22 - atos revolucionários

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ELA DISSE MESMO que acha que não gosta de garotas? Sei que preciso superar isso de uma vez por todas, mas Mina realmente usou a palavra "acho" ou eu acabei entendendo errado? Porque se ela usou mesmo essa palavra, significa que ainda tem dúvidas s...

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ELA DISSE MESMO que acha que não gosta de garotas? Sei que preciso superar isso de uma vez por todas, mas Mina realmente usou a palavra "acho" ou eu acabei entendendo errado? Porque se ela usou mesmo essa palavra, significa que ainda tem dúvidas se gosta ou não de garotas, o que significa que...

Bem, eu não sei exatamente o que significa. Na verdade, eu nem deveria estar me importando tanto com isso.

Eu nem gosto da Mina Leão.

— BUM!

Me assusto quando Bruno bate forte com a palma da mão na mesa do café, me tirando da onda absurda de pensamentos que me domina. Eu estou tão distraída que nem mesmo consigo ficar com raiva dele por isso.

— Evazinha, eu tô te devendo uma das grandes! — ele exclama, arrastando a cadeira a meu lado e se acomodando.

Não sei se ele percebeu, mas se estou só na cozinha essa hora da madrugada é porque não tô com muita vontade de bater um papo e possivelmente mau humorada. E bem, as duas coisas são verdade. Não consegui dormir e desci com a esperança de que os Vinhedo já houvessem reposto seu estoque de sorvete, mas não tive muita sorte com isso. Então estou sendo forçada a comer uma porção considerável de pudim que encontrei na geladeira, esse já não muito bom. Ainda assim, me levanto e busco uma colher para o meu irmãozinho, e não por querer a sua companhia ou algo do tipo, Deus, claro que não. Só acho que o quanto antes esse pudim horrível acabar, melhor.

— O que mesmo eu fiz por você, posso saber? — pergunto, voltando a me sentar a seu lado.

— A Paola ainda não entregou as provas, mas comparei meus resultados com o do garoto mais inteligente da turma, e eu devo ter tirado pelo menos um seis.

— Eu disse que ia dar certo, não disse? — Retiro uma porção grande do pudim, me forçando a engolir. — E ei, não tá tarde demais pra você tá acordado?

— Pergunto o mesmo, irmãzinha.

Reviro os olhos como de costume, apoiando as costas no encosto da cadeira e largando a colher por um tempo.

— Insônia. Mas qual é a sua desculpa?

— Acho que só estou com fome — responde, enfiando um pedaço enorme de pudim na boca. Que Deus o abençoe. — Mas e então, Eva, como quer que eu te recompense?

Faço uma careta, e espero que ele saiba que não é pelo pudim.

— Se você sumisse da face da Terra por uns dias eu já agradeceria muito.

Bruno ri, apertando os olhos para mim. Bobalhão.

— Infelizmente eu não posso fazer isso — diz, buscando seu celular em cima da mesa e ligando a tela para ver que horas são —, mas eu tava pensando em, sei lá, te convidar pra sair comigo e com a Mina.

Todas as Coisas que Eu Não Odeio em VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora