Capítulo vinte e oito ✨

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Encontre Enola Holmes.

Dois dias após a explosão e o terrível fracasso das mulheres revolucionárias, Sherlock Holmes chegou em Londres, ele não sabia explicar o que sentia, só estava extremamente irritado com o fato de seu sobrenome ser citado em tantos jornais.

Adentrou à casa contendo toda sua ira. Definitivamente seu nome estava manchado e ele queria uma explicação plausível para tanto.

Assim que chegou na sala de estar viu Mycroft sentado em uma poltrona de couro, encarando a ponta dos dedos com o típico olhar "superior" que sempre tivera. O mesmo, achava que a única pessoa a qual carregava o sucesso do sobrenome nas costas era ele, por isso, Enola e Eudoria deveriam ser punidas por destruírem todo o seu legado, e Sherlock, bom, era só mais um fardo que ele carregava.

— Estou aqui irmão — murmurou Sherlock, recebendo um olhar bastante intimidador do outro — agora, conte-me com detalhes o que está acontecendo aqui!

Sherlock apesar de demonstrar naquele momento o quanto estava irado, continha-se por pior que fosse, principalmente porque precisava de uma boa explicação para o que estava acontecendo e se de certa forma provocasse Mycroft, teria que se virar para conseguir as respostas, quais eram, o motivo de sua vinda.

— Teoricamente, nossa irmãzinha é uma terrorista, assim como mamãe. Estão acabando com a reputação que tanto preservamos.

— Sabem o que dizem sobre mim? — Sherlock sentou-se — que sou uma farsa, e lhe garanto que isso não é culpa de nenhuma mulher aqui de casa.

— E dizem que eu sou o grande motivo da rebeldia de Enola — Mycroft confessa.

— E não é? — Sherlock provoca — se você tivesse a deixado em paz... Deixando-a livre para seguir o próprio caminho a culpa não viria sobre você. Mas não, você simplesmente obrigou a menina a fazer o que você queria.

— Ora, estou convicto de que se ela fosse uma menina comum me agradeceria por pensar em seu futuro, contudo, apesar de meus esforços para que um dia ela fosse uma excelente esposa, ela simplesmente decidiu tomar o caminho mais difícil.

— Me admira saber que tudo isso são seus meros caprichos por aceitação.

Sherlock recebe um olhar de reprovação do irmão, o qual se ajeita diversas vezes na poltrona, entregando o seu desespero.

— O que quer que eu faça? — Sherlock finalmente cede.

— Encontre-a!

. . .

Passar pela fase do luto requer passar por muitas sub-fases, Anne compreendia isso. Enterrar Marilla doía no fundo de seu coração e a única pergunta que ela fazia para si mesma era o porque ter ficado longe por tanto tempo.

Tudo estava saindo de seu controle, ela não tinha notícias de sua amiga e a figura materna a qual era a única que tinha se foi. Era como se aos poucos ela começasse a entender que a pior fase do luto é a compreensão.

Lembrar-se que novamente poderia estar sozinha é doloroso e incabível para um coração tão machucado como o dela.

Por isso, decidiu enterrar as fases e dolorosas do luto com sua tia. Obrigou-se a respirar fundo e encontrar a força que saía de dentro dela.

Mesmo sentindo que estava só, ela não estava. Seu tio Matthew ainda estava vivo e a amava demais e seu amor, Gilbert segurou em sua mão o tempo todo.

Laços do destino - Anola Onde histórias criam vida. Descubra agora