- Essa filha da puta sujou minha roupa toda. A mulher disse encarando a amiga dela com o copo de bebida vazio em suas mãos, enquanto eu continuava com as mãos na cintura olhando fixamente pra ela.
- Vem cigana vamos embora, não vale a pena! Disse a mulher ruiva puxando a amiga pelo braço seguindo em direção ao banheiro. Acreditei que a confusão já havia se acabado e me viro de costas e sigo com Rizos em direção a pista de dança quando sinto meu cabelo ser puxado para trás.
Com a mão direita seguro fixamente a mão da mulher que puxava o meu cabelo e em questões de segundos a domino a forçando a ficar com o braço imóvel atrás das suas costas e seguro firme. Dou uma joelhada em seus joelhos na parte de trás o que a faz cair de joelhos no chão na minha frente. Chego bem perto do seu ouvido e digo:
- Você tem certeza que vai querer entrar nessa?
- Sua filha da puta, me solta! Ela gritava enquanto eu apertava firme o seu braço.
- Maca não vale a pena, solta ela. Vamos embora. Disse Cachinhos me olhando.
Nesse momento a música já havia parado e estávamos rodeadas de muitos curiosos. Meu sangue estava fervendo de ódio enquanto segurava o braço daquela imbecil.
- Loira solta ela, você e minha amiga já beberam demais, não vamos levar isso adiante. Falou a ruiva se aproximando de mim dando uma piscadinha.
- Certo, eu vou te soltar, mas espero que tenha servido de lição. Digo para logo em seguida soltar o braço da morena. Imediatamente Rizos me puxou pelo braço e me tirou do local.
*Zulema*
- Porra Saray você está louca, querendo arrumar confusão aqui em Madrid e foder nossa chance de passar por invisíveis nessa cidade? Digo entrando no banheiro.
- O que? Você não viu que a filha da puta me afrontou? Mas eu não me esqueci da cara dela não e isso não vai terminar aqui.
- Que coño Saray, se queremos continuar vivendo por aqui as coisas tem que ser diferentes, temos que ser discretas.
- Do que você tem tanto medo em Zulema? Disse a morena me encarando fixamente.
- Eu não quero voltar pra prisão e usar amarelo pro resto da minha vida, então se comporta caralho! Estou vendo com o Karin umas longas férias em Marrocos e quero que você esteja comigo, mas pra isso preciso que você aprenda a controlar seus impulsos porra.
- Não tenho sangue de barata não! Ela responde lavando o rosto.
- Eu sei cigana, não estou te pedindo pra que tenha, só não me obrigue a te abandonar e seguir sozinha, porque a minha liberdade é algo que eu não posso te dar.
- Vamos embora vai, a noite já foi muito movimentada por hoje.
Digo saindo em direção a porta. Seguimos no carro caladas até chegarmos no apartamento que eu havia alugado durante minha curta estadia em Madrid.
Entrei e segui direto para o banheiro, precisava de um bom banho para relaxar. Me despi e entrei debaixo daquela água morna. Fechei os olhos e me permiti a sensação de tranquilidade que o banho transmite. Na minha mente só vinha o olhar fixo daquela loira que encontrei na boate e na sua personalidade e até me permiti soltar uma risada ao lembrar da cena dela dominando a cigana, ela com certeza lutava algum tipo de artes marciais por que era boa nisso.
Após meia hora de banho desligo o chuveiro e me envolvo na toalha, sigo em direção a sala e vejo que Saray acabou pegando no sono vendo TV. Desligo a televisão e tiro cuidadosamente o sapato dela e acomodo seus pés no sofá. Então a cubro com uma manta que havia ali. Apago a luz e sigo em direção ao meu quarto para dormir também. Coloco um pijama de renda preto e me deito na cama e sigo olhando para o teto pensando em mil coisas quando olho para o celular que iluminava o quarto após a notificação de uma mensagem recebida.
* Estou em Madrid, queria muito te ver*
Era Helena, uma policial que se infiltrou quando eu ainda estava detida em Cruz del Sur. Ela acabou ficando na mesma cela que eu quando enviaram ela para uma missão secreta, mas a sua esperteza logo me fez desconfiar de que ela não era uma mera detenta e sim alguém infiltrada... Enfim, eu sabia que era perigosa a relação com Helena, mas numa noite a Suzaninha estava dormindo e ela acabou vindo deitar no meu beliche e acabamos transando. Eu sempre fui hétero, mas lá na prisão ficamos vulneráveis, não digo que é uma questão sentimental mas sim física.
A gente precisa de toque, de sensações. Então eu me permiti viver isso. Mas é aquela coisa que dizem, sexo entre amigas estraga a amizade. Ainda mais quando se tem uma amiga como eu, digamos que não sou alguém que se pode confiar.
Olhei a mensagem e não respondi. Apenas desliguei o celular e adormeci.
*Macarena*
Desperto na manhã de sábado com uma dor de cabeça enorme. Olho para o lado da cama e vejo o corpo de Cachinhos nu, coberto apenas com um lençol branco na cintura. Talvez eu tivesse exagerado demais na bebida na noite anterior. Não conseguia me lembrar de muitas coisas me recordava apenas da briga que quase aconteceu com aquela folgada.
Me levanto lentamente para não acordar a Cachinhos, sigo para o banheiro e lavo o rosto e realizo minha higiene matinal. Me encaro no espelho ainda tentando recordar como Rizos terminou nua na minha cama, mas eu não me lembrava. Sigo para o quarto, pego no closet uma regata branca, uma calça jeans e um óculos escuro. Me visto, amarro o cabelo de forma um pouco desengonçada com um coque que deixava algumas mechas de fora e sigo até a sala, pego minhas chaves e calço meu tênis e saio do apartamento. Desço as escadas e sigo em direção ao mercadinho que havia ali próximo para comprar algumas coisas para o café da manhã.
Já no mercado separo algumas guloseimas, frutas, iogurte, e sigo em direção a padaria do local. Na fila ouço alguém me dizer:
- Seria coisa da porra do destino?
Aquela voz não não me era estranha mas eu não me recordava daquela mulher.
- Desculpa, eu te conheço? Digo me virando para encará-la sorrindo sem graça.
- Olha, conhecer não conhece, mas fumou meu cigarro mesmo assim ontem a noite. A ruiva responde em tom de risada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
IGUALES OU NADA
FanfictionZulema Zahir é uma criminosa fria e calculista acusada de um assassinato cruel. Há anos é procurada por toda polícia da Espanha. Macarena Ferreiro é a nova inspetora do caso e tem a difícil missão de prendê-la. Em meio ao caos da investigação ela...