The fault, the blame, the pain's still there
I'm here alone inside of this broken home, this broken home
1984.
Reggie nunca seria capaz de esquecer a primeira vez em que viu Luke porque, desde o primeiro segundo, ele soube que queria ser amigo daquele garotinho moreno e elétrico pra sempre.
Ele tinha 6 anos, e ainda não entendia muito da vida, mas Reggie entendia que haviam dias bons e haviam dias ruins.
Os dias bons eram quando seu pai e sua mãe o levavam pra passear na praia e ele podia tomar sorvete e quando o sorvete dele acabava, sua mãe sempre deixava Reggie tomar o dela e seu pai ria, dizendo que ela mimava muito o menino.
Os dias bons eram quando seus pais deixavam ele jantar na sala assistindo algum desenho na tv, e se sentavam junto com ele no sofá e riam das mesmas piadas, cada um com um braço em volta dele e Reggie acreditava que nunca mais ele se sentiria sozinho.
Mas pra cada dia bom, uma série de dias ruins se seguia. E Reggie odiava cada um deles com todas as suas forças.
Os dias ruins nem sempre começavam com gritos histéricos e portas batendo, mas muitas vezes começavam com um silêncio ensurdecedor, desde a primeira hora da manhã. Reggie descia do seu quarto ainda meio sonolento, e desde o momento em que colocava os pés na cozinha, ele sabia que aquele seria um dia ruim.
O silêncio, em geral, era até pior que o barulho. Reggie sentia um calafrio percorrer seu corpo toda vez que sentia aquela tensão entre seus pais e ele não tinha ideia do que faria a bomba entre eles explodir e, por isso, ele odiava o silêncio.
E é claro que aquela manhã, no seu primeiro dia de aula, tinha sido uma manhã ruim e isso fez com que Reggie ficasse paralisado em frente ao parquinho da escola, sem saber muito bem o que fazer. Ele observava com nervosismo todas as outras crianças rindo, brincando e correndo e ele sentia seu corpo começar a tremer de nervoso, o barulho externo se tornando nada mais do que vozes abafadas em seu ouvido e ele considerou se conseguiria correr pra bem longe dali, mas sentiu que se tentasse mexer as pernas, ele desabaria.
O que o trouxe de volta a realidade foi uma mão se movimentando freneticamente a frente dos seus olhos. Reggie piscou duas vezes antes de conseguir focar no dono daquela mão, um garoto de cabelos castanhos ligeiramente compridos, que caiam por cima de seus olhos, ele tinha um sorriso divertido no rosto e falava tão rápido que Reggie não conseguia entender o que ele estava falando.
- Oi? - Ele perguntou, a sua voz tremia de nervoso. Os olhos claros do garoto examinaram seu rosto com cuidado e ele pareceu perceber que algo estava errado, então respirou fundo e diminuiu o ritmo.
- Oi! Meu nome é Luke! Qual seu nome? - Luke estendeu a mão para Reggie, que a segurou um pouco incerto.
- Reginald...
- Eu vou te chamar de Reggie! Seu nome é legal. Eu to aprendendo a tocar violão, você gosta de música? Você sabe tocar alguma coisa? Vem comigo! - Reggie não entendeu se ele deveria ou não responder aquelas perguntas, já que Luke aproveitou que Reggie tinha dado a mão para ele e já estava arrastando-o pelo parquinho, em direção a um outro garoto loiro que os observava, rindo.
Mais tarde, Reggie descobriria que o outro garoto se chamava Alex, e que ele e Luke se conheciam porque tinham estudado juntos no ano anterior e que em nenhum lugar onde Luke estivesse haveria silêncio. Nunca. E naquele momento Reggie decidiu que ele e Luke seriam amigos pra sempre, só para ele não ter que viver em silêncio por nem mais um segundo.
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NOW OR NEVER
FanfictionAlex, Reggie, Luke e Bobby formam a Sunset Curve e sonham em estourar com a sua música e se tornarem artistas famosos. Mas será que o drama entre eles vai tornar impossível a realização dos seus sonhos? Ainda mais quando Luke se vê em um triângulo a...