ai foi tão de boa pra escrever a mão no meu caderninho mas tão inferno pra digitalizar ksksksks mas ok, consegui. espero que gostem <3
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--- Não vou mentir, Alex: eu meio que também nunca quero que você vá.
Aquelas palavras ainda soavam docemente nos ouvidos de Turner, mesmo quando já estava a quilômetros de distância de você; ainda assim ele ainda podia sentir os seus lábios macios o tocarem suavemente no rosto, seus sussurros sedosos no ouvido dele, os olhos firmes não o deixando fugir nem se quisesse. Ainda podia te sentir nele e, mesmo que já a tivesse deixado, ainda só conseguia pensar em você, ter o vislumbre da sua silhueta se mexendo o escuro se fechasse os olhos, sentindo o seu cheiro no ar, ainda entorpecido.
Porém o vento gelado de Londres logo a levou para longe, do mesmo jeito simples que leva a poeira da calçada, mas em Turner deixou a presença cruel da ausência e aquele céu terrível escurecendo sobre sua cabeça, enquanto ele cortava o ar sobre a moto.
Ele se retesou quando pisou na calçada e tirou o capacete, já sentindo o rosto dormente pelo vento gelado. Estava rezando para que não chovesse mais tarde, se aquilo acabaria com todos os seus planos. Quando entrou em casa, se certificou de que horas eram -- ainda tinha algum tempo -- e se encaminhou para entrar no banho, debaixo da água quente, embora ainda não quisesse te esfregar da pele.
Mas não, ele pensou enquanto fechava os olhos, eu nunca conseguiria a lavar por completo. E também não queria, e duvidava que um dia iria querer. Talvez fosse tolo demais, intenso demais, dramático demais -- era o que você costumava dizer a ele --, mas não conseguia imaginá-la indo embora. Não queria imaginá-la indo embora.
Não sabia como as coisas seriam caso, no tempo que vocês tinham livres, ele não pudesse mais aparecer na sua casa; como seria não ver mais o seu sorriso ao abrir a porta para ele? Não rir com as suas roupas de ficar em casa? Não ter o beijo de cumprimento no canto dos lábios? Não ouvir os risos quando as roupas fossem espalhadas pelo chão e os sons abafados que se seguiriam com a conversa baixa e a tranquilidade que somente você podia ter. Parecia loucura de repente nada daquilo existir, mas ele se sentia feliz com o fato de existirem.
Até mesmo quando ficavam somente juntos, quem sabe até sem tocar um no outro. Quando ele estava cansado e estressado com algo e procurava a sua companhia porque somente tê-la por perto era o suficiente para melhorar tudo. Quando ficava sentado na janela da sua sala, fumando, e a observando estudar ou ler no sofá, séria e focada. Ou quando você cantarolava enquanto andava por aí, procurando algo nos cantos do apartamento, lindamente distraída para até se esquecer do que estava procurando. Quando vocês ficavam tentando por minutos escolher um disco e então se sentavam para jogar pôker ou quem sabe só beber e conversar por horas. Quando ele deitava a cabeça no seu colo e você o ouvia falar enrolado o tempo que fosse.
