Cap. 7 - Resolução

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"Tenho uma persistência que a vontade dos outros é incapaz de intimidar. Nesses momentos a minha coragem sempre me socorre" (Jane Austen - Orgulho e preconceito)

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Meredith PoV

Acompanhada por Andrew, eu adentrei o quarto do alojamento como um raio e vi apenas Jackson, que me esperava com um olhar apreensivo. 

- Jackson, o que houve? Cadê a Maggie? - eu olhei para a cama onde ela estava e não a vi - O que foi, Jackson, me fala!

Ele segurou meus ombros com calma:

- Calma, Mer, calma. Ela teve uma crise de dor, a febre voltou com tudo, ela estava com muita dor abdominal do lado direito. Nós a levamos para fazer alguns exames emergenciais e constatou-se que ela está com apendicite.

Eu franzi a testa:

- Mas...eu sei que isso não é tão grave, apesar de doer muito...e ela vai precisar de cirurgia...

- Sim, por isso que te chamei. Ela já está a caminho da sala de cirurgia, até porque foi constatado que...

- Que....?

Jackson suspirou:

- Bom, ela teve apendicite supurado.

Eu olhei para Jackson, um misto de entendimento, mas também confusão. 

Jackson explicou:

- Mer, agora é correr contra o tempo porque a vida dela corre perigo. Como o apêndice estourou, a infecção espalhou e o risco de septicemia e infecção generalizada é muito alto. Ela já está no bloco cirúrgico, falta apenas sua assinatura autorizando a cirurgia.

Meu mundo pareceu rodar. Era tanta informação ao mesmo tempo! O chão parecia ter se aberto e eu estava com muito medo de perder a Maggie. Ao mesmo tempo, eu pensava em como iria arcar com todas as despesas do hospital. Eu sabia que a Universidade nos protegia com um plano de saúde simples, urgência e emergência e um teto mínimo para consultas, mas cirurgia...isso eu sabia que era à parte. E uma cirurgia dessa, mais os gastos com instrumentação, medicação, etc, seria um valor muito alto e que eu e minha família talvez não conseguíssemos pagar tudo de uma vez ou, no máximo, rasparíamos a maior parte da nossa poupança.

Percebendo o que se passava pela minha cabeça, Jackson estendia o formulário para mim com um olhar desesperado. Foi quando eu senti uma mão pegar os formulários e puxar uma caneta, estendê-los a mim, e dizer firmemente:

- Assine, Meredith. E deixa que a gente resolve isso. A vida da Maggie depende disso.

Olhando para Andrew DeLuca, que estendia calmamente a caneta para mim, eu não tive dúvidas: assinei e entreguei a Jackson que saiu correndo como um raio pelo corredor e já havia avisado pelo celular que poderiam começar a cirurgia.

Eu olhei para Andrew angustiada. Ele fez um sinal mudo de "vamos" e me conduziu até ao bloco cirúrgico. Quando cheguei, ele me mostrou dois pequenos sofás onde os familiares normalmente aguardavam até a cirurgia acabar. 

Desolada, eu sacudi a cabeça:

- Andrew, eu não sei se tenho como cobrir todos os gastos...eu sei que tudo isso sai muito caro e...

Ele me interrompeu:

- Meredith, não se preocupe. O hospital vai dar um jeito nisso.

- Como?

- Existe uma cota de cirurgias de emergência e urgência e que engloba os universitários também. Portanto, você e a Maggie se enquadram. 

Eu franzi a testa. Eu nunca havia ouvido falar sobre isso. Nesse momento, Jackson entrou na pequena salinha onde estávamos e disse:

QUANDO FALA O CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora