lado da cama, entrei no contato de Gilbert e mandei mensagem.

Eu nem ao menos havia mudado seu nome de contato ainda...

Ele havia aceitado facilmente, o que era muito bom, mas me deixava curiosa ele ter dito que também queria falar comigo.

Fiquei mais alguns minutos deitada em minha cama, até que com muito esforço me pus de pé e desci até a sala, onde Jerry e Diana estavam sentados juntos no sofá, enquanto saboreavam um beijo, que de longe se via ser intenso e cheio de desejo de ambas as partes.
Então lembrei de Gilbert, e o mesmo beijo que havia recebido dele, quente, intenso, cheio de desejo, era memorável.

Então ouço batidas na porta, que me tiraram do transe. Estava um pouco fraca já que não havia comido nada, mas mesmo assim andei até lá e abri a porta. Era Ruby. Ela estava... Estava com aquele suéter... o suéter dele.

- Boa tarde maninha! - ela me abraça - Bom dia Diana e Jerry! - ela acena para os dois.

- P-porquê você está... com o suéter do... Gilbert? - Digo ainda olhando para aquela roupa.

- Bom... Vamos conversar lá em cima?

Em silêncio, apenas me viro e volto a subir as escadas com um pouco de dificuldade.

- Bom Anne... Eu e o Gilbert, estamos, nos conhecendo, eu mudei muito nesses últimos tempos... - ela ia terminar de falar, mas a interrompo.

- Nesses últimos tempos? Me poupe Ruby, só se passaram apenas quatro semanas! Você acha que, só porquê gosta dele a mais tempo, tem o direito de pegar ela a hora que quer? Até parece mesmo que você não sabia que a gente estava tendo um lance! Você é muito egoísta Ruby Gillies.

- Anne... Quando eu comecei  a falar com ele... Ele disse que não estava mais com você,  disse que te amava mas... Você não sentia o mesmo, então ele precisava seguir em frente de alguma forma. Eu só tentei ajudar!

- Muito ajuda quem pouco atrapalha. - Assim que término de falar, ouço a voz de Gilbert no andar de baixo.

Passei por Ruby e fui até lá em baixo, e Gilbert estava lá, fiquei um pouco surpresa pois achei que ele só viria a noite como havia dito.

- Olá Anne - ele sorri fraco.

- Acho que devo deixar vocês três conversarem a sós - Disse Diana voltando pra sala.

- Vamo, pro meu quarto, a Ruby tá lá - vejo a expressão dele mudar, de suave para, preocupada.

Assim que chegamos ao meu quarto, Ruby que estava sentada em minha cama, se levantou e foi até ele, ela descaradamente pegou em sua mão e ficou me encarando com um olhar siníco. 

- O que tá acontecendo? - ele perguntou.

- Eu que pergunto, eu fui atrás de você hoje de manhã, e você... tava andando de mãos dadas com, ela! Porque não me avisou para que parasse de imaginar que você ainda sentia algo por mim? - Respondi já com os olhos marejados.

- Sinto muito... Eu te amo sim... Mas você não sente o mesmo, porque quer que eu continue insistindo? Para massagear seu ego é isso?

- Claro que não... Você nem imagina o como eu gostava e ainda gosto de você, mas... Eu vejo nos seus olhos, quando olha pra ela, ela te deixa hipnotizado, enquanto eu morro! Porquê sente algo por mim? Eu não tenho nem metade da beleza dela. Você... deu seu suéter pra ela, eu sei que é bobo, que é apenas poliéster mas... Você gosta mais dela. Fico observando sua mão junto a dela, hoje... Você colocou sua mão no ombro dela, enquanto eu sinto cada vez mais frio. Mas olha, como eu poderia odia-la? Ela é um anjo. Porém... começo a pensar que... queria que ela estivesse morta. Eu queria ser a Ruby! - termino de falar e sinto meu corpo esmorecer, perdendo suas forças aos poucos, enquanto várias lágrimas escorriam por ele, ele cai sem forças. Porém ainda pude sentir os braços fortes de Gilbert me srgurarem naquele momento.