Capítulo 1

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Any

Cá estava eu, me despedindo da minha mãe, prestes a entrar dentro de um avião para Nova York. Cenas de despedidas são as cenas mais clichês que existem em qualquer lugar. Primeiro, os choros, depois a saudade. E logo depois... A personagem encararia uma nova jornada.

Eu olhei para ela pela última vez, entrei no avião e a vi chorar com mais intensidade. Eu poderia ter ficado mais um pouco... E admirado a sua beleza natural. Abaixei o olhar enquanto estava pensativa, agora é apenas esperar, Any. Espero chegar em Nova York viva.

Quando os meus pais se separaram, a minha mãe decidiu morar em um lugar diferente, então sem pensar duas vezes ela escolheu o Brasil. Não me adaptei ao estilo de lá, porém eu faria de tudo para ficar com a minha mãe de novo.

Meu pai não gostou da idéia de eu estar longe, então decidiu colocar minha a guarda no juíz, eu sei que eu tenho idade o suficiente para decidir com quem ficar, porém, o idiota do juíz decidiu que a qualidade de vida do meu pai, era mil vezes melhor que a da minha mãe.

E agora, estou aqui, em um avião, indo para Nova York, o meu antigo lar.

AEROPORTO

Quando eu cheguei ao meu país, minha cidade, a primeira coisa que escutei foi uma voz grossa chamando o meu nome.

-Any. - Olhei para trás.

-Pai -Solto as minhas bagagens e saiu correndo em sua direção, pulando em seu colo.

- Que saudades. - Disse ele enquanto me girava ao ar.

- Eu também, muita. - O aperto forte. Depois de um longo abraço, ele me colocou no chão, fazendo-me encara-lo fixamente.

-Você está tão linda, a última vez que te vi, estava tão pequena, e continua a mesma.- O meu pai falou debochando. Abro um leve um sorriso.

-A última vez que eu te vi, o senhor estava mais novo. E agora está tão, velhinho.

-Engraçadinha. Ei, preciso te apresentar a uma pessoa. - Falou e logo depois chamou uma mulher, ela era alta e muito bonita aliás. -Essa é a sua madrasta. - Abri a boca espantada. MADRASTA? Está de brincadeira não é?Como assim?

A mulher vem em minha direção, estendendo as mãos.

-Oi- Indaguei tímida.

-Você é muito bonita, Any. - Diz ela vindo me cumprimentar - Vai ser incrível morar com você, agora seremos uma família completa, comigo, você, o seu pai e o seu irmão.

-O QUÊ? - Grito sem perceber, porém, coloco as mãos na boca, reparando no ato. Os meus olhos são desviados para um garoto atrás dela. Ele olha para mim. Como que ele foi parar ali?

- Olá gracinha. - O seu deboche me fez sentir muita raiva.

-Irmão? - Perguntei voltando a encarar o meu pai.

-Sim. Eu e Olívia decidimos nos casar. Quer dizer... Já estamos casados. -Ótimo, porque o meu pai não me tinha falado nada disso antes? E por que eu sempre sou a última a saber?

Porém... Como eu sempre quero vê-lo feliz, o importante é que ele esteja feliz, não é?

- Que legal... - Falo desanimada. Vou em direção ao garoto e estendo as minhas mãos. Quero parecer pelo menos amigável.

-Prazer, espero que possamos nos dar bem.

Ele me encara e da um sorriso debochado.

-Acho que isso não será possível, fofa. - E assim o jovem garoto virou o rosto e continuou a mexer em seu celular.

-Josh, que falta de respeito, cumprimente a Any.

- Não estou afim. -Que grosseria. Olívia respirou fundo, devia estar tentando controlar os neurônios.

-Cadê as suas bagagens? - Pergunta Olívia.

-Minha... - Paro, para pensar um pouco. MINHAS BAGAGENS! Saí correndo para aonde eu deixei minha bagagem largada.

-Droga! Roubaram.

-Sério? Oh meu deus - Ela colocou as mãos na boca - Não se preocupe com coisas pequenas Any, vamos comprar roupas novas para você. - Pra quem tem dinheiro isso não é um problema grande... Já estou vendo que vou ter que aprender a me acostumar com coisas assim...

Depois de uma longa jornada dentro de um carro, trancada no trânsito com um pai que ouvia Beatles e uma madrasta que passava batom no espelho do carro com o seu filho idiota que jogava Free fire, finalmente chegamos a casa do meu pai. Eu saí do carro. Olhei ao redor. Como sempre, o meu pai e suas luxurias.

Era tão grande para apenas 4 pessoas. Revirei os olhos e entrei na casa. Vamos ver no que esse lugar vai dar.

Abrindo a porta dou diretamente de cara com a sala.

A campanhia toca.

-E aí irmãos! - Com certeza era amigos daquele babaca.

-Josh, eu falei para não trazer ninguém hoje. - Olívia o repreendeu.

-Qual é coroa? Eu apenas quero animar esse velório.

-JOSHUA!

Diversos amigos de Josh entraram pela porta, dois amigos e duas amigas dele.

-Aonde fica o meu quarto? - Pergunto.

- No primeiro quarto a direito, de frente pro quarto do Josh.

Ótimo. Tem como piorar?

Subo as escadas. Vejo uma plaquinha grudada na porta, escrita o meu nome. Entro no quarto.

-Uau. - Falo. O quarto era incrível. Era cores alegres, tinha algumas decorações fofas. Me deito na cama de casal que tinha no meio do quarto. E fecho os olhos por alguns instantes.

Peguei no meu colar e fiquei mexendo nele. A minha mãe tinha me dado para eu não me esquecer dela. Eu nunca a esqueceria nem se eu estivesse sem ele.

Não tenha medo Any. Vai ficar tudo bem.

O FILHO DA MINHA MADRASTA - BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora