Capítulo vinte ✨

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Determinada.

Anne caminhava em direção a diretoria cheia de orgulho de si mesma, sua imposição apesar de não ser recomendada, lhe fazia muito bem e certamente atingiu muitas meninas que estavam lá, com certeza, alguns pensamentos haviam sido mudados naquela manhã.

Assim que chegou ao local em que fora mandada, ela bateu na porta e foi conduzida pela madame a se sentar frente a diretora.

— O que houve? — questionou a moça ainda de costas.

Anne não podia responder, por isso, manteve o silêncio. Mas algo naquela mulher deixava o seu coração em paz, seria ela alguém que poderia livrá-la da punição?

— Essa menina, fez comentários inapropriados essa manhã, e sabemos que é terminantemente proibido declarar suas opiniões se elas não forem de acordo com os ensinamentos aqui exercidos.

— E o que recomenda que eu faça madame?

— Punição severa.

— Bom, Anne. Sabemos que o que fez é uma atitude proibida, por isso, será castigada. Retire-se madame — falou a suposta diretora — mandarei essa garota para o castigo severo.

A madame se retirou um pouco desconfiada, soube pela manhã que a antiga diretora fora substituída por alguma outra. Mas sequer imaginou que ao encontrá-la pela primeira vez, ela seria tão rude a ponto de permanecer de costas.

— Enola — Anne falou assim que a madame saiu — você veio me buscar!

Ela correu em direção a amiga e lhe deu um forte abraço.

— Como soube que eu viria para cá?

— Eu não soube — ela sorri — mas ao verificar o cronograma de aulas deduzi que você arrumaria encrencas, como a diretora é nova, as madames responsáveis por dar as aulas se sentiriam curiosas para vir conhecê-la, qualquer pretexto seria válido.

— Como fez para entrar aqui? E onde está a verdadeira diretora?

Enola caminhou até uma porta e Anne pode ver a diretora verdadeira amarrada em uma cadeira com a boca tampada por um pano enrolado.

— Sabe que foi uma emergência não sabe? — Enola falou para a mulher que aparentemente estava furiosa — não se deve mexer com Anne Shirley enquanto tiver uma Enola Holmes à solta. — Enola segura na mão de Anne — bom, eu não vim sozinha.

É quando Anne vê Gilbert saindo detrás da mesa. Seu coração palpita acelerado, o ar lhe falta, seu corpo treme e sua mente clama por poder reencontrá-lo, em pensar que ele sequer queria vê-la, agora estava ali diante dela, com um sorriso largo estampado em seu rosto, seus olhos gritavam de paixão, ela não havia o perdido.

Recompôs a postura e quando se deu conta, já estava entregue nos braços dele.

— Não desistiu de nós — ela diz.

— Jamais faria isso — ele a encara — onde estava com a cabeça ao pensar que eu seria capaz de deixá-la para trás?

— Menti para você.

— Sem muito melodrama por favor — Enola interrompe — temos que dar um jeito de sair daqui.

Laços do destino - Anola Onde histórias criam vida. Descubra agora