Capítulo. 30🌹

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Marcas do Passado

Josias Narrando


      Abro a janela da sala e sinto o ar fresco bater contra o meu rosto logo a seguir pingos grossos de água cai sobre o chão,fecho as janelas e vou a porta da varanda para pôr algumas bacias pois lá cai muita água. Volto pra dentro a procura de lanterna,candeeiros e fósforos pra me prevenir caso a luz vá.

       Chove com muita intensidade e me pergunto a que horas durará ou como ficará as ruas pela manhã.
Tenho a impressão de que alguém está a bater a porta,vou pra fora e abro a porta.

     A Chuva cai com mais intensidade do que imaginei,Elisângela se vira para olhar na porta. Ela está completamente molhada,suas pálpebras mechem repetidas vezes, seus olhos estão mais abertos que o habitual, sua boca entreaberta preparada para dizer alguma coisa mas não diz.

__Entra estás toda molhada.-Falo. Ela meche a cabeça em negativo e não se move. Suas mãos apertam a bainha da blusa.

      Olho para os lados e então saio completamente fora,sinto as gotas d'água molhar aos poucos o meu corpo. Pego-a de forma delicada pelas mãos e ela ergue seu pescoço para me olhar. Seus olhos estão vermelhos,ficamos assim por alguns segundos, levo-a pra dentro de casa.

__Eu vou pegar uma toalha pra você se secar.-Falo e vou direto ao quarto pegar uma toalha extra pra ela.__Aqui tens a toalha,mas acho que é melhor você tomar mesmo um banho.

__Não precisa eu vou embora.-Diz,seu tom de voz é baixo.

__Chove muito lá fora,você fica aqui. Anda, vem.-Ouço ela suspirar e me seguir até o meu quarto. Deixo a  toalha, uma camisa e uma calça moletom na cama.__O banheiro é ali.-Aponto para a porta que tem no quarto.__Sinta-se a vontade.

     Vou ao outro quarto me secar e trocar de roupa, depois passo na vozinha aqueço a comida sirvo em dois pratos. Lembro-me de quando saímos do lar e viemos aqui para almoçar e desfrutar da companhia um do outro. Elisângela demora pra sair do quarto o que me faz ir lá ver se está tudo bem.

__Posso entrar?-Bato e espero sua resposta.

__Entra.-Abro devagar  a porta.

__Eu acabei de aquecer a comida.-Falo sem jeito ,ela deixa escapar um breve sorriso.

__Não estou com fome obrigada.--   Oberservo ela atentamente. Olheiras,pele pálida, olhar cansado, imagreceu uns kilos,suspiro.

__Vamos comer.-Concentro-a ,ela faz o mesmo. Olhos nos olhos.__Não adianta negar vamos.--Faço sinal com a cabeça. Não diz nada e começa a andar.

     Comemos em um silêncio total, Eli manteve o rosto fixo no seu prato, quero saber porquê veio aqui a estás horas assim como não quero dar impressão de que quero que ela vá embora. Me pergunto como passou essas duas semanas que a fez ficar assim. Um som forte de trovão ecoa por toda casa fazendo ela soltar um grito e sobressaltar da mesa,me levanto imediatamente e fico ao seu lado. Mais um trovão seguido de faísca com o som mais alto que o anterior. Eli se agarra a mim,sua respiração está acelerada, envolvo com cuidado meus braços em volta do seu corpo para ampará-la. Ficamos parados no meio da cozinha.

__Acho que vai chuver a noite toda.-Falo e ouço ela soluçar,solto-a e ergo minhas mãos em seu rosto para fazer ela me encarar.__Eu fiz algo errado?--Balança a cabeça e chora.

__Me desculpa.-Diz com a voz embargada.

__Porquê?

__Me desculpa.-Repete e tenta controlar o choro. Levo ela até o sofá na sala e sento na mesa de vidro com cuidado.

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