15. Sei o que pode curar isso!

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- Ray, não me diga que está tendo visão igual o maluco da van? -Julie perguntou, tão apreensiva quanto nós.

- Não é visão, Julie. É pressentimento.- Ray respondeu chateada.

- Sei o que pode curar isso!-May falou indo até a barraca de Ray.

May voltou 2 minutos depois, com 2 garrafas de vodka. Isso me fez lembrar de ir pegar minha maconha e alguns comprimidos, que as vezes eu uso.

- Agora vamos pra fogueira logo. - falou May.

Andamos rumo a fogueira conversamos sobre qualquer besteira até que chegamos na tal fogueira.

Ray, May, Rick e Julie ficaram muito chapados. Rick beijou um cara muito estranho, que provavelmente não fazia a barba a meses devido ao tamanho dela e May se apaixonou por um sapo. Isso mesmo, um sapo. Ficou beijando ele, como se fosse uma pessoa de verdade e fez até juras de amor para o pobre sapinho que não sabia o que fazer. Eu e Kevin saímos quando vimos que erámos os únicos mais ou menos sóbrios em volta daquela fogueira, e resolvemos voltar para nossa barraca, mas quando chegamos lá na nossa barraca eu não consegui fazer mais nada além de deitar e dormir. Antes de eu dormir, peguei meu celular e nele marcava 00:25.

Estava caminhando em um parque que eu gostava de passear muito com o Kevin, lá na cidade que moramos. Quando de repente vejo uma garotinha. Eu fui em direção dessa garotinha, essa garotinha era tão parecida comigo, mas ao mesmo tempo lembrava-me outra pessoa.

Eu me aproximei dela e disse um simpático "Oi", ela olhou pra mim surpresa e respondeu:

- Oi.

Eu olhei pra pequena garota de olhos castanhos e falei:

- Qual é o seu nome? - Os olhinhos castanhos olharam pra mim e me surpreenderam quando ela falou.

- Que nome você me daria?

Eu sorri e sem pensar disse:

- Eu te chamaria de Karina!

Ela riu baixinho e respondeu.

- Meu nome é Karina. - Ela respondeu tirando uma mecha do próprio cabelo que caiu em seus olhos.

- Serio? nossa primeira vez que eu acerto uma coisa nessa vida.- Respondi rindo alto, e Karina também riu.

- Você parece comigo quando eu era da sua idade. Onde está sua mãe?

Karina me olhou confusa e respondeu:

- Você! - E saiu correndo, e eu não a segui.

Acordei com dor de cabeça, maluco que porra de sonho foi esse? Eu olhei para meu lado direito e o Kevin estava dormindo feito pedra. Peguei meu baseado "Estava morrendo de vontade de usar ele na fogueira mas nem usei", senti uma forte pontada no pé da barriga.

Peguei o remédio de dor de cabeça e tomei ele. Antes de sair da barraca olhei o relógio, era 3:33, Fui até o outro lado da lagoa. Acendi meu cigarro e fiquei lá, até que comecei a sentir uma forte dor de barriga, cruzes ate falta de ar me veio.

Desci da pedra onde eu estava sentada, completamente zonza e de pernas trêmulas.

Comecei a caminhar em direção onde estava minha barraca com o Kevin, que seria no outro lado da lagoa. Mas, quando me dei conta estava toda molhada porque estava tentando atravessar a lagoa.

Me desesperei por completo, comecei a nadar na beira da lagoa, antes de voltar cambaleando para trilha.

Não sei se era o efeito da maconha, mas eu estava vendo uma sombra vindo na minha direção. Que porra era aquela? Peguei uma pedra no chão, ou duas, não sei, já que estava vendo tudo duplicado, a ergui acima da minha cabeça mal conseguindo ficar em pé, estava tudo girando e girando. E voltei a dar passos cautelosos em direção a ponte de novo. Merda, eu estava sem senso de direção também?

A sombra continuava vindo em minha direção, e eu já estava em cima da ponte, a sombra agora parecia estar tomando forma de uma pessoa. Quando ela estava já bem perto de mim, joguei a pedra em sua direção. Acho que a acertou, pois ela cambaleou para a beira da ponte e caiu no chão, a centímetros de cair da ponte .

Quando pensei em sair dali, aquilo que estava caído no chão grudou em meu tornozelo, fazendo com que eu caísse no chão completamente desorientada, aquilo subiu sobre meu corpo que estava de bruços, por instinto me virei o mais rápido que pude. Sem pensar duas vezes peguei uma pedra que estava próxima a mim e o acertei.

Tirei aquele corpo de cima do meu, jurava que eu ia morrer, mal conseguia respirar e podia jurar que fiz cocô nas calças.

Minha visão se ajustou a luz fraca da lamparina que ficava na cabeça da ponte, um pouco embaçada, não conseguindo ver quem, mas clara ao enxergar a forma de uma faca em sua mão. Aquela coisa ia me matar? Não me permiti pensar muito e empurrei o corpo para que caísse na água.

Paranóia > Luz Câmera & Paranóia  {Dreame}Onde histórias criam vida. Descubra agora