Capítulo. 10🌹

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Marcas do passado

Elisângela Narrando


       Não me lembro a que horas eu sentei pra escrever, dá pra ver pelo teto do quarto que já anoiteceu e olhando bem as horas no telefone já passa das 19h, minha mãe me chamou para comer e eu disse que iria e ainda assim não fui. Escrevi um texto muito longo e mesmo estando satisfeita com o que escrevi não o publiquei e eliminei, também eliminei o próprio blog não faz mais sentido ter um sendo que não quero partilhar mais meus sentimentos com outras pessoas.

         Acessei a minha conta do Facebook e deu-me também uma vontade de bloqueiá-la, não converso com tanta gente, e as mensagens que recebo algumas são da página e outras de homens escrevendo um monte de baboseira. Bloqueiei aquela conta e criei uma nova,onde adicionei a Paulina e a Ashia ,como não tenho fotos minhas na galeria meti a foto dos meus sobrinhos.

         Minha barriga fez um barulho estranho, não era preciso ser um gênio pra saber que era porque estou com tanta fome. Deixei o computador de lado e pus-me a levantar,voltei a sentar automaticamente, minhas pernas estavam dormente entretanto, preciso repousar pra que ela se acostume com o peso do meu corpo. Voltei a levantar e fui a cozinha comer.

__Boa noite Elisa.-Meu pai passa por mim,enche uma caneca com água.

__Boa noite pai.-Deixa a canela em cima do balcão e vai embora. Termino de triturar os alimentos em silêncio ao terminar lavo o prato e o garfo devolvo no armário e vou sala.

        Está a apresentar uma novela. Meu pai está a jantar à mesa, eu, minha mãe e a Ashia estamos no sofá , uma cena de beijo apresenta já sabendo o que aconteceria,me levanto e vou ao quintal, elevo meu olhar ao céu estrelado. Coloco minha mão direita na minha bochecha direita. "Ainda sinto o peso daquelas mãos sob a minha bochecha, parece até que a dor é mais..."

****


         Os dias têm sido bem entediantes e monótonos,ainda assim não me arrependo por ter recusado a oferta da Elisabeth, acontece que me sentia muito exposta e não é isso que eu quero.

           Às vezes sinto que estou a exagerar e quando tento me desafiar eu travo no meio do caminho. É só sair, conhecer novas pessoas, tentar conseguir um emprego, ou talvez dar continuidade ao estudo, simplesmente, não consigo. E, na verdade eu gosto de viver assim.

        Finalmente o dia para ir ao hospital chegou. Temos que estar as 9h da manhã, acordei cedo e fui tomar banho. Vesti um moletom preto e uma camisa azul de tecido leve, esperei na sala pela minha mãe e quando saiu do quarto já preparada seguimos caminho até o hospital.

__Nem tive oportunidade de ti dizer.-Falo de repente e a minha mãe me olha...no outro dia foi a vizinha da casa que fica frente a frente com a nossa que nos deu boleia.

__Ontem me encontrei com ela e me perguntou se já estava bem,achei estranho ela saber,depois me explicou que nos levou.

__Uh.hum

__Vamos descer aqui gerente.-Minha mãe diz num tom de voz bem audível. O morista parou de conduzir e nós descemos.

__Aqui tinha que ter uma pedonal.-Falo ao endireitar a camisa.

__Esse país ainda precisa muito pra desenvolver.

         Atravessamos a estrada e andamos mais uns kms até chegar no hospital,na recepção.

__Bom dia,temos uma consulta marcada para 9h com o doutor Josias.-Minha mãe diz a moça.

__Bom dia, o doutor está em reunião, esperem um pouco depois vos anuncio.

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