Capítulo. 17🌹

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Marcas do passado

Elisângela Narrando


__Bom dia.-Josias diz.

__Bom dia,que horas são?-Me espreguiço.

__8h da manhã, não queria te acordar. Seus pais já estão na sala de visita a tua espera.

__Tinha me esquecido que é hoje que recebo alta.

__Vou sair pra você se arrumar assim aproveito  conversar com os teus pais.

__Está bem.

       Olho o teto branco afim de ganhar coragem para me levantar da cama. Esse quarto do hospital se tornou uma nova casa  sinceramente queria eu poder passar mais tempo aqui, longe de lembranças ruins e da solidão do meu quarto.

      A enfermeira Mara entrou no quarto me ajudou a se preparar. Minhas roupas estão devidamente organizadas em uma pasta que a minha mãe trouxe, as tigelas de comida de ontem já lavadas,estão num saco preto. Minha mãe e o Josias entraram no quarto,fiquei feliz em vê-la e triste por não ver o meu pai.

__E o pai?-Pergunto.

__Ele teve que ir trabalhar.

__Oh,sim!-Finjo não estar ofendida.__Podemos ir certo?

__Claro,vais conseguir andar até a paragem?-Ela pergunta.

__V....-Sou interrompida.

__Se não for um incômodo me ofereço para levá-las em casa.-Josias diz olhando nos meus olhos.

__Está bem pra ti Elisa?-Mamãe pergunta.

__Si. Sim.-Gaguejo. No fundo gostei da ideia,é doloroso deixar o hospital, significa que meus dias bons acabaram.

***


      Já no carro,enquanto coloca a chave na inginação, Josias tira sua bata deixando a mostra sua camisa de ceda branca. Me repreendo mentalmente por prestar indevida atenção e logo sou acordada dos pensamentos pela minha mãe.

__O pé ainda dá muita dor?-Estamos sentadas no bancos da trás.

__Um pouquinho.-Foco meu olhar na janela do carro.

__E o que vais fazer quando ficares totalmente boa?

__Como assim?

__Não vais procurar emprego, coisa do gênero...

__Eu acabei de sair de um emprego, não quero mais.-Me movo de forma desconfortável no banco,sei que o Josias está a prestar atenção no assunto, provavelmente se perguntando porque não quero trabalhar.

__Eu pensei que depois disso quisesses fazer alguma coisa.

__Na verdade quero mas, não é nada que eu não esteja acostumada e por favor não vamos falar sobre isso.

__A próxima rua doutor.-Mamãe diz.

__Por favor, me chame de Josias.-Ele sorri.

__Sim.

         Chegamos e eu desço com a ajuda do Josias,mamãe se encarregou de levar a pasta, a sacola,ela não deixou de reparar no contacto físico que surgiu entre eu e o Josias, se fosse eu a ver também acharia um absurdo e estranho demais. Nossas mãos estão entrelaçadas, nossos corpos próximos,sei que ele sente o suor das minhas mãos, caminhamos a passos lentos até a sala.

__Obrigada.-Digo.

__Por nada.-Ele põe as mãos no bolso e eu sento no sofá. Minha mãe foi trazer as coisas, não deixo de reparar ele sem a bata. Calça jeans preta,tênis pretos com barras brancas, sua camisa branca que lhe ficou levemente ajustada marcando seus músculos.

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