Capítulo 6 - Pesadelo

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CHEGUEI MERDAAAA 

COMO VOCÊS ESTÃO NESSA PORRA?

ESPERO QUE VEM! VAMBORA QUE TEMOS MUITA COISA PRA ASSIMILAR NO CAP DE HOJE 

BOA LEITURA MERDAAAAAAAA



— Aqui é a capitã Camila, da OECB. — Camila caminhou pelo local de forma lenta, sua antiga casa em Recife onde passou a sua infância. Tinha muitas lembranças do local, boas e ruins, mas, no geral, eram boas. — Estamos aqui para fazer a retirada de inocentes do local! Podem sair, nós não vamos lhe machucar.

Seu coração ficava acalentado ao lembrar de sua mãe lhe observando brincar com a sua irmãzinha pelo jardim enquanto estendia roupa ou de seu pai chegando da rua com um daquele saquinhos de papelão cheio de doces que as duas gostavam. O sol geralmente estava de rachar, mas as crianças não se importavam nem um pouco com isso, elas brincavam até suar, sujar as roupas e serem chamadas pela mãe para tomar banho e ir jantar.

Mas agora, infelizmente, o cenário era diferente, era uma noite. Uma noite abafada, mas ainda era noite. Camila estava vestida com as roupas que ela usava para ir para missões destinadas pela OECB, mas seu ponto estava chiando muito, parecia que ela estava perdendo o sinal, o que geralmente só acontecia quando eles iam para muito abaixo do solo. Ela segurava uma pistola, mas não estava com o seu fuzil, o que era incomum e contra o protocolo da organização.

Ela acabou enfiando a pistola no coldre quando esbarrou em uma pequena mesinha que ficava no meio do corredor por onde ela estava caminhando, encontrando alguns porta-retratos ali em cima. A capitã deu um sorriso enorme ao ver uma foto de sua irmã, ela tinha uns sete anos de idade ali, estava usando Maria Chiquinha e tinha uma bola dessas de posto na mão, sorria de forma alegre por causa do novo brinquedo, que tinha um detalhe crucial – era todo transparente, ou seja, ela conseguia ver através da bola e achava isso o máximo.

Ao lado, tinha um porta retrato de seus pais, eles estavam junto dela e de sua irmã em uma festa junina que aconteceu quando Camila tinha uns onze anos, ela segurava um salsichão enorme como se fosse um troféu, tapando o rosto de seu pai, que, ainda assim, tinha sorrido gentilmente para a foto, sem fazer ideia de que estava sendo tampado da mesma. Estava sentada na coxa de sua mãe, Solange, que sorria abertamente para a câmera vestida com um chapéu de palha e segurando a mão de sua irmã, que não estava olhando para a foto, pois estava distraída com um brinquedo que havia ganhado na barraquinha da brincadeira da pesca.

Ela pôde sentir claro como o ar que respirava o cheiro das comidas típicas, a música de quadrilha que estourava nas caixas de som, as pessoas que passavam para lá e para cá dançando, comendo e se divertindo. Lembrou-se de ir no pula-pula pelo menos quatro vezes naquele dia, borrando todas as pintinhas que seu pai havia feito na sua bochecha e amassando a caipira também, mas eles não brigaram com ela, eles só queriam que ela se divertisse.

Suspirou, se obrigando a voltar para a realidade, onde ela sabia que tinha que continuar seguindo caminho pelo resto do corredor a sua frente, ela tinha que checar absolutamente tudo. Tirou a arma imediatamente do coldre ao ouvir um barulho alto atrás de si, como uma porrada poderosa na porta da frente. Ela virou-se habilidosamente para trás e, mesmo com o escuro e às luzes do lado de fora que só lhe permitiam ver parte do que estava acontecendo, ela escutou vozes confusas em seu ponto. Por alguma razão, ela estava sem capacete, mas isso já não importava.

— ... Não... Imediatamente... Filha... — Foram as únicas palavras que o ponto conseguiu captar e ela foi obrigada a tirar o fone e jogar longe quando o barulho se tornou tão insuportável que ela simplesmente não conseguia mais ouvir nada por conta do enorme chiado.

Parasita EOnde histórias criam vida. Descubra agora