capitulo vinte quatro

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Anne Shirley

4 dias depois...

- Tem tratamento? - perguntei enquanto Gilbert e eu voltávamos pra casa.

- O médico disse que sim, é bem caro mas... Eu prometo trabalhar muito pra poder pagar tá bom? Você vai voltar a andar, pode ter certeza. - ele pega minha mão que repousava sobre minha perna.

Ficamos em silêncio o resto do caminho todo. Assim que chegamos, doeu tanto ter que ver Gilbert precisar me colocar no colo e por em uma cadeira de rodas para poder entrar em casa.

- Pode... pode me levar pro meu quarto por favor? - perguntei assim que entramos na sala.

- Claro - ele respondeu imediatamente.

Ele com um pouco de dificuldade conseguiu me levar até o andar de cima, me pos em meu quarto e eu pedi que ele saísse, precisava de um tempo a sós, precisava pensar em tudo que estava acontecendo.

Entrei no banheiro para tomar um banho, mas nem isso eu conseguia fazer direito. Parei em frente ao espelho, meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, eu só... só queria morrer mais ainda agora.
Peguei minha escova que estava jogada sobre a pia, com toda a força e ódio que estava sentindo, a joguei no espelho, que se desfez em pedaços minúsculos, os quais cairam muitos sobre mim.

Logo Gilbert entrou correndo no banheiro,  minha mão estava cortada assim como meu joelho, eu estava chorando como uma criancinha, mas ele apenas me abraçou, sem se importar com nada, enquanto eu chorava mais ainda. Gilbert estava sendo realmente um anjo comigo.

- P-porquê Deus nos permite p-passar por esse tipo de situação em? - pergunto em meio a soluços.

- Pra nos mostrar o quanto precisamos dele - ele responde com um sorriso no rosto.

Gilbert me pegou no colo e me levou até minha cama, limpou meu joelho e meu braço e me cobriu com meu edredom preto, ligou o ar e se deitou ao meu lado, enquanto me enlaçava com seus braços.

- Obrigada por estar comigo - Digo.

- Eu não ousaria lhe abandonar jamais.

Estava cansada, exausta de tanta tragédia na minha vida, então dormi, aos braços da pessoa que amava. 

- Gilbert? - gritei sem obter resposta. - Gilbert por favor, me ajuda! - gritei mais uma vez.

- Me esquece Anne Shirley! Não temos mais nada um com o outro, segue sua vida. - ele diz se afastando.

- Não Gil por favor, eu preciso de você, se não eu não vou conseguir viver. - começo a chorar.

- Se vira, você vivia antes de me conhecer, não vai morrer agora.

- Não Gilbert! Não vai! Por favor, eu te amo, Gilbert! Fica comigo, eu amo você! Gilbert!! - gritei.

Tentei me sentar, mas não consegui, não estava acostumada com aquilo, logo Gilbert também se levantou, assim que viu meu estado, sua expressão ficou preocupada e assustada.

- O quê aconteceu? - ele pergunta tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

- Eu... - meus olhos marejam e tudo que consegui fazer foi chorar, me agarrei a ele enquanto chorava mais, Aquilo era a única coisa que conseguia fazer agora.

- Calma, Eu juro que estou aqui pra tudo! Eu te amo Anne Shirley, não vou te abandonar.

- Eu sonhei que você... você me deixava.

- Isso não vai acontecer, agora, só a morte vai nos separar Anne.

Continuamos abraçados, até eu pegar  no sono de novo, e dormir bem finalmente.

Ainda era de tarde, mas eu não tinha forças para seguir aquele dia, descer e enfrentar a luz do sol quente na minha cara, ver os cômodos da casa e agora, não poder mais correr por entre eles como fazia antes quando estava apressada. Agora eu, estava presa a droga de uma cadeira de rodas, que me impossibilitava de fazer a maioria das minhas atividades normais.

𝙄𝙛 𝙡𝙤𝙫𝙞𝙣𝙜 𝙞𝙨 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮, 𝙡𝙚𝙩'𝙨 𝙖𝙡𝙡 𝙗𝙚 𝙘𝙧𝙖𝙯𝙮 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora