Capítulo. 4🌹

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Marcas do Passado

Josias Narrando

    Sinto um frio percorrer minha espinha, Puxo o lençol na tentativa de me cobrir mas  o frio é demais. A contragosto, levantei da cama e quando olhei as horas no relógio de parede levei um susto. Fui imediatamente no banheiro tomar banho e me vestir adequadamente. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, minha mente viajou até a Elisângela. Fazia mais ou menos um mês que comecei a acompanhar o seu trabalho e sem me aperceber passei a apreciá-la muito, a princípio era um interesse em saber mais sobre seu trabalho, depois surgiu a curiosidade de conhecé-la a fundo. Sempre usava suas roupas a executivo que lhe dava um ar de mais velha,uns 25 anos mas, sua estrutura não coincidia. Era magra, seu rosto demonstrava cansaço e usava sempre o cabelo natural. De todas as vezes que a vi,a maquilhagem não se fazia presente no seu rosto,o que me possibilitava notar seus lábios secos carnudos,  seu rosto pálido e outros traços delicados no seu rosto, a admiração e respeito que tinha por ela começou a ganhar um novo significado. Eu comecei a me apaixonar....


__Bom dia mãe.-Cumprimento a minha mãe assim que chego na sala.

__Bom dia, vai comer?-Aponta o dedo na mesa recheada de comida.

__Vou tomar o café rapidinho não posso atrasar quero conversar com as crianças antes de tudo.-Deposito a chave do carro e a pasta na outra mesa.

__É bom ver o teu comprometimento com elas, filho, tenho a certeza que se a Anália estivesse viva ficaria muito orgulhosa de ti.

__Penso que sim.-Dou uma mordida no pão e um gole longo no café... Uh,preciso ir.

__Vais voltar?

__Não, depois de lá irei no hospital pra realizar uma cirurgia pentende e bom, voltar na minha casa.

    Minha mãe me acompanha até a porta e me faz prometar visitá-la mais vezes. O caminho de casa até ao lar é feito na maior calmaria. Ao chegar lá converso brevemente com a supervisora do lar e sigo caminho a sala, escuto com atenção as novidades que as crianças têm pra me dar,até minha atenção ser dividida entre elas e a Elisângela. Faz um mês que acompanho o seu trabalho como oradora motivacional. Ela conquistou minha admiração e respeito, ver ela de perto é estranho mexeu com as minhas emoções tão rapidamente, senti que ela também me notou.

    No decorrer da palestra observei-a sem desviar o olhar, ela ficou tão intretida que nem viu eu estudá-la tão profundamente. Seus cabelos crespos num puchinho, seus olhos grossos , seus lábios rosas, seu corpo esbelto. Em alguns momentos vejo tristeza no seu olhar,é tão intensa a forma como falou que me pareceu relembrar de um acontecimento desagradável em sua vida. No final da palestra ela meteu um vídeo que me fez lembrar a Anália, tive que sair da sala de fininho.

    Acompanhei ela até o pátio e não pude perder a oportunidade de estar cara a cara com ela e tentar ser seu amigo.

_Eu sou o Josias, Elisângela.--Estendi minhas mãos para cumprimentá-la e ela não  retribuiu o jesto.

__Noto que já sabes o meu nome.-Ela se vira pra mim.

__Sei.-Ela se dá conta das minhas mãos e as aperta.

__Eu agradeço mais uma vez pelo convite.-Nos soltamos lentamente... Agora vou indo.

__Precisa de boleia?-Falei em disparada só pra ficar mais tempo com ela.

__Não.-Respondeu e andou apressadamente. Fiquei parado feito um bobo.

    Como o dever me chama, voltei lá pra dentro e tive uma breve conversa com o pessoal, a seguir fui ao hospital, chegando lá Igor me recebeu de forma animada e ambos fomos a sala de cirurgia. Foram três horas fechados lá o caso era mais grave do que o previsto,por um triz perderíamos o paciente.

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