Capítulo 9

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- Eu não quero te ter de jeito nenhum, só estou tentando resolver esse problema. Digo após encará-la. 

- Bom, deixa eu avaliar os estragos. Ela disse enquanto inspecionava o carro, nesse momento meu celular toca dentro do veiculo, então por um momento me afasto da mulher e vou até o banco do passageiro onde meu celular estava.

- Oi Rizos

- Maca tô ligando pra saber se você vai vir almoçar? As meninas já terminaram, mas se você quiser eu te espero.

- Não precisa me esperar, na verdade eu já almocei, e por final tomei um banho de refrigerante com o acidente de carro.

- Como assim acidente? Você está bem? Me fala onde você está que eu vou correndo pra ai. Disse angustiada do outro lado da linha.

- Calma meu amor, está tudo bem. Não tive nenhum ferimento, só estou com a roupa suja de refrigerante. Assim que eu terminar de resolver aqui  vou passar no meu apartamento, tomar um banho, colocar uma roupa nova e volto pro trabalho, a gente se vê lá.
Encerro a ligação e retorno para fora do veículo e vejo a ruiva escorada no capô do seu carro.

- Então loira, não teve muitos danos. Só esse amassado aqui

- E você por acaso é mecânica? Entende de algo do tipo? Mas enfim, você vai bancar ou não o prejuízo?

- Olha, não foi minha culpa, mas tudo bem. Eu arco com a sua falta de atenção ao volante.  Pega meu cartão, faça o orçamento depois me ligue pra passar o valor

- Certo, assim que eu estiver com os valores eu te ligo. Digo apanhando o cartão da sua mão seguindo em direção ao carro. 

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*Zulema*

Macarena Ferreiro, esse nome soava em minha mente. Segundo Helena essa filha da puta era responsável direta pela morte de Hambal e eu não descansaria enquanto não fizesse justiça com as minhas próprias mãos. Com paciência consegui os dados dela, com dinheiro nós temos acesso a tudo. Passei o fim de semana bolando um plano para ter acesso ao ponto fraco de Macarena, a estudei minunciosamente. Consegui comprar um rastreador, agora só precisava de uma oportunidade para instala-lo em seu veículo. 

Na segunda feira após pegar o rastreador decido passar no drive thru de uma lanchonete e noto que o carro que está a minha frente é o de Macarena Ferreiro, a placa bate com as informações que eu tenho. Não poderia perder a chance de instalar o rastreador. Assim que ela fez o pedido do seu lanche saiu do drive com seu carro, eu segui atrás, mantendo uma distância segura. Percebia que nas pausas de farol fechado ela aproveitava pra comer. E foi em uma dessas pausas após o farol se abrir que acelerei o veículo em direção a traseira do seu carro propositalmente causando uma batida entre nossos veículos, era a ocasião perfeita para instalar o rastreador. 

Para ganhar tempo eu colocaria a culpa da situação no descuido dela em dirigir sem dar seta. E assim eu o fiz. Ganhei tempo discutindo de forma educada até que ela precisou se afastar para atender o celular. Rapidamente aproveitei sua distração e implantei na parte inferior do veículo um localizador pequeno e imperceptível. 

Depois que meu plano deu certo entreguei um cartão com o número do meu celular para bancar o prejuízo. Mas prejuízo maior teria ela. Zulema Zahir jamais seria esquecida. 

Encostada no capô do meu carro observo a loira saindo.

- Maca, Maca... você vai se arrepender amargamente de ter cruzado o meu caminho. Digo enquanto ligo o celular conectando ao rastreador, observando o movimentar do carro. 
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*Macarena*

Depois do acidente passei em casa para tomar um banho rápido e trocar de roupa. Assim que retorno ao carro me lembro que estava seguindo em direção ao endereço da casa da pessoa que alugou o carro que vigiava a casa do senador antes do crime. Segui para o endereço. Observo o lugar, as casas que são próximas. Coloco o distintivo, a arma na cintura e desço do carro. Atravesso a rua e sigo para o apartamento que o endereço indicava. Subo de elevador até o sexto andar. Sigo até o apartamento 462. Toco a campainha uma vez e aguardo até ser atendida. 

- Boa tarde! No que eu posso te ajudar minha filha?

- Boa tarde, sou a inspetora Macarena Ferreiro, posso dar uma palavrinha com você?

- Sim. Claro, pode entrar.  Senta aqui Disse a senhora. 

- Vou direto ao ponto. Estou investigando um crime. Nos dias que antecederam o mesmo um carro foi alugado e estava vigiando a casa da vítima. A loja de alugueis me deu o seu endereço. Você conhecia o senador Hierro

- Sim inspetora, mas só pela televisão mesmo. Eu me mudei faz poucos dias, acho que uma semana. Então não sou a pessoa que a senhora está buscando. Disse aquela senhora que realmente não aparentava ser uma criminosa, já que era uma mulher que tinha aparentemente 70 anos de idade.

- A senhora sabe me dizer quem morou aqui antes? Digo a encarando curiosa.

- Olha minha filha, eram duas moças sabe? Duas amigas

- Será que a senhora consegue ser mais precisa? Lembra da feição de alguma delas?

- Eram duas morenas, uma delas bem alta com o cabelo preto cumprido, a outra tinha estatura mediana, cabelo preto na altura dos ombros, essa não tinha cara dessas mulheres que moram aqui em Madrid, acho que ela deve ser árabe. Tem uns traços que lembram muito as mulheres árabes

- Há quanto tempo a senhora alugou esse apartamento delas?

Há mais ou menos uma semana minha filha. Diz a senhora me olhando.

- A senhora não tem contato com elas desde então? 

- Não. Só tive naquele dia mesmo. Mas minha filha aquelas duas moças não pareciam ser pessoas ruins. Então eu acho que não estão envolvidas com esse crime.

- Ai minha senhora, quem dera os bandidos tivessem cara de bandidos, assim facilitariam meu trabalho. Digo sorrindo

- Você não quer tomar um chazinho com bolachas

- Eu agradeço muito mas preciso voltar ao trabalho, vou te deixar um cartão com meu número caso algumas dessas mulheres voltem a passar por aqui.  

Sai do apartamento um pouco frustrada, meu faro me dizia que eu encontraria provas sobre o crime ali, mas só encontrei uma senhora de idade,  solitária. 

*Zulema

-Oi meu amor, você já matou a Macarena? Ou vai querer que eu acabe com ela por você

- Qual o seu interesse na morte dela Helena

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