Capítulo 13

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*Macarena*

Acabei pegando no sono enquanto via um filme. De repente desperto sobressaltada com o toque do meu celular, era um número desconhecido mas prontamente o atendi.

- Alô.
Disse com a voz ainda meio sonolenta.

- Macarena Ferreiro, quanto vale a vida do seu papaizinho?
Ouço uma voz feminina dizer do outro lado da linha, nesse mesmo instante ouço a voz do meu pai ao fundo da ligação suplicando por socorro. Meu coração começa a bater em ritmo acelerado, meus olhos se enchem e respondo com a voz embargada.

- Papai.

- Papai... ouço a voz feminina responder de forma sarcástica.

- Quem é você? O que você quer. Respondo angustiada andando de um lado para o outro.

- Quero um vis a vis com você. Mas não se atreva a colocar a polícia nessa história ou eu atiro na cabeça do seu papai sem pena nenhuma.

- Por favor não faça isso, eu faço o que você quiser, não machuque o meu pai. 

- Vou te enviar o endereço por mensagem, e já vou logo avisando que não vou tolerar gracinhas. Você tem 1 hora pra chegar aqui. Disse a mulher desligando a ligação logo em seguida.

Porra aquilo só poderia ser um pesadelo, meu pai sequestrado por minha culpa. Sempre preservei minha família, moravam no interior pra ter uma vida mais pacata, longe da confusão de Madrid, minha família era tudo pra mim. Eu não arriscaria perder ninguém. 

Rapidamente me arrumei, coloquei a arma carregada na cintura e após descer as escadas do apartamento sai em direção a rua e entrei no carro. A todo instante meu coração acelerava com a possibilidade de perder o meu pai para sempre. As lágrimas escorriam no meu rosto enquanto eu seguia para o endereço enviado a mim por mensagem. No caminho eu tentava entender quem poderia quer me prejudicar dessa maneira, mas essa pergunta não teria uma resposta rápida, pelo simples fato deu ser uma investigadora da polícia e ter mandado muita gente para trás das grades. 

- Porra. Digo dando um murro no volante do carro enquanto as lágrimas caiam.

O caminho parecia eterno, depois de 40 minutos cheguei ao local indicado. Era uma fazenda distante de toda civilização que havia no centro de Madrid. Entrei e estacionei o carro em frente a entrada do celeiro. Com a arma escondida na parte lateral da cintura desligo o carro e desço observando o lugar atentamente.

- Rubia. Ouço uma voz me chamar.

Olho para o lado que dava para a entrada da casa e custo a acreditar no que meus olhos veem.

- Você é pontual hein? Disse a ruiva com um tom sarcástico ao se aproximar de mim. 

- Onde está o meu pai? O que você fez com ele. Respondo com os olhos tomados por ira.

- Calma, teu papaizinho está bem. Espero que você não tenha sido idiota em avisar a polícia sobre esse nosso vis a vis não é? 

- Não. Respondo de forma seca, com a voz embargada.

- Vem, entra pra gente conversar. Disse a ruiva estendendo a mão apontando em direção a entrada da casa.

Caminhando lentamente entrei, completamente desconfortável com a situação, eu podia sentir o meu coração bater cada vez mais rápido, minhas mãos suavam, a adrenalina em meu sangue estava a mil. 

*Zulema*

- Você gosta de jogar? Digo ao entrar na sala e ver Macarena sentada no sofá com uma cara de assustada e de total desconforto.

- Eu gostaria que você fosse direto ao ponto, o que você quer pra soltar o meu pai?  A quanto tempo você está me seguindo?

- Direta não? Digo ao olhar fixamente em seus olhos. Dei alguns passos em direção a ela e me sentei numa poltrona que havia ali na lateral da sala. Estiquei os pés os apoiando na mesa de centro que ali havia. Sem pressa tirei um cigarro do bolso e o levei a boca, logo em seguida peguei um isqueiro e o acendi.
Dei um trago e então a respondi enquanto soltava a fumaça.

- Você já perdeu alguma pessoa muito importante pra você nessa vida?

- Sim.
Ela responde me olhando fixamente.

- Então você pode entender a dor que eu senti não é mesmo? Mataram a única pessoa que eu já amei nessa vida, a única que esteve comigo em todas as loucuras, e que nunca me abandonou mesmo enquanto estive presa.
Dou mais uma tragada no cigarro ao terminar a frase.

- E agora? Eu não o tenho mais, por sua culpa loira. 

- Eu não sei do que você esta falando. Ela me responde com a voz embargada.

- Hanbal Hamadi, mais conhecido como o Egípcio. Esse nome não te soa familiar? Por um acaso não seria você a mandante da investigação que culminou em sua morte?

- Então você é a Zulema Zahir, porra como eu não enxerguei isso?
Ela me responde abaixando a cabeça encostando os cotovelos apoiados nas coxas com as duas mãos no rosto ela assente negativamente.

- Sim, mais conhecida como Elfo do puto inferno. Respondo gargalhando entre uma tragada do cigarro. 

- O que você quer de mimPor que está fazendo o meu pai de refém?

- Quero que você sofra o que eu sofri, quero que sinta a dor que eu senti ao perder a única pessoa que me amava. Digo retirando as pernas da mesa de centro me levantando da poltrona.

- Eu não tive nada haver com a morte do Egípcio. Maracena responde com a voz embargada e logo em seguida começou a chorar.

- Você não estava no comando da operação? Respondo me aproximando do sofá onde ela estava a encarando de cima para baixo.

- Eu estava no comando no início. Enquanto as investigações rolavam minha mãe descobriu um tumor mamário eu se quer tinha cabeça para comandar a investigação, foi nesse momento que Helena foi convocada para trabalhar em parceria comigo.

- Você conhece a Helena? Respondo arqueando a sobrancelha.

- Sim, a conheci na metade das investigações. Ela tinha uma obsessão por esse caso, coisa que eu nunca entendi.  No final acabou que ela se aproveitou da minha fragilidade em relação a minha mãe e em um golpe acabou tomando conta do caso e da ação da polícia que culminou com a morte do Hanbal.

- Joder! Suspiro de forma surpresa. 

- Eu não dei a ordem para apertar o gatilho, eu queria um acordo, queria ele vivo, porque era investigado em vários crimes de relação política, crimes que até hoje eu não consegui resolver. Eu não mandei matar o Hanbal!

- Então isso tudo é um grande mal entendido? eu deveria ter desconfiado da boa vontade da Helena ao me entregar o seu pescoço na bandeja. Aquela filha da puta! Digo enquanto dou um chute no sofá liberando toda minha raiva.

- Eu sei os motivos pelos quais ela deu a ordem para que aquele gatilho fosse apertado!

- Eu não tenho nada haver com isso, por favor liberta o meu pai. Eu jamais fiz algo para te prejudicar. Eu se quer te conheço. Macarena diz chorando.

- Ele está na garagem, desce as escadas, solta ele e some da minha vista antes que eu me arrependa. Digo suspirando irritada.

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