Capítulo 9 - Fila

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cheguei nessa merda!

como vocês estão? 

não quero gritar, enfim a minha hipocrisia

preparados para me xingar mais um pouco?

espero que sim neste caralho

boa leitura pra vocês


Cinco anos atrás...

— Como estou? — Camila perguntou saindo do quarto e encarando seu amigo, que também já estava arrumado.

Oliver usava uma blusa branca de botões de meia manga que era bem fresquinha e ideal para o clima no Rio de Janeiro, a blusa era florida e bem mais larga do que o homem, o que dava um efeito interessante. A típica "blusinha da Renner". Ele usava uma corrente prateada no pescoço que era grossa, mas não muito comprida e uma calça preta, colocando a parte da frente da blusa para dentro da mesma e, nos pés, usava tênis pretos estilo sneakers, desses que têm um "salto". Seu cabelo curto e roxo era também um diferencial, além das milhares de tatuagens que cobriam o seu corpo.

— Você está linda, mas aí não é novidade. — A recém-capitã revirou os olhos empurrando seu ombro de brincadeira, mas preferindo acreditar que ele estava certo e que ela realmente estava bonita, pois seu costume de sair era tão raro que ela tinha medo de simplesmente esquecer de como se vestia para ir a lugares onde ela precisava socializar.

— Anda logo antes que eu desista.

Camila usava um cropped vermelho de meia manga — porque ninguém era doido de sair naquele calor com roupas que não fossem frescas — uma calça cenoura preta e um all star sem cano branco, desses modelos que não possuem cadarço e não estava levando bolsa porque não tinha paciência, tinha guardado suas coisas nos bolsos da calça de Oliver e carregava consigo apenas o seu celular.

Seus cabelos estavam soltos e hidratados pela primeira vez em meses — por incentivo de Oliver, Camila foi ao salão cortar e hidratar o cabelo, pois andava com a auto estima baixa e não tinha muita vontade de se arrumar recentemente. De qualquer forma, deu certo, ela se sentiu mais bonita com seu novo corte de cabelo que incluía uma franja Bardot e os cabelos longos cortados em camadas. Às vezes a gente só precisa renovar a "cara" que vemos no espelho e Camila estava feliz pela recente mudança.

— A mulher que casar com você vai ter muita sorte. — Camila concluiu após ver o belo trabalho que ele havia feito lhe maquiando, escondendo as "imperfeições" de seu rosto e ressaltando seus lábios carnudos e bem desenhados. Virou-se para o amigo após se olhar no espelho, vendo que ele guardava as maquiagens em uma bolsa. — Por que eu sou sapatão? Que ódio!

— A gente não sabe os desígnios de Deus. — Enfiou as mãos nos bolsos de forma séria. — Até porque, na merda que estamos, Ele provavelmente não existe. — Completou com um sorrisinho.

Eles saíram pouco tempo depois, pedindo um Uber para onde iriam, que não era tão longe assim. A Lapa ainda era uma região intacta do Rio de Janeiro após a infecção e continuava sendo ponto de encontro de pessoas de todas as idades procurando ter uma noite divertida sem gastar muito — ou gastando muito, isso é sempre arbitrário.

As regiões do centro da cidade se mantinham bem conservadas no que dizia respeito a zumbis, já que boa parte do comércio e do trânsito de pessoas diário se encontrava por ali. O governo fazia um pequeno esforço para "cuidar" da região e até mesmo as pessoas iriam resolver com as próprias mãos se algo desse errado, visto que era um lugar que poderia ser considerado o coração da cidade por inúmeros motivos diferentes.

Parasita EOnde histórias criam vida. Descubra agora