Capítulo. 8🌹

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Marcas do Passado

Josias Narrando

     Estava no meio de uma reunião que surgira de repente com toda a equipe da clínica médica, Igor entrou por lá e fez um aceno indicando que deveria ir ao encontro dele. Mal saí totalmente fora da sala e ele começou a falar.

__A Elisângela está aqui no hospital.

__O que? Ela está bem?-Comecei a andar e ele segurou meu braço me fazendo parar.

__Ela está bem, a mãe dela é que não... sua chance de tentar conversar com ela.

__Jura? Mas da primeira e última vez que nos falamos ela nem me prestou atenção.

__Talvez hoje ela preste. Vé a lógica: ela vai descobrir que és um médico renomado e se calhar...

__Hum não, ela não é desse tipo.

__Você a conhece assim tão bem?

__Só o básico, mas me recuso a aceitar suas teorias. Onde é que a mãe dela está?

__Sala 4. Vamos.

    Igor fez os exames necessários, descobrimos que a senhora costuma fazer as consultas e tinha a operação marcada, por algum motivo ela não fez e agora não dá pra adiar. Igor foi avisar a filha e depois realizamos a cirurgia.

      Quando eu fui na recepção me deparei com ela,foi algo tão rápido que pra mim ter a certeza de que era ela ali voltei a olhá-la e ela fez o mesmo, desviei meu olhar de imediato e continuei a andar.

      Estava a ficar tarde, e fazia 6 horas que ela estava ali, sem comer, sem beber água... Igor teve a ideia de convidá-la pra almoçar conosco e pra minha alegria ela aceitou. Conversamos brevemente porque de repente ela disse que tinha que ir embora. Que ela esconde algo eu sei,mas o que esconde não faço ideia.

     Saí do hospital às 23h e eu estava cansado, assim que cheguei em casa dormi  no sofá.

      Na manhã seguinte, liguei na minha mãe a pedir para que ela trouxesse suas comidas deliciosas no domingo à noite. Eu sou um fracasso na cozinha e comer a comida do hospital já me enjoa.

***

      Nunca tivera uma semana tão esgotante como aquela,tenho o sábado ou domingo pra visitar o lar JP e este sábado devo aproveitar visitá-los e descansar no domingo.

     Vesti minhas roupas casuais e peguei na chave do meu rav 4 ,subi nele e parti rumo ao lar. Selecionei algumas músicas pra ouvir enquanto conduzia. Lembro-me do dia em que decidi abrir o lar.

~Lembranças~

     Era uma manhã chuvosa e eu estava em minha casa sozinho  tentava encontrar uma solução pra o problema de uma paciente.

     Tratava-se de câncer, ela fazia o tratamento a anos, e chegou uma altura que nem os tratamentos faziam efeito,uma operação era o mesmo que matá-la. Eu presenciei a luta diária daquela mulher,  vi a forma como ela lutava contra a doença, ela tinha bastante vontade de viver.

     Peguei meu telefone liguei para o Igor e quando ele atendeu eu disse.

__Igor, nós vamos realizar a operação e salvar a vida da moça amanhã mesmo.

__Que? Você está bêbado, são 02h da madrugada Jó.

__Não estou bêbado, estou a falar sério, se nós conseguirmos salvar ela eu juro que não viverei sem antes abrir um hospital ou lar só para pessoas cancerenosas.

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