Capítulo 1

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LUISE THOPERTON

-Titia, estou cansado!

-Eu sei meu querido, mas estamos quase lá. Aguente só mais um pouco.

-A chuva está aumentando.

-Eu sei, Edmund, mas precisamos correr.

Seguro ainda mais forte sua mão e corro por entre as árvores com toda a atenção possível embaixo dessa chuva densa. Nunca imaginei que iríamos estar nessa situação, mas prometi ao meu irmão, em seu leito de morte, que cuidaria de meu sobrinho até o último dia de minha vida e cumprirei minha promessa.

Finalmente avisto a casa que estava procurando. Brand Hall é nossa propriedade vizinha mais próxima e minha única solução prática no momento, nossas vidas estão nas mãos dos duques, caberá a eles nos ajudarem ou nos entregarem ao inimigo.

-O que estamos fazendo aqui, titia?

-Pedindo ajuda, meu querido.

-Do que estamos fugindo?

-Não estamos fugindo, Ed. Estamos começando uma aventura!

-Como nas histórias que lê para mim antes de dormir?

-Sim, agora fique quietinho e comporte-se, sim?

Ele concorda e diminuo a corrida, caminho apressadamente até a porta principal da residência. Não tenho ideia se nos seguiram ou se alguém nos viu, mas peço à Deus que não.

Toco na aldrava e espero ansiosamente para ser atendida, como há certa demora toco mais algumas vezes até que um senhor atende à porta, vestindo uma ceroula e com o rosto levemente amassado pelo sono pesado em que estava.

-Posso ajudá-la, senhorita?

-Preciso falar urgentemente com o duque e a duquesa.

-Senhorita, já passa das duas da madrugada, o duque e sua esposa estão dormindo, assim como todos na casa. – O senhor fala, ainda sonolento, e finalmente parece perceber que chove e tanto eu quanto meu sobrinho estamos encharcados.

-Acredite, senhor, eu jamais apareceria aqui neste estado e nestas circunstâncias se não fosse de extrema importância. Sou a senhorita Luise Thoperton e este é meu sobrinho, Edmund Thoperton, barão de Greenten.

O homem nos olha por um longo tempo antes de suspira e abrir a porta para que entremos.

-Me acompanhem, por favor. – Fecha e porta e nos leva para uma sala próxima, onde o fogo da lareira está quase se extinguindo e isso é perfeito, já que não gostaria de mostrar as pessoas de fora da casa que há pessoas acordadas – Podem se acomodar aqui, pedirei que venham aumentar o fogo da lareira e trarei toalhas. Chamarei o duque e em alguns minutos retorno.

-És mui gentil, senhor, mas gostaria de lhe pedir que não aumente o fogo. Não quero chamar atenção para a casa.

Lance-me um olhar interrogativo, mas concorda e sai da sala. Suspirando um pouco mais aliviada, guio Edmundo para perto das pequenas brasas e me ajoelho diante dele, deixando a valise que carreguei até aqui no chão.

-Fique aqui um pouco, querido, assim conseguirá se aquecer e logo poderá se secar e descansar. Tudo bem? – Concorda outra vez – Ótimo, agora tire este colete e essa blusa, estão molhados e gélidos, acabará adoecendo.

-Não vai se aquecer também, titia?

-Eu ficarei bem, meu amor.

-Titia?

-Sim?

-Nossa aventura vai demorar muito?

-Não sei, por quê?

Conde Tentador - Os D'Evill 04Onde histórias criam vida. Descubra agora