ContoP.o.v Daise
Ao acordar eu estava decidida a acabar com a minha vida, tirei o dia de hoje para ver meus amigos, minha família e ir em lugares que sempre quis ir, mas sempre adiei por n motivos, peguei meu celular e liguei para a menina que mais amei todos esses anos, ela não atendeu a chamada, o que de certo modo me deixou aliviada, até porque eu não saberia o que dizer, acabou caindo na caixa postal e eu falei:
- Oi Diana, já faz dez anos que nós perdemos o contato, sei que provavelmente já se esqueceu de mim, mas mesmo tendo passado todo esse tempo eu ainda te amo, ainda sinto seu perfume, lembro do seu sorriso, da forma que nos amamos, vim aqui hoje para me despedir de você, essa é a última mensagem que ouvirá minha, pois amanhã eu estarei morta.
Desliguei a chamada com o coração despedaçado, sei que ela jamais irá me perdoar pelo que estou prestes a fazer, mas o que mais posso fazer? Olhei para céu como se isso fosse resolver os meus problemas, já passava das três da manha quando ouço meu celular tocar e ao atender escuto:
- Como assim Deise amanhã você estará morta?
- Melhor você não saber.
- Onde você está.
- Não vou te dizer.
- Por favor vamos conversar.
- Melhor não, já estou decidida.
Desliguei a chamada, eu não suportaria continuar escutando a voz dela sem querer ir atrás dela, meu celular continuou tocando insistentemente, realmente espero que ela não descubra onde eu estou porque eu sei que ela vai tentar fazer com que eu mude de ideia, mas eu não encontro outra saída pro que eu estou sentindo aqui dentro do meu peito, vi o dia raiar e resolvi voltar para casa, mais uma vez ao entrar no meu apartamento me veio aquela tristeza e solidão, eu perdi toda a minha família em um acidente de carro e desde então estou sozinha no mundo, peguei todos os meus remédios e os tomei todos de uma vez, nem me importando se me faria mal ou não, eu já deixei de me importar comigo faz muito tempo, minhas vistas começaram a escurecer e parecia que o mundo estava girando ao meu redor, vi minha vida passar pelos meus olhos, algumas coisas me arrependi amargamente, outras nem tanto, apaguei logo em seguida.
P.o.v Diana
Acordei assustada depois de ter um pesadelo e a ultima coisa que me lembro do sonho foi que a Daise estava morta e que eu não pude fazer nada, tentei me acalmar, mas estava difícil, mesmo depois de dez anos eu ainda amo essa mulher, mas o destino não nos quis juntas, ao pegar meu celular percebi uma ligação de um numero desconhecido e ao ouvir a mensagem que estava na caixa postal fiquei preocupada com o que ela disse no final, de que amanha estaria morta, na mesma hora liguei para o seu celular, foi bom escutar a voz dela novamente, mas eu estava com o coração apertado e sabia que se não agisse rápido acabaria perdendo o amor da minha vida para sempre, quando a ligação caiu eu tive a certeza de que alguma coisa iria acontecer, num rompante peguei a chave da minha moto e dirigi por horas a procura de alguma pista de onde eu poderia encontrá – la, depois de muito pensar acabei lembrando de uma conversa que tive onde me disse que a casa dela era seu refúgio, acelerei a moto a todo vapor até chegar à casa dela.
Ao entrar em seu prédio respirei fundo antes de bater na porta, bati varias vezes e nada de ninguém atender, eu já estava ficando preocupada e pensando no pior cenário possível, lembrei da chave que tinha da casa dela, rezei para que ela entrasse na fechadura, consegui abrir, o ambiente estava um breu, não conseguia ver nada, olhei cômodo por cômodo, e a medida que eu não a encontrava entrava em mais desespero, o ultimo lugar que olhei foi o quarto dela, esse lugar tinha tem tantas historias nossas, antes de entrar precisei de um momento para respirar, a cena que eu vi me fez ficar sem reação, eu a vi no chão com uma garrafa de vodka na mão e várias caixas de remédios espalhadas pelo quarto, cheguei bem perto dela para ver se ela estava viva ou morta, a respiração dela estava bem baixa, peguei meu celular com as mãos tremulas e liguei para a emergência, eles demoraram cerca de dez minutos e esses foram os minutos mais demorados de toda a minha vida, a levaram para o hospital e eu não pude fazer mais nada.
P.o.v Daise
Acordei meio desorientada, olhando ao redor percebi que eu estava em uma cama de hospital, mas o que mais me surpreendeu não foi isso e sim o fato da Diana estar adormecida na cadeira, falei em voz alta para que ela escutasse:
- O que você está fazendo aqui posso saber?
- Eu estava preocupada com você, como pode fazer isso comigo?
- Eu estava me sentindo sozinha.
- Você não está sozinha, tem a mim.
- Como assim?
- Você é muito idiota.
- Por que diz isso?
- Será que você não entende que eu nunca deixei de te amar todos esses anos.
- Como assim? Foi você que terminou comigo.
- Você estava sofrendo por eu estar doente, não queria que ficasse comigo por pena.
- Eu nunca faria isso.
- Agora eu sei disso.
- Me desculpa por ter me afastado de você.
- Nós duas devemos desculpas, também fui muito rude com você.
- Verdade, mas agora me promete uma coisa?
- Dependendo do que claro que prometo.
- Promete que sempre que se sentir sozinha vai me dizer? Eu te amo e quero estar ao seu lado.
- Está bem, eu prometo.
Selamos a nossa promessa com um selinho e eu imaginando o que seria de nós a partir de agora.
Texto escrito por:
AmandaPimentel940
Amanda Pimentel
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você Não Está Sozinho!
PoetryColetânea de Textos, contos e poesias. - Setembro Amarelo. O movimento setembro amarelo busca sensibilizar e conscientizar a população da importância no assunto. Nesta coletanea reunimos todos os trabalhos enviados por nossos participantes que ace...