19| uma placa sem estrada

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Tudo o que eu sabia de mim mesmo
Era correndo
Era por alto
Era uma placa sem estrada
- Vai Vendo -

20 de Junho, 2020
Monte Verde

Com o coração disparado e o rosto confuso, Bianca discou o numero de Gizelly até que a mulher a atendesse e fosse ao seu encontro em frente ao estacionamento improvisado da festa.

Chefinha, o que aconteceu? — Perguntou a capixaba assim que alcançou a carioca.

— Gi, me leva pra casa? Eu não to em condições de dirigir, e você pode voltar pra festa depois. — Pediu com a voz tranquila e baixa.

— Não me diz que você e a boazuda brigaram! — Exclamou fazendo careta e Bianca subitamente se lembrou de Rafaella; será que estava dando sua falta?

— Não, não, só... por favor, Gi! — Pediu novamente pegando o celular no bolso e percebendo duas mensagens de Rafaella perguntando onde estava.

— Tem a ver com o Marcelo, não tem? Aquele filho da-

— Gizelly! Para!

— Eu achava que ele era legal, achava de verdade, mas...

— Ele não é meu pai, Gi, o Sérgio é que é... se é que eu posso chama-lo assim; agora, por favor, vamos? — Suplicou colocando as mãos juntas e fitando a expressão confusa de Gizelly.

— Eu te levo, mas você vai avisar a Rafa! Ela já tinha me perguntado de você e eu enrolei, não brinca com ela. — Disse firme e Bianca apenas assentiu seguindo a capixaba pelo lugar até alcançarem o carro da carioca.

Bianca:
Rafa, tô indo pra casa, tive alguns problemas e não to bem.

Bianca suspirou enviando a mensagem e se aconchegando no banco do carona de seu próprio carro enquanto Gizelly dirigia. Estava confusa, e poucas coisas pareciam fazer sentido naquele momento.

Então Sérgio era seu pai, Gabriel o padrinho e Marcelo não tinha relação nenhuma além de ser melhor amigo de seu pai. Nada além disso. Mariana não era sua irmã. Porque Gabriel ainda queria falar com ela?

A carioca se sentia a ponto de explodir, e estava com medo.

Bianca:
Fica comigo? Eu preciso de alguém, preciso de você.

A publicitária enviou novamente, desviando de seu plano inicial que era simplesmente se afundar em sua cama sozinha e chorar até que suas lágrimas secassem.

— Falou com a Rafaella? — Gizelly quis saber assim que adentraram a casa da carioca.

Casa essa que tinha sido paga por Sérgio, seu pai. Um covarde.

— Sim... ela não respondeu. — Disse cabisbaixa tirando os sapatos perto da porta e caminhando até se jogar no sofá.

— Quer conversar? — A capixaba tentou soar legal. Não sabia muito como ajudar em um momento como aquele, mas se Bianca quisesse desabafar, Gizelly certamente escutaria.

— Não, só quero... não sei, respirar! Eu tô me sentindo tão sufocada, Gi... tudo que eu sabia era mentira?! — Falou em tom de questionamento, mas não esperava uma resposta. — Ninguém me falou a verdade, ninguém! — Disse perplexa.

Chefinha, eu-

Gizelly estava pronta pra andar em círculos enquanto tentaria falar alguma coisa util pra consolar a amiga, mas por sorte foi salva pela campainha da casa da mulher. Ao ouvir o som, Bianca se deitou no sofá e tapou a cabeça com uma almofada enquanto a capixaba ia até a porta.

Laços | RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora