Bajo La Mesa

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Era segunda, Sina acordou mas não quis se levantar, ficou deitada e viu que horas eram. Após cinco minutos levantou, foi ao banheiro, escovou os dentes, vestiu a primeira roupa que achou, tomou café com os pais e enfim saiu sem vontade para o colégio.

Sem vontade entre aspas, na verdade, a única coisa que a fez ir para o colégio aquele dia tinha nome e sobrenome, Heyoon Jeong. Isso mesmo, a coreana não saia de sua cabeça desde o encontro que tiveram no sábado, melhor, desde que a conheceu, só que agora seus pensamentos eram mais intensos.

Estava ansiosa para encontrar com Heyoon, a garota a ignorou todo o domingo. Se perguntava se havia feito algo errado, no sábado parecia estar tudo bem quando a deixou em casa e mais alguns beijos foram trocados por elas, inclusive a coreana passou do horário estipulado por sua mãe, mas nada aconteceu.

No colégio, deixou seu carro na vaga de sempre e foi ao encontro dos amigos.

- Bom dia, como estão plebeus? - Sentou-se ao lado de Sofya a abraçando de lado.

- Viu passarinho verde esse final de semana ou foi um patinho Sina? - Noah perguntou debochado.

- Ah, você estava aí é, nem percebi, minha visão não foca em traidor, e respondendo sua pergunta, não é da sua conta, mas mesmo assim, fique você sabendo que a garota já está aqui. - Apontou para a palma da mão.

- Essa é minha garota. - Bateram as mãos por cima da mesa.

- Que algazarra é essa aqui sem mim? - Sabina se aproximou com Joalin.

- Senta aí Hidalgo, a Sina tava contando que  a Jeong tá comendo na mão dela.

- Ah é? - Sabina encarava a alemã com um olhar sugestivo e a outra, suplicava em silêncio para Sabina manter a boca fechada. - Interessante.

Sabina observou quando Heyoon entrou no refeitório com seus amigos e seus olhos procuravam por sua amiga, quando a viu olhando-a, rapidamente desviou o olhar ajeitando os óculos no rosto.

- Sina, você ja pensou no que fazer se a Jeong quiser beijar você? - Bailey que dormia escorado em Noah acordou para perguntar. - Digo, argh... Ela não deve nem saber beijar. - Todos riram na mesa, exceto Sina que engolia em seco.

- Eu não vejo graça nisso. - Disse fingindo despreocupação pra esconder o nevorsismo.

- Que seja, mas aí, você a beijaria Sina?

Fizeram silêncio esperando a resposta.

- Não.

Seu tom foi seco e sua expressão estava séria. Sabina revirou os olhos e apenas Sina percebeu seu ato.

- Como você pretende então chamá-la para o baile? - Sina não estava entendendo por que de uma hora pra outra o amigo se interessou pelo seu "caso" com Heyoon.

- Pra chamar alguém para o baile é preciso beijar por acaso? É pré requisito isso?

- Depende, se você...

- Já que está tão interessado por que não a beija você mesmo e chama para o baile? - Todos a encaravam espantados depois do pequeno ataque de raiva e ela procurou se recompor saindo por cima. - Olha, falar dessa garota me irrita, ela é irritante, e vocês sabem que eu só me aproximei dela por causa dessa maldita aposta, então, parem de me encher o saco, por favor.

- Ui, tá bom, não tá mais aqui quem falou, então Noah, fala aí como tá indo você e aquela garota australiana? - Agora que o foco de todos eram em Noah, Sina aproveitou a brecha para sair dali.

Entrou no banheiro e apoiou as mãos na bancada. Pelo espelho viu a porta ser aberta e Sabina aparecer em seguida.

- Obrigada por não falar nada.

Como eu quase perdi a sua mãeOnde histórias criam vida. Descubra agora