Capítulo. 14🌹

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Marcas do Passado

Josias narrando


       Elisângela veio me procurar   como nós presumimos.
Ela saiu da casa dela e veio aqui no hospital pra falar comigo.
Ela veio me procurar, pra falar comigo. Parece um sonho. Quando ela foi embora Sorri feito um adolescente apaixonado, e sim eu estou apaixonado e não, eu não sou um adolescente.

       O resto do dia passou rapidamente , me sentia bastante entusiasmado, não parava de pensar nela e apesar de negar o meu convite já me imagino passeando com ela várias vezes.

        As 18h, terminei de realizar uma cirurgia e parei no corredor com uma chávina de café. Me peguei a reavaliar minha atitude diante da Elisângela. Pensei que fui precipitado ao convidá-la pra sair, depois do convite ela ficou extremamente séria  até foi embora,eu fui um idiota  nesse momento ela deve me achar um apressado,me sinto infantil demais  talvez o melhor a se fazer é manter distância. Igor vinha logo a frente com a sua bata toda manchada de sangue, parou de frente a mim  fez um meneio de cabeça em direção a chávina.

__Sempre com café!

__É o que tem,e além disso me mantém acordado.-Balancei a chávina ligeiramente.... Você está sujo de sangue.

__Já ia trocar,não estás diferente.-Me analisei numa olhada rápida.

__É,nem um pouco. Vou levar isso no refeitório.

     Uma equipe médica vinha na nossa direção, na maca se encontra uma jovem que está a sangrar muito na testa, ao seu lado um jovem que olha pra  ela sem muita expressão no rosto.

__É a Elisângela.-Disse o Igor.

__Elisângela?, pega isso.-Dei-lhe a chávina e segui os médicos, entraram numa sala comum e começaram a cuidar dos seus ferimentos. Fiquei apenas parado a observar, meu coração doía de lhe ver assim. Em 1h estava tudo sub o controle,depois da enfermeira responsável sair da sala me aproximei dela e analisei.

     Um ponto na testa. Marcas de dedos no rosto. Hematomas no braço. Ferimento na perna direita próxima ao joelho. O que será que aconteceu contigo? Quem foi a pessoa que bateu-te?-20 minutos se passaram e eu tive uma ideia. Falei com a enfermeira responsável para passar o caso pra mim e colocarmó-la num quarto particular.

    A troca foi feita. Metemos ela na cama  a tapei,fiquei um tempinho em silêncio a observá-la, Mara limpou a garganta me pegando de surpresa eu virei  ela  devolveu um sorriso.

__Quem é ela?

__É uma am... Filha de uma paciente.

__Você gosta dela?

     Mara começou a estagiar no hospital no mesmo período que eu,  acabamos sendo adimitidos juntos,desde então passamos a conversar muito e posso dizer que ela é minha amiga. De vez em quando almoçamos juntos  partilhamos algumas ideias, ela me conhece tanto que saberia quando estou bem,quando estou a fingir, então não adianta mentir para ela.

__É tão evidente?

__É só porque você quer cuidar dela.-Trocou o peso do corpo.

__Eu me preocupo com os  pacientes, Mara.

__Eu sei Josi,mas você se preocupa muito mais com ela.

__O que você acha disso?

     Não deu tempo dela responder porque ouvimos a Elisângela falar frases inacabadas e tremia bastante. Comecei a acordá-la  ainda com os olhos fechados ela pediu para lhe soltar, se debatia freneticamente. Vê-la naquele estado era doloroso demais pra mim e no momento eu só pensava em acalmá-la e foi o que consegui com bastante insistência.

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