Capítulo 13

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HARRY D'EVILL

-Agora assine aqui, milady. - O vigário estende os documentos para Luise e vejo-a segurar a pena com as mãos trêmulas.

Estou certo de que terei minha cabeça colocada a prêmio por minha mãe e minhas irmãs, um casamento às pressas, sem a família é o cúmulo do absurdo para todas. Escrevi e enviei cartas para meus pais e cada um dos meus irmãos, logo mais receberei escritos raivosos de minhas irmãs.

Ah, como eu gostaria de ver suas reações. Victoria ficará extremamente puta comigo e Elizabeth tentará esmagar minha cabeça com um livro. Contanto que Charlotte não deixe-me viúvo em pouco tempo de casado, ficarei bem.

Possivelmente os melhores a receberem notícia será meu pai e Anthony. Mamãe tentará vir até aqui nos primeiros raios de sol e papai a impedirá de entrar no coche.

Os laços familiares... Como não enlouquecer com eles?

Nosso casamento não poderia ter sido mais simples. Os criados são nossas testemunhas, Edmund mal consegue conter a empolgação, saltitante ali no canto do escritório. A cerimônia foi rápida e direta, o vigário não deteve-se nos ensinamentos bíblicos e partimos para a assinatura dos documentos.

Luise organizou um jantar especial com a ajuda de Margot, fora isso seguimos nosso dia como qualquer outro.

Não puder conter a chama de orgulho em meu peito, algo primitivo e possessivo - definitivamente inadequado - mas tê-la como minha esposa, Luise D'Evill, excita-me como nunca imaginei possível.

Luise D'Evill, condessa de Wendwood.

-Milorde.

Pego a pena com o maior sorriso que já tive. Algo insano, de certo, nos conhecemos a pouquíssimo tempo e estamos firmando um laço para o resto de nossas vidas, contudo sinto que é o correto.

Não posso falar que a amor, definitivamente não é o caso, mas meus irmãos e eu fomos criados para buscar a felicidade, não importando as demais circunstâncias. Espero honrar os ensinamentos de meus pais e mostrar q Luise que a respeitarei, como minha esposa, mãe dos meus filhos, amiga e tudo mais que venhamos a ser. Não haverá traições ou descaso, esforçarei-me ao máximo para que nosso relacionamento dê certo.

-Pela autoridade a mim confiada, eu os declaro marido e mulher, diante dos homens e diante de Deus. - Fala o vigário local ao recolher os documentos assinados.

-O beijo! -Edmund protesta e Margot nem ao menos disfarça seu riso de contentação. Tenho quase certeza que Edmund receberá sobremesa a mais de Margot esta noite.

Luise parece nervosa ante a perspectiva de me beijar. Ela deseja consumar nosso casamento - eu desejo ainda mais -, todavia a pequena coisa fica nervosa perto de mim e por mais que isto me divita, preciso que ela relaxe. Tê-la tensa não é bom para nenhum de nós.

Enlaço sua cintura e a puxo contra mim, seu corpo molda-se ao meu com tamanha perfeição que sinto vontade de arrastá-la para o quarto como um verdadeiro selvagem. Ela suga o lábio inferior e meu olhar cai para lá instantaneamente. Suas pupilas dilatam nos belos olhos escuros, seu cabelo preso em um coque na nuca, implorando para ser desfeito.

Seus seios comprimem e lutam contra o decote do vestido, os chamativos montes pedindo a devida atenção por sua respiração entre-cortada.

Dou um leve apertão em sua cintura, seus dentes liberando o lábio inferior antes que eu colocasse meus lábios nos seus. Pouco me importaria que há pessoas nos observando, tê-la contra mim, provar de seu sabor... Deixo minha língua adentrar sua boca e mostrar tudo o que desejo fazer com ela, mostro a sua boca como anseio por fodê-la como se deve, enlouquecê-la até que o êxtase a consuma e o clímax a domine.

Obriguei-me a soltá-la somente porque há uma criança na sala. Edmud pode estar empolgado com nosso enlace, mas definitivamente não precisa de uma amostra dos meus planos peversos com sua tia. Seria demais para o pobre garoto.

-Oh, meu Deus. - Sussurra ofegante, as bochechas coradas. O único problema desta visão é que temos companhia no escritório e Luise ainda se encontra vestida.

-Creio que podemos jantar agora. - Sorrio para os presentes, aproximando-me do ouvido de minha esposa para que apenas ela me escute - Preciso cuidar de alguns documentos no escritório após o jantar, é o tempo necessário para que Edmund durma.

-Tudo bem.

-Estarei lhe esperando, baby.

Beijo sua bochecha antes de tomar seu braço no meu e guiar todos os presentes para fora do ambiente até a sala de jantar. A expressão de espanto do vigário quando Edmund sentou-se a mesa conosco quase fez-me rir.

Por vezes esqueço que tenho hábitos distintos do restante da população.

O pequeno Ed portou-se como um adulto durante toda a refeição, fazendo perguntas educadas e não interrompendo a conversa dos demais, não brincou com a comida e - não surpreendendo a ninguém - recebeu mais sobremesa que o costume de Margot, a mulher ama crianças e crianças espertas principalmente.

Agora sabemos porque Charlie a seguia por todos os cantos da casa, recebendo propina de chocolate às escondidas. Existem somente três pessoas que nunca foram chantegeadas pela bandida da família: Meu pai, minha mãe e Margot. Se meu avô estivesse vivo ele estaria na seleta lista também, o homem sempre tinha chocolates para Charlotte e ela, como a boa pequena diaba que é, adorava.

Agora é hora de planejar, Luise e Edmund estão sob minha responsabilidade agora e preciso estudar tudo o que puder sobre seu tio. Ele é inimigo de nossa segurança então é bom saber com quem estou lidando.

Luise confiou em mim para lhes ajudar e é exatamente isso que farei. Enviarei outra carta ao meu irmão e a Elizabeth, pedindo que reúnam o máximo de informações que conseguirem encontrar.

O bastardo pensa que pode chegar até Luise e lhe tirar a guarda de Edmund, sem dúvida planeja se livrar do garoto para tomar posse de sua fortuna, mas nunca cogitou que poderia me ter como seu obstáculo.

Luise é uma D'Evill agora e se ela deseja a guarda de seu sobrinho, assim será.

Conde Tentador - Os D'Evill 04Onde histórias criam vida. Descubra agora