Alguns dias depois...
*Zulema*
- Oi, tô aqui cadê você porra?
- Tive um imprevisto com a encomenda, precisei apagá-lo.
- Caralho Cigana, precisamos do papaizinho vivo, vê se não faz merda porra!
- Relaxa Zule, daqui 20 minutos eu chego aí.
Caminho de um lado para o outro impaciente, esperando ansiosamente que a Saray entrasse pela garagem com Leopoldo Ferreira.
Meu plano de sequestrar o pai de Macarena havia sido muito bem arquitetado, nada poderia dar errado.
Para ser exata o planejei desde o momento que coloquei um localizador em seu carro, para a minha sorte ela costuma visitar os pais no final de semana, o que me deu a localização exata de onde eu poderia encontrá-lo.Combinei com a cigana um disfarce perfeito, ela se passaria por corretora de imóveis e entraria na casa dos Ferreiros. Para a nossa sorte Leopoldo estaria sozinho, já que Encarna e Román estão viajando. Melhor chance do que essa não haveria.
Ouço um barulho de carro e sigo para a garagem.
- Caralho, que demora!
Digo quando vejo Saray sair do carro.- Que porra Zulema, você esqueceu de mencionar que o papaizinho também já foi da polícia.
- Que foi? Ele te deu umas bordonhadas na cara?
Digo dando um sorriso irônico.- Tá achando que esse vermelho aqui é blush? Porra Zulema.
Ela responde de maneira irritada.- Sinto muito, da próxima eu aviso. Gargalhei ao final da Frase.
Saray segue até o porta malas do carro e o abre, lá está Leopoldo Ferreira, desmaiado com uma venda nos olhos e mãos amarradas.
- Me ajude a tirar ele daqui coño.
Digo enquanto faço um esforço enorme para puxá-lo para fora.
Com a ajuda de Saray o levo até uma cadeira e ali o amarramos.- Qual é o plano agora? Cigana me encara de forma fixa.
- O plano é cuidar desse seu hematoma, vem vamos por um gelo nisso. Deixa esse babaca aí, parece que ele vai demorar pra acordar.
*Macarena*
Toc....toc...
Ouço alguém bater na porta.- Pode entrar, está aberta!
Respondo enquanto digitalizo alguns relatórios do caso de um assassinato a uma mulher.-Essa encomenda acabou de chegar pra você senhora Ferreiro.
- Pode deixar aí em cima do sofá que eu já vou pegar, muito obrigada.
Sigo o meu relatório descrevendo a cena do crime:
Mulher branca, 1.56 de altura, encontrada desnuda, de bruços no celeiro da fazenda Paraíso com sinais de violência sexual.
Coletada amostra de DNA debaixo das unhas da vítima para análise.
Interditado o local para perícia minuciosa.Arquivo o relatório na pasta de crimes e me levanto para tomar um café.
Dou um gole no líquido quente que parece devolver a minha alma para o corpo depois de 7 horas de trabalho ininterrupto.
Caminhando em passos lentos vou em direção ao sofá, pego o envelope em mãos e vejo que não possui remetente. Abro e vejo que no conteúdo possui o endereço de uma rua que ficava há dois quarteirões da minha casa.
Meu instinto me dizia que aquilo tinha algo relacionado ao crime do senador, já que o envelope era igual ao que eu já havia recebido antes com as fotos de Zulema Zahir de costas. Pra falar a verdade não posso se quer imaginar qual seja o seu rosto, já que estou esperando o Castillo me enviar sua documentação da penitenciária de Cruz del Sur.
Viro a folha para ver se há alguma pista no verso e nele estava escrito:"Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha!" - Anônimus
-Caralho!
Resmungo ao ler a frase.- O que foi Maca? Diz Cachinhos ao entrar na sala me encarando com aquele papel nas mãos.
- Acabei de receber mais um envelope anônimo, acredito que seja do caso Hambal.
- Você precisa sair um pouco, relaxar a cabeça. A vida não é só trabalho meu amor. Vamos comigo naquela boate? Ela diz ao se aproximar me dando um beijo na testa.
- Não estou no clima pra sair. Desculpa, hoje eu quero ir pra casa e descansar. Mas vai, divirta-se por mim.
- Tudo bem. Eu vou chamar as meninas do financeiro.
- Tá certo. Eu já terminei meu relatório, então já vou pra casa tá? Divirta-se. Digo após pegar minha bolsa dando um selinho em sua boca. Rizos me aperta junto ao seu corpo e sussurra no meu ouvido.
- Eu te amo, nunca se esqueça disso!
Ela diz e em seguida me solta lentamente enquanto sorrindo sigo em direção a porta.Já no meu carro sigo no caminho para casa, mas ainda estava com aquela sensação de que aquele envelope me traria alguma pista do caso do senador. Decido então seguir aquele endereço. Com a arma na cintura desço do carro e atravesso a rua em direção ao prédio. Subo as escadas lentamente atenta porque aquilo poderia ser uma emboscada de quem enviou o envelope. Cautelosamente vou em direção ao número marcado no papel. Toco a campainha mas ninguém me atende. Tento olhar pela fresta da fechadura e não obtenho resultados. Seria errado entrar ali sem uma ordem de busca e apreensão, mas quem iria saber? Penso em arrombar a porta mas isso faria muito barulho e despertaria a atenção dos vizinhos.
- Porra.
Resmungo enquanto caminho de um lado para o outro pensando no que fazer.*Zulema*
Meu celular acende e vejo que a notificação é do carro de Macarena se movimentando, para a minha surpresa ele havia parado na rua onde eu e Saray estávamos morando.
- O que será que essa filha da puta está fazendo ali? Que porra!
Saray havia saido do nosso cativeiro há uns 40 minutos e por azar do destino poderia acabar cruzando com a Macarena ali na rua de casa.
Disco o número do celular de Saray que cai na caixa postal.
- Porra cigana! Não faça besteira. Praguejo ao chutar o sofá.
- Sai daí Lôra... sai... Digo enquanto olho atentamente para o celular vendo a localização dela.
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IGUALES OU NADA
FanfictionZulema Zahir é uma criminosa fria e calculista acusada de um assassinato cruel. Há anos é procurada por toda polícia da Espanha. Macarena Ferreiro é a nova inspetora do caso e tem a difícil missão de prendê-la. Em meio ao caos da investigação ela...