🫀. Leave Before The Lights Come On

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Eu tive que retirar a publicação e postar de novo porque o bonito do Wattpad resolveu dar problema e cortar dois terços do imagine. Parabéns, nota 0 kkkkkkkkkk. Mas enfim, tenham uma boa leitura 💛

Era quase uma tradição todos os jovens de Sheffield estarem ali nos fins de semana, quando praticamente todo o resto da cidade já dormia

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Era quase uma tradição todos os jovens de Sheffield estarem ali nos fins de semana, quando praticamente todo o resto da cidade já dormia. Começavam a chegar por volta das onze, em carros cheios ou andando animadamente em grupo, somente para infestar toda a área da estação de trem.

Traziam sua bebida e seus cigarros de casa, e os que não traziam podiam comprar na loja de conveniência logo ao lado. O dono nunca pedia identidade, afinal, sabia que eram todos menores de idade; menores de idade enriquecendo o seu bolso. Talvez os pais não soubessem, ou não ligavam quando haviam feito exatamente o mesmo uma geração atrás. Sempre, nos fins de semana, a estação de trem de Sheffield virava parque de diversões dos adolescentes que iam passar algum tempo lá, rindo com os seus amigos.

Alex estava quase sempre lá com Jamie, Matt e Nick -- especialmente com Matt --, mas naquele dia foi questão de prioridade. Prioridade depois de levar um fora da namorada e, assim, em vez de Helders deixar o amigo sofrer em silêncio no quarto, ele havia o arrastado até ali para beber, fumar e sofrer em público, dentro de uma noite agradável de verão.

Matt argumentou com isso enquanto puxava Turner escadas abaixo, o rapaz ainda meio mau humorado.

--- É quase um pecado você ficar enfurnado nesse quarto numa noite dessas.

--- Que se foda --- Alex resmungou, mas bem, continuou seguindo o amigo. Somente porque não suportava mais o calor de seu próprio quarto.

Mas agora, mesmo com o vento fresco da noite e uma garrafa de cerveja na mão, ele chegava a conclusão de que não se sentia muito melhor que antes. Mesmo que Helders, ao seu lado, tivesse motivos o suficiente para sorrir -- o simples fato de um garoto estar perseguindo pombos de forma engraçada mais adiante já era um bom motivo para seus risos --, Alex ainda não se sentia muito motivado a isso. Nem um pouco motivado.

É o fim do mundo, ele pensou, e mesmo em pensamento sua voz saiu como uma lamúria.

Alex bebeu um gole da sua cerveja e respirou fundo, tateando os bolsos para encontrar a carteira de cigarros. Mas até mesmo isso era doloroso, tendo em vista as lembranças que aquilo lhe trazia -- o primeiro cigarro que dividiu com ela, a cortina de fumaça pairando entre os dois e embaçando um sorriso que viria antes de qualquer beijo.

Ainda se lembrava claramente das palavras amargas soando com a voz baixa e doce no escuro. Do corpo miúdo e macio enrolado no seu se afastando, do sutiã branco dela sendo uma das poucas coisas visíveis no quase breu, do suspiro terrível que ela deu e da respiração que ele segurou por já saber o que viria a seguir. Ainda podia ouvir o silêncio que ficou depois que tudo ser dito -- eu acho que o problema é nós dois --, de ter se recusado a dizer algo porque falar estaria dando realidade àquele pesadelo. Ainda podia sentir os olhos claros dela nele, esperando que dissesse alguma coisa, e mesmo dias depois, quando já havia passado e ele estava na estação de trem de Sheffield, ainda era como se ainda estivesse deitado de barriga para cima e encarando o teto, diante do seu coração despedaçado.

Imagines | Alex TurnerOnde histórias criam vida. Descubra agora