QUANDO FALA O CORAÇÃO

Cap. 1 - Mudança

OBS: Essa história é baseada em Orgulho e Preconceito, o clássico livro da autora inglesa Jane Austen e que já foi adaptado para série e filme. Optei por fazer uma releitura da história, adicionando um tema mais atual e novos acontecimentos, mas sem esquecer da essência dos personagens do livro e também dos personagens do universo de Greys Anatomy. Sendo assim, a história que você vai ler é um universo alternativo, mais moderno e com pinceladas da genialidade de Jane Austen. Peço licença a ela para me atrever a escrever esta fic.

Espero que gostem <3

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"Era necessário deixar suas reflexões para as horas solitárias. Sempre que se encontrava sozinha, entregava-se a elas com alívio." (Jane Austen - Orgulho e Preconceito)

Meredith PoV

Diário de Meredith Grey

"Estimado diário,

Finalmente, o dia tão esperado chegou. Senti a necessidade de colocar em palavras a importância do que se passará daqui para frente em minha vida. Há um misto de tristeza e alegria em mim. Desde que nasci, eu morei em Meryton, essa pequena cidade esquecida no fim do mundo e parada no tempo. Foi aqui que eu e minhas irmãs nascemos e passamos toda nossa infância e adolescência. Brinco que tenho a sensação de viver em uma pequena comunidade Amish, pois todos aqui são muito conservadores e tradicionais e minha família não é diferente. Meus pais são batalhadores, não são pobres e nem ricos, possuem uma vida modesta e lutam muito para nos dar o melhor. Costumo dizer que meu pai é o coração da família, enquanto minha mãe é o cérebro. É ela que visualiza o futuro, cuidando para que eu e minhas irmãs tenhamos uma vida de conforto, preferencialmente ao lado de um marido muito rico.

Porém, para a sua frustração, nesse momento, eu e minha inseparável irmã do meio, Maggie, estamos prestes a alçar voo e, pela primeira vez, sair do nosso casulo: estamos prontas para realizar nosso sonho de sermos médicas e estudar em uma das maiores Universidades de Medicina do país. Sei que comunicar a nossa mãe essa decisão fez com que os planos dela fossem por água abaixo, mas sei que ela também entende o quanto correr atrás de nossos sonhos significa para mim e para Maggie. Então, no fundo, eu tenho a certeza que ela está feliz por nós.

Maggie é um ano mais nova do que eu e, quando terminamos o ensino médio, prestamos a seleção para ingressar na Universidade de Medicina em Seattle, a cidade mais próxima daqui. Juntas. Porque esse era o nosso sonho comum desde crianças. Fizemos um pacto, um juramento de que seríamos as melhores médicas que pudéssemos ser e que daríamos muito orgulho para a nossa família e para a comunidade de Meryton. Já tínhamos todos os nossos planos traçados, tudo meticulosamente calculado e não deixaríamos nada nos atrapalhar.
Eu estava assustada até a alma por ter que me mudar para Seattle, uma cidade enorme, moderna e movimentada, mas com a Maggie eu me sentia mais forte, mais viva e corajosa, apesar de também sentir que eu seria mais responsável por ela do que por mim. Apesar da pouca diferença de idade, o instinto de irmã mais velha me fazia protegê-la e colocá-la sempre em primeiro lugar e acima de qualquer coisa. 

E foi com esse pensamento que eu prometi a mim mesma que não deixaria nada acontecer a Maggie em Seattle. Se precisasse, eu abriria mão da minha felicidade para vê-la feliz. E olha que costumo me identificar como uma pessoa extremamente feliz e abençoada, não costumo voltar meu olhar para o chão, não sem antes ter certeza que permanecerei de pé. Eu sou a criatura mais feliz do mundo. Talvez outras pessoas tenham dito isso antes, mas nenhuma com tanta razão. Creio que sou ainda mais feliz que Maggie; ela sorri, eu rio.*