"Adeus desapontamentos e tristezas. Que importam os homens aos rochedos e às montanhas?" (Jane Austen - Orgulho e Preconceito)
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Meredith PoV
Dizem que é durante à noite que nossa alma se conecta com nossas verdadeiras vontades e anseios e até mesmo com nossos desejos mais secretos. Talvez por isso eu criei coragem de fazer algo que deveria ter feito há muito tempo: passei a noite inteira em claro, lendo a carta de Andrew. A fatídica carta que poderia ter mudado todo o curso da nossa história, se eu não tivesse sido tão orgulhosa e cabeça dura.
Eu olhei aquele pedaço de papel depositado suavemente entre meus dedos. A carta de Andrew...e que carta! Não era e nunca fora uma carta qualquer. Agora que eu já sabia o que havia ali, me arrependo ainda mais de não ter lido desde o início. Mas lê-la já sabendo do conteúdo não me impediu de me emocionar. Eu chorei do início ao fim. Palavras escritas com tamanha sensibilidade, revelando cada pedaço do coração de um Andrew DeLuca angustiado, arrependido, sensível e, sobretudo, apaixonado. Sim, era nítido como o amor dele por mim era poderoso e autêntico, capaz dos maiores atos para que pudéssemos seguir com nossa história! Assim como a Dra Paloma me contara, naquela carta Andrew descrevia toda a sua trajetória, toda a sua história sofrida, dolorosa e todo seu fardo em carregar a responsabilidade de ser dono de uma Universidade, de uma cadeia poderosa de hospitais e, agora, de uma Fundação que são referências no mundo. Além disso, ele ainda deixava claro o quanto ele era um homem sensível, sempre priorizando Carina e Vittoria, algo que eu entendia perfeitamente, porque, nesse ponto, éramos tão iguais...
A parte final da carta me fez chorar como uma criança ao perceber seu pedido claro, apaixonado e, por que não, desesperado para que, se eu o amasse ainda, comparecesse à Fundação para que pudéssemos nos acertar e que ele pudesse se redimir de seus erros. Eis o fatídico trecho:
"Meredith, eu sei que errei em não me comunicar claramente com você, em deixar escondido todos os meus sentimentos e até mesmo teimar em lutar contra eles, fazendo parecer a você uma pessoa que eu realmente não sou...mas durante toda a minha vida, sempre deixei meus sentimentos em segundo plano, então, essa tarefa é nova para mim. Sempre achei que eu não tinha tempo para amar e ser amado, porque estava ocupado demais salvando as pessoas que amo de seus abismos particulares. Mas o que eu aprendi com você é que, se eu não me entregasse a esse amor que sinto por você, eu estaria caindo em meu próprio abismo e isso não seria bom nem para mim e nem para a minha missão de continuar firme e são para as pessoas que amo. Com você, eu percebi que valia a pena deixar me entregar e arriscar. E toda vez que eu me lembro dos nossos momentos juntos, eu sei que quero manter essa imagem para sempre na minha cabeça.
Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito...eu simplesmente nunca tive tempo. E eu acho que nunca te disse que eu sou tão feliz por ser minha...pelo menos, por ter sido minha até então. Assim, eu continuo pedindo licença ao Elvis para te dizer: diga-me que seu doce amor não morreu, me dê mais uma chance para mantê-la satisfeita.* Em nome de tudo que vivemos, eu te peço essa segunda chance: se depois de ler essa carta, seu sentimento ainda permanecer, se nada tiver mudado, se seu coração ainda permitir me amar, te esperarei na Fundação Seattle Grace, que fica há alguns quilômetros de Meryton (menciono o endereço logo abaixo), para que possamos conversar e nos acertar. Mas se você não aparecer dentro de dois dias, eu saberei que tudo está perdido e que seu amor por mim não é tão forte quanto imaginei.
Me apaixonar por você foi um presente que recebi nessa minha miserável existência. À primeira vista, você sempre me chamou à atenção, mas acredito que o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista.** E posso dizer que eu me apaixonaria por você quantas vistas fossem necessárias.
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QUANDO FALA O CORAÇÃO
FanficMeredith e Maggie são duas irmãs que se mudam para a cidade grande para realizar um sonho: cursar Medicina em uma das maiores Universidades do país. Elas sempre foram criadas na pequena e pacata comunidade de Meryton, um vilarejo que parece ter para...