Capítulo doze

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Anne Shirley~~

- Anne. - ouço a voz de Gilbert me chamar.

- Quê? - abro os olhos devagar pois ainda estava meio sonolenta.

- Acorda cenourinha,  tá tarde. - ele passa a mão em meus cabelos.

- tira a mão do meu cabelo - bato em sua mão e o mesmo tira.

- Ain bruta  - ele diz com uma voz engraçada.

Me levanto devagar e ajeito meus cabelos, estava meio atordoada, tinha dormido muito. E ainda a vergonha de Gilbert estar na minha casa, não era algo comum eu ter homens em casa assim o dia todo e sozinhos.

Eu preciso me controlar, não posso me dar ao luxo de o dar esperança de ficar comigo.

- Gilbert... - o chamo e ele me olha.

- Sim?

- Nós já somos amigos certo?

- Somos?

- Sim.

- por mim poderíamos ser mais que isso - ele sorri.

- Esquece, nós somos apenas amigos Blythe, e é se quiser, você sabe que não quero namorar, e muito menos quando... Eu não sinto nada por você. - Percebo ele ficar com uma ponta de decepção no olhar.

- Se você quer... Mas mesmo assim não vou desistir de você.

- Tá. Vamo ouvir música enquanto arrumo a casa? - pergunto sorridente.

- Ok - ele pega a caixinha de som e eu conecto com meu celular, coloquei uma música, que sem querer fez parecer ser uma indireta.


Assim que a música começou ele me olhou estranho, balançou a cabeça com um sorriso de canto bem mais estranho ainda.

- Dizer que somos amigos tudo bem, mas não precisa mandar uma indireta dessa não viu? E acho que você realmente vai ficar louca, porquê eu não vou desistir enquanto não ouvir você me chamando de "amor" - uma de suas sobrancelhas se arqueiam.

- Você sabe o que eu penso sobre essa sua atração por mim né?

- Não, você nunca falou.

- Pra você isso seria apenas um troféu, já que eu sou a primeira mulher a te dar mais de um fora! - rio o deixando com um expressão seria.

- Não duvide quando eu dizer que quero tê-la Anne - ele repete a mesma frase que disse durante a tarde.

- Você é um filho da mãe cara.

- maravilhosa!

Ficamos em silêncio apenas escutando as músicas que iam passando na minha playlist, e hoje pela primeira vez, um cara fez eu me divertir de verdade, nós dançamos, cantamos, rimos e brincamos, estava sendo incrível, e até surreal, Gilbert estava me deixando nas nuvens com suas atitudes maravilhosas, acho que agora entendo o porquê a Ruby sempre foi apaixonada por ele, talvez por seu jeito fofo, engraçado, extrovertido, romântico, e até um pouco louco, algo que me fazia nunca mais querer sair do seu lado.
E eu já nem mais entendo o que significa isso que eu estou sentindo em relação a Gilbert Blythe.

- Você gosta de torta de frango? - ele pergunta assim que terminamos a faxina. Porquê sim, eu coloquei ele sim pra me ajudar a arrumar minha casa comigo.

- Amo!

- Vou fazer então - ele se levanta.

- Agora não, senta aí, a gente acabou de terminar uma faxina, tu deve tá cansado anta. - ele apenas ri e diz.

- Tô cansado não, você que tá, fica aí sentadinha e descansando que eu vou preparar a comida.

- Tá tá. Só cuidado pra não queimar a torta  também - comento nos fazendo rir.

***

- Tá prontaaaa- ele sai da cozinha com a bandeja da torta nas mãos, com um pano em baixo claro.

- Eba, tava morrendo de fome já. - Vou e me sento na mesa.

- Vou pegar os pratos e talher. - ele volta pra cozinha e logo volta com dois pratos e talheres. - Pode atacar cenourinha.

- Irra.

Pego meu prato e tiro um pedaço pra mim, enquanto Gilbert apenas me observava comer.

- Vai comer não olho de fusca?

- Olho de fusca? - ele ri.

- Sim - Rio também.

- Ok né. Vou comer sim. - ele se senta e tira um pedaço pra ele também, logo começando a comer.

Assim que terminamos, levamos tudo pra pia e lavamos, guardei o resto da torta na geladeira e  voltei pra sala junto a Gil.
Ficamos vendo Netflix até uma meia noite, e depois fui dormir, Gilbert teve que ir pra casa, na verdade, eu o obrigue a ir.

- Boa noite cenourinha - ele da um beijo em minha testa.

- Boa noite olho de fusca.

Ele sai e Assim que o perco de vista, fecho e tranco a porta, subi pro meu quarto e tomei um banho, vesti meu pijama e deitei pra dormir, mas em todo tempo, meu pensamento voltava naquele beijo, o qual Gilbert roubou de mim. Por mais que tenho sido rápido, me provocou sensações de longo prazo.

Por fim, fui dormir lá pras duas da manhã, apenas pensando e lembrando.

𝙄𝙛 𝙡𝙤𝙫𝙞𝙣𝙜 𝙞𝙨 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮, 𝙡𝙚𝙩'𝙨 𝙖𝙡𝙡 𝙗𝙚 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora