Capítulo doze ✨

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Existe sim uma conexão.

As duas correram tanto que foram obrigadas a parar para recuperar o fôlego.

— Como Mycroft sabia exatamente onde estávamos? — Anne disse perplexa — estamos sendo vigiadas e precisamos tomar muito cuidado.

— Certamente os garotos que estavam atrás dos marqueses. Olha que ótimo foi salvá-los — se lamentou Enola — deveria ter a escutado.

— Se não tivéssemos voltado para ajudá-los eles... — Anne pensou em falar mas foi interrompida pelo olhar de Enola.

— Realmente gostou do marquês Blythe — ela da um sorriso sugestivo — por que não disse a ele que você seria a possível noiva?

— Mudaria algo? — Anne suspirou — estaríamos na mesmíssima situação.

— Não gosto de palavras no diminutivo — respondeu.

— Como não? — indagou a ruiva pensando qual era o problema em dizer as coisas desse modo — não soam mais fofinhas?

Enola decidiu ignorar aquilo. Sabia que Anne não tinha a mínima intenção de deixá-la irritada.

— Certo. Então, nos hospedaremos naquele hotel que Winifred mencionou? — desviou o assunto.

— Nunca foi um problema palavras no diminutivo — Anne insiste.

— Certo, se realmente quer saber o motivo, eu conto — Enola suspirou e se sentou em um banco na praça em que estavam — me lembro de minha mãe.

— El, sinto muito — Anne disse por fim — sei que as coisas estão muito confusas para você. Mas sei também que sua mãe não a deixaria por motivos torpes. Ela a fez ser forte, e você é essa garota incrível por causa dela. Ela sabia muito bem que você daria um jeito de se cuidar.

— Me deixando nas mãos de Mycroft? — ela solta o ar com ímpeto — se fosse Sherlock, ao menos.

— Realmente — Anne compara os dois mentalmente — Mycroft é o próprio sinônimo de tormento.

— Olhe — Enola aponta para uma carruagem com flores — aquele ali não é Tewksbury?

Anne aguça a visão mirando a carruagem.

— Certamente — ela garante — olha só aquele cabelo jogado para o lado todo charmoso.

— Vou até lá — diz a mesma se erguendo do banco e passando a mão no vestido que acabara de comprar.

— Está belíssima — Anne diz percorrendo o olhar na amiga — agora só precisa de uma coisa.

— O que? — ela diz apreensiva.

— Sinceridade amiga, olha só você... Obviamente está pensando na possibilidade, ou então, acreditando que o destino novamente fez parte desse jogo cheio de mistério.

— Tem razão — ela confessa deixando escapar um sorriso tímido — dessa vez. Não se acostume, não vou ficar dizendo que você tem razão o tempo todo, por mais que tenha. — ela diz cínica.

Com passos inseguros ela caminha até Tewks pensando no que falaria com ele. Assim que chega na carruagem, ela verifica se o garoto realmente era quem pensava, por sorte, era.

— Desejo quatro flores amarelas, duas azuis e uma vermelha. Não importa a espécie, qualquer flor serve — falou ela.

Em um impulso rápido ele se ergueu para olhá-la. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar do mundo, era a mais linda voz de se ouvir. No mesmo instante percebeu que ela usava um lindo vestido rosa claro que se alinhava perfeitamente a ela. Seu coração perdeu uma pulsação, a garota a sua frente exalava beleza, assim como as flores as quais ele tanto tinha apresso. Seguido de um suspiro apaixonado, ele diz:

Laços do destino - Anola Onde histórias criam vida. Descubra agora