O Guarda-Chuva Vermelho

• Capítulo 13 •

Um mês havia se completado, um mês sem Anne. Ela continuava lá, sem nenhuma reação além da convulsão que tivera na semana anterior, deixando todos desesperados. Clara ligava com frequência para Leonardo e o convenceu a contatar Helena sobre o ocorrido, e ele o fez quando chegou em seu apartamento.

20:00, 06 de agosto de 2016
De: Leonardovieira@myadress.com
Para: Helenasantonini@myadress.com
Assunto: Anne Santonini, sua irmã.

Olá, Helena.
Aqui é o Leonardo, acho que se lembra de mim no hospital. Bem, as notícias não são boas. Infelizmente Anne teve uma convulsão terrível na semana anterior, pensamos que ela não fosse resistir. Ela vem sofrendo muito por causa das cirurgias e retiradas de sangue no cérebro. Sinto muito por te contar tudo isso, mas quero te deixar informada depois de tanto tempo.

Atenciosamente,
Leonardo Vieira.

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21:30, 06 de agosto de 2016
De: Helenasantonini@myadress.com
Para: Leonardovieira@myadress.com
RE: Assunto: Anne Santonini, sua irmã.

Olá, Léo (acho que posso te chamar assim).
Obrigada por se lembrar. Estou triste ao saber sobre o estado de minha irmã, pensava que ela estaria recuperada dentro de um mês. Sinto-me mal por não estar ao lado dela, mas tenho uma notícia...
VOU MORAR NO BRASIL!
Daqui uns dias estou chegando. Preciso da sua ajuda porque estou completamente perdida! Pode ser?

Agradecida,
Helena Santonini.

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22:34, 09 de agosto de 2016
De: Leonardovieira@myadress.com
Para: Helenasantonini@myadress.com
Assunto: Eu, Guia?

Olá, Helena,
Sim, posso te ajudar em sua estadia no Brasil. Não foi sua culpa não saber que tem uma irmã, fica tranquila! Será importante para Anne que você esteja próxima.
Preciso de informações para te ajudar.

Grato,
Léo Vieira.
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07;00, 10 de agosto de 2016
De: Helenasantonini@myadress.com
Para: Leonardovieira@myadress.com
Assunto: Cheguei no Brasil.

Oi, Léo,
Estou no apartamento em frente à editora, podemos nos ver hoje?
Meu celular novo é: (11) 9XXXX-XXXX.

Imensamente grata,
Helena.

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Leonardo: Oi, Helena! Podemos conversar hoje depois das oito, como foi a chegada?
Helena: Olá, Léo, tudo bem! Foi tudo sossegado. Até! Te espero em frente ao condomínio.

Ninguém além de Leonardo e Clara sabiam sobre a existência de Helena, mas agora todos saberiam que Ricardo escondera uma Santonini em Portugal. Leonardo estava com os pensamentos turbulentos, tivera pesadelos durante duas semanas seguidas, trabalhava duro para manter tudo em ordem para a chegada de Helena.
Joaquim ficara responsável pela editora de São Paulo, por ser habilitado para exercer tal função, tudo agora passava em suas mãos.
Ao chegar o horário para se encontrarem, Helena se antecipara para não atrasar a conversa. Ele saiu da editora com uma enxaqueca terrível.
Avistou-a o esperando onde combinaram, ele tentou sorrir para parecer bem, mas foi em vão.
— Boa noite, Léo. — disse, abraçando-o.
— Helena... como você está? — perguntou olhando para ela sem jeito algum. Ela lembrava muito Anne deixando-o desconfortável.
— Estou melhor por estar aqui perto de minha irmã e você? — disse apontando para que ele entrasse.
Leonardo relutou, mas ela insistiu que o assunto deveria ser tratado em sigilo.
Entraram no elevador, ambos ficaram a certa distância um do outro.
— Helena... — disse Leonardo baixinho.
— Fale... — disse, olhando para ele compreensiva.
— Me desculpe por eu estar agindo desta forma, mas é que você me lembra Anne... — desabafou sentindo-se um completo idiota.
— Tudo bem, você a ama? — disse, secando a lágrima que caiu dos olhos dele.
— Sim... eu amo aquela mulher. — disse colocando a mão sobre o ombro de Helena.
As portas do elevador se abriram, ela saiu em sua frente. O apartamento era grande para apenas duas pessoas, Helena e sua mãe, Olivia. A mãe de Helena parecia ser uma boa mulher, tratara Leonardo muito bem.
Entraram em um possível escritório, havia muitos papéis em cima de uma mesa deixando-o intrigado. Ela disse para que ele se sentasse e assim o fez.
— Quero ser muito clara Léo, o fato de eu aparecer vai causar grandes mudanças em minha vida
— disse se sentando de frente para ele que a observava com atenção. — Primeiramente, não quero que ninguém saiba que sou irmã de Anne, porque não quero ser reconhecida como filha de Ricardo Santonini, não por enquanto, não ache que quero tomar posse dos bens de minha irmã e por isso estou aqui. Pretendo ficar no Brasil até ela se recuperar completamente, depois voltarei para Portugal. Conte comigo para o que precisar, principalmente para ajudar a levar o que precisa para o hospital. Preciso que você cuide das coisas dela como vem cuidando, tenho certeza que tudo estará em perfeita ordem quando ela voltar. — Terminou, sorrindo.
— Foi totalmente clara, Helena. Agradeço por se preocupar tanto com Anne. Sei que tudo estará bem quando ela voltar. — disse aliviado por poder contar com alguém mais próximo que Clara. — Irei manter sigilo absoluto sobre você, dona misteriosa. — Brincou.
Ela riu com a brincadeira, ambos simpatizaram um com o outro.