NOW OR NEVER

Capítulo 9: Second Chances

Wish I could say something

Something that doesn't sound insane

But lately I don't trust my brain

Fevereiro de 1995

Em seis meses, a Sunset Curve voltou ao ritmo de antes, quase como se eles não tivessem perdido o show mais importante da vida deles no último verão, quase como se eles não tivessem se perdido uns dos outros. Em seis meses, as relações de todos pareciam remendadas da melhor forma possível. Os quatro riam e se divertiam, tocavam em sincronia, compunham músicas e se esforçavam.

Era quase como um acordo silencioso entre eles, de que eles iriam se esforçar o dobro do que faziam antes, para tentar de todos os jeitos conseguir uma segunda chance para seguir os sonhos deles.

E em fevereiro daquele ano, Bobby conseguiu, depois de muitas tentativas e de usar muitos dos favores que seu pai tinha, fechar uma tour pra eles pela Califórnia que, caso fosse bem sucedida, terminaria com um show no Orpheum. O lugar onde eles sonhavam em tocar, onde todas as bandas tocavam e saíam com contratos assinados.

Eles fariam três blocos de shows em algumas cidades menores entre Abril, Maio e Junho, e encerrariam o mês com o grande show em Los Angeles. Quando Bobby contou pela primeira vez, eles mal podiam acreditar.

Os quatro comemoraram naquela noite, organizando e se planejando para a tour que fariam nos próximos meses, e Bobby torceu para que, dessa vez, eles deixassem o drama de lado.

Mas Bobby deveria saber melhor...

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Luke estava com ciúmes. Ele se sentia o maior babaca do planeta quando ele pensava nisso, mas já fazia algumas semanas e ele simplesmente não conseguia deixar pra lá. Nos últimos meses, ele e Alex tinham conseguido fazer as coisas voltarem a ser como eram antes e isso era uma das coisas que mais o fazia feliz.

Seus sentimentos por Alex não tinham mudado, ele sentia sim que o amava, como quase chegou a dizer no dia em que ele se declarou, mas a cada dia ele entendia que aquele era um amor um pouco diferente e, se ele precisasse usar uma palavra, ele diria que era um amor de irmão.

Luke queria guardar Alex em um potinho e proteger ele de todo mal do mundo. Alex ainda não se sentia totalmente confortável em ter Luke em sua casa sozinho, principalmente por causa dos seus pais que no máximo toleravam a sexualidade do filho, mas os dois já tinham passado alguns dias só eles e, aos poucos, as coisas estavam voltando ao normal.

Agora, ele e Reggie... Isso já era uma história completamente diferente e Luke sentia que iria ficar maluco por causa do garoto a qualquer minuto. Nos últimos meses ele descobriu uma coisa muito importante sobre o amigo: Ele gostava de provocar.

Provavelmente, Luke merecia tudo aquilo pelo tanto que ele provocou Reggie quando ele e Alex estavam juntos, mas Luke sentia que ele se divertia até demais com aquilo.

Os dois nunca tinham discutido sobre contar ou não pro Alex, mas no final Luke sempre achava que o garoto já tinha coisas demais para se preocupar e ele nem sabia se ele e Reggie seriam algo mais sério ou se eles sequer seriam alguma coisa de verdade. Então normalmente eles evitavam qualquer comportamento suspeito na frente do resto da banda, mas assim que estavam sozinhos pareciam não conseguir manter as mãos longe um do outro.

Tudo começou em um dia que Reggie chegou muito empolgado, falando duzentas palavras por segundo, sobre uma maratona de filmes de Star Wars que iria acontecer no cinema em breve. Bobby revirou os olhos deixando bem claro o seu desinteresse e Alex não fazia muita questão, o que deixou Luke e Reggie como os únicos membros da maratona.