Capítulo 12

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*Macarena*

- Posso te ajudar?

Me viro um pouco assustada ao ouvir aquela pergunta, porque estava super tensa com a ideia de arrombar aquele apartamento pra investigar, que fui surpreendida por aquela pergunta repentina.

- É que minha amiga mora aqui, mas me deixou plantada esperando por ela. Respondo um pouco sem graça encarando aquele homem.

- Ah eu sinto muito, se quiser pode esperar no meu apartamento até ela chegar.
Ele diz enquanto abre a porta do apartamento ao lado.

- Não precisa, eu agradeço muito. Eu vou dar uma volta e depois retorno novamente.
Digo me virando em direção a saída.
Desço as escadas rapidamente e entro no meu carro, ligo e sigo em direção a minha casa.

- Que ideia absurda Macarena, como você iria invadir a casa de alguém sem um mandado? Repito pra mim mesma dentro do carro enquanto nego com a cabeça.

Já em casa deixo a arma em cima da mesa e vou me despindo até chegar no meu quarto. Entro no banheiro e tomo um banho relaxante e demorado.
Após o banho sigo de roupão até a cozinha, preparo algo pra comer e me sento no sofá enquanto assisto televisão.

*Saray*

- Ligou patroa? Fiquei sem bateria, acabei de chegar no apartamento.

- Que porra Saray, fica esperta, Macarena estava na rua de casa mas saiu faz 5 minutos.

- Zulema você está bem paranoica viu? O que você está pensando? Que ela vai me sequestrar pra você devolver o papaizinho dela é? Digo gargalhando.

- Se precaver nunca é demais cigana.

- Fica tranquila. Está tudo sob controle. Se cuida aí com o velho babão, cuidado que ele morde. Digo gargalhando antes de desligar.

Tomo um banho rápido, coloco uma roupa despojada, me perfumo e encarando o espelho falo comigo mesma.

- Zulema que se foda com essa neura, eu vou é sair, hoje é dia de caçar.
Digo dando uma piscadela para o espelho. Tranco o apartamento e vou em direção ao carro. Decido ir naquela boate que fomos há uns dias atrás, curtir, dançar, espairecer.
~~~
A boate estava cheia, com meu copo de cerveja na mão sigo para a pista de dança, de longe avisto uma morena alta de cabelos cacheados com um corpo escultural que chamou minha atenção. Sorrateiramente vou me aproximando dançando.

- Quem diria que a noite seria assim tão boa né?

- Falou comigo? Ela responde sorrindo ao se virar me encarando nos olhos.

- Sim. Falei. Respondo me aproximando um pouco mais.

- Te conheço? Ela diz arqueando a sobrancelha.

- Não, mas isso a gente resolve agora mesmo.
- Prazer, Saray Vargas, sua futura namorada.
Digo estendo as mãos para ela.

Ela deu um sorriso tímido, um pouco sem graça e me respondeu ao estender a mão:
- Prazer, Estefânia. Mas eu sou compromissada.

- Compromissada e sozinha na balada? Quem foi que cometeu esse crime?
Digo falando bem proximo ao seu ouvido por conta da música alta.

- Digamos que ela confia no taco dela, por isso estou aqui sozinha.

- Sozinha não, se me permitir te faço companhia.

- Como amiga? Ela fala no meu ouvido.

- Adoraria que não fosse assim, mas você decide. Podemos ficar essa noite, sem compromisso, eu não conto e você não conta.

- Eu sou fiel a minha namorada. Ela responde sorrindo.

- Me dar uns beijos não te tornaria infiel, não é um pedido de casamento ainda. Digo de forma sarcástica enquanto dançamos.

*Zulema*

O tédio estava tomando conta de mim naquele cativeiro, decido ir até a garagem pra ver se Leopoldo já havia acordado.

- Me tira daqui... Socorro!
Ouço ao descer as escadas que davam acesso a garagem.

- Ora ora, você está vivo! Digo caminhando.

- Quer um conselho? Não gaste sua energia gritando, estamos num lugar bem isolado e ninguém pode te ouvir daqui.

- Quem é você e o que você quer? Ele diz balançando a cabeça com os olhos vendados.

- Fica tranquilinho aí que eu não tenho a intenção de te machucar.
Digo ao sentar numa cadeira a frente dele.

- O que você quer? É dinheiro? Fala...
Ele diz com a voz trêmula.

- Eu não quero dinheiro, quero ter uma conversinha com você senhor Ferreiro.
Pode me dizer quanto vale uma vida?

- Porque você está me perguntando isso?

- É que a sua filha querida deveria saber, afinal ela foi a responsável pela morte de uma pessoa muito querida pra mim.
Digo enquanto acendo o cigarro.

- Eu sinto muito, minha filha só faz o trabalho dela como inspetora policial, não me machuque por isso.

- Ah então a polícia trabalha assim hoje em dia? Matando inocentes? Sopro a fumaça do cigarro para o alto no fim da frase.

- Eu não faço ideia do que você esteja falando, mas eu tenho certeza que podemos consertar isso.

- Consertar como porra? Ele morreu. Respondo me levantando irritada.

- Eu sinto muito, por favor não me machuque.

- Fica tranquilo senhor Ferreiro, se sua filha colaborar tudo vai acabar bem.

Disco o número de Macarena e aguardo enquanto chama.

- Alô! Ela diz do outro lado da linha.

- Macarena Ferreiro, quanto vale a vida do seu papaizinho?

- Socorro, alguém me ajude.
Leopoldo grita no fundo da ligação.

- Papai... Ela responde com voz de choro.

- Papai. Repito a frase a imitando de forma sarcástica.

- Quem é você? O que você quer?

- Quero um vis a vis com você. Mas não se atreva a colocar a polícia nessa história ou eu atiro na cabeça do seu papai sem pena nenhuma.

IGUALES OU NADA Onde histórias criam vida. Descubra agora