Capítulo.28🌹

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Marcas do Passado

Elisângela Narrando

     Quando o Josias ligou apartir do telefone da minha mãe e disse que queria falar comigo fiquei sem saber o que fazer,então sem outra escolha atendi e ele disse que não estava bem que só poderia contar caso nos encontrassémos, eu iria dizer não,mas quando se tem a Paulina e a Ashia por perto as chances de fazer uma escolha errada são de 98% por isso aceitei a proposta.

     A contragosto tomei um banho rápido e usei a primeira roupa que tinha no baú, fiquei a espera dele, e  lá vinha ele com a sua camisa de seda que lhe fica muito bem,fomos ao lugar que ele escolheu e eu gostei,é um lugar bonito,tranquilo a melhor parte foi o facto de ter pouca movimentação.

     A medida que íamos conversando eu baixava a guarda,é como se o Josias tivesse um cartaz enorme colado na sua testa com os dizeres"sinta-se em paz comigo" porque é exatamente assim que me sinto quando ele está por perto, o medo, insegurança, lembranças ruins  ficam descansando na minha mente e ainda que de forma indireta falei-lhe sobre como me sinto e o seu conselho foi o melhor que já ouvi em todo esse tempo, ele não imagina o peso que tirou de mim.

     Queria poder ter o total controle dos meus sentimentos, emoções e pensamentos, mas eu não tenho e fico com medo do que eu sinto quando se trata do Josias. Por causa da experiência passado eu não quero em hipótese alguma ter que viver algo parecido com alguém, só de me imaginar a me apegar,gostar,amar o Josias fico apavorada e da vontade de voltar atrás.

      As 21h Josias me levou de volta a casa, minha família estava toda na rua à minha espera,assim que descemos do carro mamãe correu para me abraçar a dizer que estão todos preocupados e que já iriam chamar a polícia. Sorri e disse ao Josias que não costumo chegar essas horas em casa e ele assintiu como se já soubesse.

      Nos dias que se seguiram mantemos contato, tive que ligar o telefone, algumas vezes nos encontramos, ora em sua casa,ora na minha e tinha dias que fui ao hospital.

     Me sinto mais próxima dele e apesar de uma voz dizer para eu parar, empurro esses pensamentos pra bem longe.

****

      Estava em casa aparentemente sem nada para fazer foi então que lembrei da conversa que tive com o Josias há um mês sobre me permitir fluir,sair da zona de conforto. Um rio de emoções se apoderou de mim e pela primeira vez tive muita vontade de fazer diferente. Estava sozinha, sem nada para fazer, com vontade de tentar o novo, não tinha nada a perder.

     Tomei um banho demorado que eu chamo de terapia do banho e sai do WC a me sentir leve. Usei um vestido branco com desenhos de girassóis pequenos o que fez  o vestido parecer mais amorelo do que branco,ele é de mangas curtas deixando esposto todo meu ombro,da cintura pra cima é colado por baixo é solto e fica abaixo do joelho.

      Calçei umas sandálias de cabedal,no cabelo fiz tranças longas. Já arrumada com a minha bolsa e óculos escuros de sol saio de casa  fiz questão de dizer a mim mesma  que hoje vai ser diferente. Ainda na minha rua, as moças que a dois meses me analisavam estão paradas de frente ao meu portão.
Abro um sorriso e as cumprimento

__Bom dia.

__Bom dia.-Respondem em uníssono e cochicham entre si algo num tom de voz baixo .

     Caminho confiante até a paragem,fico cerca de 10 minutos a espera do táxi, avalio apenas se os vidros são fumados, ao constatar que não, subo no táxi. Aproveito para olhar pela janela e observar as coisas que nos cercam. É gostoso sentir o vento soprar o meu rosto.

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