Capítulo cinco ✨

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Ruídos sombrios.

Gilbert emergiu da água, seguido por Tewksbury, Enola e Anne, ambos sorvendo-se do oxigênio que seus pulmões tanto pediam. A primeira coisa com a qual se depararam foram pedras. Pedras pegajosas e lamacentas.

No momento em que sentiram aquela textura, Anne e Enola trocaram olhares amedrontados. Se tinha uma coisa que diziam sempre, era que pântanos eram completamente assustadores, e apesar de toda a coragem que ambas demonstravam, sentir medo também fazia parte delas.

Assim que se ergueram do rio que agora já estava calmo, caíram ali mesmo, naquele lodo com odor de mofo.

— Pensei que íamos morrer — Anne diz em meio aos suspiros profundos — El não somos normais.

— Queriam nos matar? — diz Tewks mantendo-se em pé em tom acusador — vocês são malucas!

— Além de salvarmos vocês de tomarem uma bela surra, vocês tem coragem de nos insultar?

— E não queriam? — Gilbert se levanta também — nos fizeram saltar de um trem em movimento.

— Isso não é o fim do mundo — Anne diz se levantando — vocês são dois mal agradecidos, isso sim!

— E não venham me dizer que tudo estava sob controle. Estavam quase morrendo sufocados — Enola fala com deboche.

— Vocês são garotas intrometidas.

— E vocês fracotes.

Gilbert e Tewks trocam olhares como se discordassem.

— Nem vão agradecer ao menos?

— Agradecer pelo que? — eles dizem em uníssono.

— Não é possível — Enola revira os olhos e puxa Anne segurando sua mão — eu não passo nem mais um segundo ao lado desses garotos metidos a sábios.

Sentiam os pés afundarem na lama, mas não tinham escolha. Certamente teriam que entrar no pântano para que encontrassem uma saída, a sorte era que parecia que eram aproximadamente dez da manhã. Convictas de que se caminha-se o dia todo chegariam ao outro lado e encontrariam um refúgio, as duas saíram e deixaram os garotos para trás.

. . .

— Eu não sei o que elas são, mas não são normais — Gilbert diz ao irmão que tenta acender uma fogueira.

Já era noite, e estava ficando frio. Então os dois pararam a caminhada para um breve descanso.

— Será que ainda vamos vê-las algum dia?

— Se elas não forem engolidas por areia movediça — Tewks diz — talvez.

— São uma gracinha, mas tão geniosas.

— Ei Gilbert, vá com calma — o outro avisa — mal as conheceu e não parou de falar sobre elas um segundo.

— Vai me dizer que você não está gostando do assunto?

Ele ergue os ombros.

— Tewksbury, larga essa pedra — Gilbert diz puxando a mesma da mão de Tewks — você não vai conseguir fazer isso.

Tewksbury ergue os olhos para o irmão e com o espírito de derrota diz:

— Eu vou procurar algo para comer, tenta fazer isso pegar fogo, se não, morreremos de frio aqui nesse fim de mundo gelado.

Laços do destino - Anola Onde histórias criam vida. Descubra agora