Dominick estava certo.
Ficamos no mesmo grupo. Acontece que as cores nas cabanas também era uma autodivisão das equipes que iriam competir entre si. O lado ruim é que fiquei longe de quase todos os meus amigos e, o lado pior ainda, é que posso ver os olhos de cada um deles, enquanto encaramos um ao outro, ansiando à vitória.
— O principal objetivo é a diversão — diz Dune no centro da aglomeração formada por alunos, agora divididos em três grupos, capazes de serem reconhecidos pelas faixas que usamos no braço. — Evan entregará as bandeiras de cada equipe, cada uma terá cinco minutos para achar um bom lugar para escondê-la, então ouvirão um sinal e, só ai, estarão autorizados a procurar a bandeira do outro. Os monitores estarão pela mata, sempre por perto caso alguém precisar, então não hesitem em usar o apito. — Ela aponta para a cordinha presa no pescoço de uma garota ao lado, que carrega um apito igual ao que todos nós estamos usando.
Por alguns segundos fico sem saber das informações porque minha atenção toda foca na beleza de Evan quando ele para a nossa frente e entrega a bandeira marrom a Dominick. Dou um sorriso amarelo que não é retribuído da maneira que esperava, ele claramente não está na minha.
— Muito bem — continua a líder do acampamento, os cabelos loiro-escuros presos em um rabo de cavalo são levados de um lado para o outro conforme o vento passa por nós. — Os que estão com as bandeiras na mão serão os líderes da equipe.
Ah, não!
Olho para o lado ao mesmo tempo que Dominick me vê, exibindo um sorriso provocativo por estar com nossa bandeira. Reviro os olhos a ele e rapidamente corro a atenção para as outras equipes.
Jude tem a amarela.
Holly a verde.
Mas vejo a sua nítida cara de desinteressada para aquilo e a hesitação com que segura o pedaço de pano, tentando parecer discreta para os olhos dos monitores, Hanna puxa o pano da mão da ruiva e assume a frente.
— Há dois jeitos de perder: desistência e ter sua bandeira roubada. O vencedor é aquele que conseguir pegar as duas bandeiras dos rivais. — Dune ergue uma buzina, suas mãos rodeando a lata e os dedos prestes a apertar o laranjinha que, em breve, será responsável pelo barulho alto que dará a largada. —Vocês estão prontos?
Meus pés assumem uma base pronta para correr. Encaro uma última vez as outras equipes, Jude e Hanna fazem o mesmo, o que acaba por causar uma troca de olhares entre nós. A equipe amarela também conta com Alec, o guitarrista até parece disposto a vencer, não como Hanna, é óbvio, mas para líder de torcida ao seu lado é quase um tanto faz. Já a equipe marrom conta com Jude, Gustavo e Natália, seus olhos estão fixos em mim. Ela não quer vencer pela vitória, só quer ganhar de mim. Gustavo parece estar tão competitivo quanto Jude, o sentimento por ganhar é tanto que nem parece existir a rixa que há entre eles.
É dado a largada.
Dominick corre para a direção oposta da que eu pretendia, mas agarro o seu pulso antes que seja tarde demais e o puxo para onde planejava ir, por ser nomeado o líder, quem estava atrás dele agora me segue também.
Não é como se eu conhecesse o lugar para estar tão certa para onde seguir, mas eu tenho uma ideia do que podemos fazer que não pode ser descartada.
— O que está fazendo? Temos que ir para o outro lado — o garoto reclama.
Quando avançamos dentro da floresta eu tento jogar para o fundo da mente a sensação de cansaço que começa a invadir meu corpo.
— Tenho uma ideia — digo.
Eu, Nick e as outras oito pessoas da equipe paramos próximas ao lago, na parte delimitada entre a floresta.
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Até A Meia Noite [EM PAUSA]
Ficção AdolescenteCassandra Marrie poderia ser fácil uma Cinderela. Mas a vida real tá longe de ser um conto de fadas, em Riverwood as coisas são um pouco mais complicadas. Presa em um acordo cruel com a própria madrasta, Cass não está atrás de um príncipe encantado...