Capítulo. 2🌹

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Marcas do Passado

Elisângela Narrando

         Acordo na manhã seguinte sentindo meus olhos pesados, a curiosidade de olhar no espelho é tanta pois dormi com o cabelo crespo solto e sei que hoje vou partir pentes.

        Vou no quarto de banho, escovo os meus dentes e lavo o rosto. Volto na sala com os materiais de limpeza e começo a organizar a casa. Ao terminar vou tomar banho, praticamente atiro a água no meu corpo e saio imediatamente do banheiro correndo pra não ser vista de toalha por ninguém e para evitar pensamentos desagradáveis.

__Bom dia, Eli,dá pra abrir a porta?

__Bom dia mãe.-Abri a porta e sorri.

__Estás bem?-Pareceu preocupada.

__Estou. Muito bem mãe.-Minto.

__Ainda bem, quero que vá comprar lâmpada.

__Eu não quero sair fora mãe.-Resmungo.

__Não tem escolha,tua irmã não está em casa e eu estou a controlar a panela que está no fogo.

__Tá bem,dá o dinheiro.-Ela me deu o dinheiro e estudou minha feição durante alguns segundos.

       Vestida com meu moletom folgado,uma camisa larga e com o cabelo já trançado por pequenas demãos saio fora e vou direito a loja sem olhar no rosto das pessoas.

__Bom dia,quero uma lâmpada.-Entreguei o dinheiro e o Lourenço recebeu.

__Boa tarde,sempre atrasada com o fuso horário?.

__Sem piadas.-Falo seca.__A lámpada da semana anterior já fundiu se essa fundir vou vir trocar.

__Não vai fundir Elisângela.

__Ainda bem.-Sorrio. E ele me dá a lámpada depois de fazer o teste que acho desnecessário, os produtos sempre funcionam bem na presença do fornecedor.

__Elisângela eu.-Viro para ouvi-lo... Estava a pensar se podemos sair no sábado.

__Não.-Respondi sem rodeios. Tudo que mais quero é manter distância dos homens.

       Ao encostar na porta da sala ouço minha mãe conversar com alguém, paro pra ouvir a conversa pois mencionaram o meu nome.

__Ela fez duas horas ontem no banheiro, é sempre assim.-Minha mãe parece estar triste.

__Já passou tanto tempo, ela deveria superar isso e viver tranquilamente.-A outra voz que parece ser do meu irmão mais velho ecoa pela sala.

__Mas,parece que tudo piora com o passar do tempo. Ela não diz,mas, sofre silenciosamente. Não sei mais o que fazer, nem conversar ela faz. -Lamenta.

__Não deve ser fácil, Elisa já é crescida não podemos fazer mais nada, nós fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance. Pelo menos ela saiu daquela depressão isso é o melhor.

__Se continuar assim pode voltar na depressão.-Me senti muito mal por perceber que minha mãe nota a minha angústia e foi desabafar com o meu irmão, por que ele, não dava pra falar com a minha irmã? Me sinto envergonhada e nem coragem de entrar na sala tenho.

Calma Elisângela você já é adulta,é  só entrar forçar um sorriso e tudo ficará bem.-Minto pra mim mesma.

       Volto no quintal e abro a porta com força pra eles sentirem que alguém chegou entro na sala e noto eles mudarem de feição rapidamente.

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